"Alguns pa�ses ricos est�o atualmente abordando fabricantes para garantir o acesso a doses adicionais de vacinas, o que tem efeito nos contratos com o Covax, e o n�mero de doses alocadas ao Covax foi reduzido por causa disso", criticou Tedros Adhanom Ghebreyesus durante uma coletiva de imprensa conjunta por videoconfer�ncia com o presidente alem�o, Frank-Walter Steinmeier.
O sistema Covax foi criado para tentar evitar que os pa�ses ricos obtenham todas as doses da vacina que s�o fabricadas ainda em quantidade muito pequena para atender a demanda global.
O sistema da Covax inclui, notavelmente, um mecanismo de financiamento que deve permitir que 92 economias de baixa e m�dia renda tenham acesso �s vacinas.
Mas a escassez de vacinas significa que as primeiras distribui��es aos pa�ses pobres s� acontecer�o no final do m�s, quando em muitos pa�ses ricos as campanhas de vacina��o come�aram no final de 2020.
Respondendo a uma pergunta sobre os compromissos substanciais assumidos pelos Estados Unidos, pela Uni�o Europeia e pela Alemanha para aumentar significativamente sua contribui��o para o Covax, o chefe da OMS expressou sua frustra��o.
"Ter o dinheiro n�o significa nada se voc� n�o pode us�-lo para comprar vacinas", afirmou. "E s� podemos entregar vacinas aos pa�ses membros do Covax se os pa�ses ricos cooperarem respeitando os contratos firmados pelo Covax", insistiu, instando esses pa�ses, que n�o citou, a zelarem para que seu comportamento n�o prejudique o sistema de distribui��o supervisionado pela Organiza��o Mundial da Sa�de e pela Alian�a pelas Vacinas (Gavi), entre outros.
Frank-Walter Steinmeier tamb�m defendeu que as vacinas sejam mais amplamente distribu�das, por raz�es morais, mas tamb�m porque � do interesse de todos erradicar o v�rus rapidamente, para evitar que variantes, �s vezes mais perigosas, continuem a florescer.
Mas, admitiu, "os governos t�m, antes de mais nada, uma obriga��o para com seu povo".
Tedros apoiou a ideia de suspender a propriedade intelectual das vacinas anticovid para que possam aumentar rapidamente sua produ��o.
Uma proposta nesse sentido vem sendo discutida desde o ano passado na Organiza��o Mundial do Com�rcio, mas � fortemente contestada pela ind�stria farmac�utica e por uma s�rie de grandes pa�ses.
Ele tamb�m instou os fabricantes que n�o produzem sua pr�pria vacina anticovid a colocarem suas capacidades de produ��o � disposi��o de seus concorrentes, a exemplo de uma iniciativa da francesa Sanofi.
"Licen�as n�o exclusivas seriam outra forma" de produzir mais r�pido, disse ele, reconhecendo que enquanto houver escassez as pessoas permanecer�o surdas ao chamado para compartilhar vacinas com o resto do mundo.
GENEBRA