Funcion�rios p�blicos, agricultores e trabalhadores do setor privado se uniram aos ativistas nas manifesta��es pr�-democracia em todo o pa�s.
Em Myitkyina (centro) foram ouvidas v�rias explos�es e manifestantes manchados de sangue foram retirados da �rea de disparos, segundo imagens divulgadas nas redes sociais.
"Dois homens morreram e v�rias pessoas ficaram feridas, incluindo uma mulher que est� em condi��o cr�tica depois de receber um tiro", afirmou um socorrista, que pediu anonimato.
Uma religiosa cat�lica, vestida com um h�bito branco, se ajoelhou na rua e suplicou aos policiais que n�o atirassem, de acordo com as imagens divulgadas pela imprensa local.
Em Pyapon, a 100 quil�metros de Yangon, capital econ�mica do pa�s, um homem de 30 anos foi atingido por um tiro e morreu, segundo uma testemunha. Outros dois manifestantes foram feridos por tiros.
Em Yangon, as for�as de seguran�a cercaram cerca de 200 manifestantes em uma �rea do bairro Sanshaung, denunciou a alta comiss�ria da ONU para os Direitos Humanos Michelle Bachelet, que expressou preocupa��o pela sua seguran�a e exigiu a permiss�o para que sejam libertados.
"Eles correm o risco de serem detidos ou maltratados. Pedimos � pol�cia que permita que se manifestem de forma segura e sem repres�lias", disse Bachelet no Twitter.
- Ataque � imprensa -
As for�as de seguran�a executaram uma opera��o na sede do jornal Myanmar Now e levaram computadores, servidores de dados e uma impressora, informou � AFP o diretor de reda��o do ve�culo de comunica��o, Swe Win.
"Somos a primeira reda��o atacada pelo regime. Trabalhamos com medo, mas a invas�o de nosso local de trabalho confirma que a junta n�o tolerar� em absoluto as reportagens sobre seus delitos", completou.
Mais tarde foi revogada a licen�a de publica��o do Myanmar Now, assim como dos ve�culos independentes Mizzima, DVB, Khit Thit e 7 Day, ap�s uma ordem do minist�rio da Informa��o, segundo a emissora estatal MRTV.
Em Yangon, as f�bricas do setor t�xtil - que funcionavam a regime pleno antes do golpe de Estado de 1� de fevereiro -, os centros comerciais, os bancos e os correios permaneceram fechados nesta segunda-feira.
Nove associa��es trabalhistas pediram a "interrup��o completa e de forma prolongada da economia" a partir desta segunda-feira para pressionar os militares.
A junta militar advertiu os funcion�rios p�blicos que n�o retornarem ao trabalho que ser�o demitidos.
As convoca��es de greve, que come�aram imediatamente ap�s o golpe, t�m um impacto consider�vel em muitos setores, com bancos parados, hospitais fechados e escrit�rios ministeriais vazios.
Minorias �tnicas se uniram aos protestos. Perto da cidade de Dawei (sul), centenas de membros da etnia karen exibiram suas bandeiras e pediram o "fim da ditadura".
O cortejo foi escoltado por rebeldes da fac��o armada Uni�o Nacional Karen (KNU), que se mobilizou para proteger os manifestantes contra uma poss�vel repress�o das for�as de seguran�a.
Muitas mulheres se uniram aos protestos por ocasi�o do Dia Internacional da Mulher.
- Opera��es noturnas -
As for�as de seguran�a foram mobilizadas no domingo � noite em v�rios bairros de Yangon e ocuparam v�rios hospitais p�blicos da capital econ�mica do pa�s.
A ONG 'Physicians for Human Rights' condenou a ocupa��o de hospitais e se declarou "consternada com a nova onda de viol�ncia".
No s�bado � noite, as opera��es tiveram como alvos dirigentes da Liga Nacional para a Democracia (LND), o partido de Aung San Suu Kyi. V�rios foram detidos e um representante local do movimento, Khin Maung Latt, foi agredido at� a morte.
Os deputados que n�o reconhecem a legitimidade do golpe de Estado e criaram um comit� para representar o governo civil s�o acusados de "alta trai��o", delito que pode ser punido com pena de morte ou 22 anos de pris�o, advertiu a Junta.
Mais de 50 manifestantes morreram desde o golpe de Estado que derrubou o governo de Suu Kyi, vencedora do Nobel da Paz de 1991.
A imprensa estatal nega o envolvimento da pol�cia e do ex�rcito na morte de civis e afirma que as for�as de seguran�a "precisam conter os dist�rbios de acordo com a lei".
Centenas de pessoas foram detidas desde o golpe de Estado.
Com a situa��o cada vez mais complicada, os birmaneses est�o em fuga.
Quase 50, incluindo oito policiais que se negaram a participar na repress�o, chegaram � vizinha �ndia, cujas fronteiras est�o lotadas.
Os generais ignoram os protestos da comunidade internacional, dividida sobre a resposta � situa��o em Mianmar.
O Conselho de Seguran�a da ONU n�o chegou a um acordo na sexta-feira sobre uma declara��o conjunta. As negocia��es prosseguir�o esta semana.
A junta militar questiona as elei��es legislativas de novembro, vencidas pela LND. Os generais prometem convocar outra vota��o, mas n�o divulgaram uma data.
YANGON