As pesquisas apontam vit�ria � iniciativa chamada "antiburca", depois de anos de debates e da ado��o de medidas semelhantes em outros pa�ses europeus.
Se o texto n�o menciona a burca (uma esp�cie de t�nica longa que cobre as mulheres da cabe�a aos p�s e tem uma rede na altura dos olhos) ou o niqab (que cobre completamente o corpo e o rosto, exceto os olhos), todos sabem a quem est� se referindo.
Para quem n�o entendeu, mulheres usando niqab aparecem nos cartazes da campanha "Acabar com o Extremismo".
Por sua vez, os cartazes dos opositores da iniciativa apelam ao voto "n�o a uma lei islamof�bica, absurda e in�til".
Se a iniciativa for aprovada, ser� proibido cobrir completamente o rosto em p�blico, embora estejam previstas exce��es, por exemplo, para locais de culto.
"O objetivo da iniciativa n�o s�o os mu�ulmanos. N�o questionamos suas pr�ticas religiosas", disse � AFP Jean-Luc Addor, porta-voz do 'sim' e membro do partido populista de direita UDC. Para ele, trata-se de defender "os valores da nossa civiliza��o".
Addor reconhece que existem muito poucas mulheres que usam esse tipo de vestimenta na Su��a. Mas, "quando um problema � identificado, deve ser resolvido antes que saia do controle".
Muitas organiza��es feministas se op�em � proibi��o.
"Al�m de in�til, este texto � racista e sexista. Em pleno 2021, como feministas, n�o � aceit�vel que a Constitui��o su��a tenha um artigo que ordene ou pro�ba as mulheres, seja ela quem for", disse � AFP In�s El Shikh, porta-voz do coletivo feminista mu�ulmano "Len�os Violetas".
Para El Shikh, o projeto de lei cria a ilus�o de um problema onde n�o h� nenhum e diz respeito a apenas algumas dezenas de mulheres.
- Turistas -
O sim lidera nas pesquisas, mas sua vantagem inicial, muito confort�vel, caiu desde janeiro.
O governo federal e o Parlamento se op�em a essa medida, argumentando que trata de um problema que n�o existe.
Sua alternativa, que seria adotada imediatamente em caso de fracasso do sim, obrigaria as pessoas a mostrarem o rosto quando as autoridades exigirem para fins de identifica��o, por exemplo, nas fronteiras.
As infratoras podem ser multadas em at� 10.000 francos su��os (US$ 10.800).
A ministra da Justi�a da Su��a, Karin Keller-Sutter, ressaltou que a grande maioria das mulheres que usam niqab s�o turistas. Antes da pandemia do coronav�rus, n�o era incomum v�-las fazendo compras em lojas de luxo no centro de Genebra.
Liberais e pol�ticos de esquerda aderiram � iniciativa do partido UDC em nome da prote��o dos direitos das mulheres.
Na Su��a, 100 mil assinaturas a favor de uma proposta s�o suficientes para que os cidad�os opinem em referendos. � uma democracia direta que � o orgulho deste rico pa�s de 8,6 milh�es de habitantes.
Para que o sim ganhe, deve obter a maioria dos votos e prevalecer na maioria dos 26 cant�es.
Segundo dados de 2019 do gabinete de estat�sticas, cerca de 5,5% da popula��o su��a � mu�ulmana, essencialmente com ra�zes na ex-Iugosl�via, onde essa tradi��o n�o existe na ind�stria do vestu�rio.
Em 2009, os su��os votaram pela proibi��o da constru��o de minaretes em mesquitas, gerando raiva em pa�ses mu�ulmanos e sendo aclamada por partidos nacionalistas europeus.
Dois cant�es j� pro�bem a cobertura do rosto.
GENEBRA