O presidente Luis Abinader anunciou no s�bado que no segundo semestre de 2021 come�ar� a constru��o de um muro na fronteira de 380 km.
"Em um prazo de dois anos, queremos acabar com os graves problemas de imigra��o ilegal, narcotr�fico e tr�nsito de ve�culos roubados que sofremos h� anos", disse Abinader.
A proposta inclui "uma dupla cerca de per�metro nas se��es mais conflituosas e uma simples no restante, al�m de sensores de movimento, c�meras de reconhecimento facial, radares e sistemas de raios infravermelhos".
Uma empresa israelense, Rafael Advanced Defence Systems, est� desenvolvendo um projeto piloto para este "per�metro tecnol�gico" na fronteira, disse o chanceler dominicano, Roberto �lvarez.
Atualmente, a fronteira conta com quatro passagens formais, vigiadas pelas For�as Armadas, mas tamb�m com �reas vulner�veis � migra��o ilegal e ao contrabando.
A rela��o entre os dois pa�ses, que compartilham a ilha La Espanhola, � historicamente dif�cil e todo novo governo dominicano estabelece como prioridade a sens�vel quest�o migrat�ria.
Na Dominicana, com 10,5 milh�es de habitantes, vivem cerca de 500.000 haitianos, segundo a Pesquisa Nacional de Imigrantes.
- "Gastos desnecess�rios" -
A proposta de um muro fronteiri�o chega ap�s planos de regulariza��o de migrantes sem documentos, que s�o acompanhados de deporta��es em massa.
No entanto, Juan Del Rosario, professor da Universidade Aut�noma de Santo Domingo (UASD), estima que o "muro n�o tem motivo para existir", porque "enquanto persistir a extrema pobreza e a instabilidade pol�tica no Haiti, haver� press�o migrat�ria".
"Voc� pode construir um muro de 100 metros de altura e as pessoas v�o buscar como passar", explica � AFP o professor, que citou o caso dos Estados Unidos, onde o ex-presidente Donald Trump prometia construir um gigantesco muro divis�rio com o M�xico.
William Charpentier, coordenador da independente Mesa Nacional para as Migra��es e Refugiados, considera que toda vez que surge no mundo a ideia de construir um muro fronteiri�o, se desperta "ressentimento, xenofobia e racismo".
Charpentier denuncia as deporta��es em massa de migrantes sem documentos e impedimentos aos migrantes legais para renovar documentos ou alugar uma casa: "� uma persegui��o permanente".
Ao contr�rio das grandes cidades, a din�mica na fronteira � diferente, com uma troca comercial muito viva e pessoas que atravessam de ambos os lados para trabalhar e no fim do dia voltam para suas casas.
"S�o gastos desnecess�rios", insiste Charpentier sobre o muro. "� preciso implementar projetos de desenvolvimento" que beneficiem igualmente os dominicanos e haitianos na �rea lim�trofe.
SANTO DOMINGO