As acusa��es de racismo feitas pelo pr�ncipe Harry e por sua mulher, Meghan Markle, s�o "preocupantes" e ser�o levadas "muito a s�rio" pela rainha Elizabeth II, declarou ontem o Pal�cio de Buckingham em seu primeiro comunicado ap�s a entrevista do casal � apresentadora Oprah Winfrey, que foi ao ar no domingo, pela emissora CBS, dos EUA.
A rainha emitiu uma declara��o pessoal dizendo que "toda a fam�lia ficou triste" ao saber como os �ltimos anos em Londres foram dif�ceis para Harry e Meghan. "As quest�es levantadas, particularmente aquelas relacionadas � ra�a, s�o preocupantes. Embora algumas mem�rias possam variar, elas ser�o levadas muito a s�rio e tratadas de maneira privada", afirmou o pal�cio, que terminou garantindo que o casal e seu filho Archie "sempre ser�o membros muito queridos da fam�lia".
Na noite de domingo - j� madrugada no Reino Unido -, os brit�nicos e uma audi�ncia global ficaram chocados com as revela��es de Harry e Meghan de que a pr�pria fam�lia fazia perguntas sobre a cor da pele do filho ainda n�o nascido e se surpreenderam com as alega��es de que "A Firma", como � chamada a realiza nos bastidores, rejeitou os pedidos de ajuda da duquesa quando ela disse ter tido "pensamentos suicidas".
Para algumas pessoas, a entrevista, transmitida pela primeira vez nos Estados Unidos na noite de domingo pela CBS, ofereceu uma condena��o da fam�lia real em um momento em que a quest�o da desigualdade racial atrai aten��o global. Para outros, era um ataque inclinado a uma institui��o brit�nica ic�nica, com sua amada cabe�a, a Rainha Elizabeth II, no crep�sculo de seu reinado e seu marido, o pr�ncipe Philip, no hospital.
Jornalistas que cobrem a fam�lia real brit�nica relataram ontem que o Pal�cio de Buckingham realizou "reuni�es de crise" ap�s a exibi��o da entrevista de duas horas de Oprah com o casal. O jornal Telegraph informou que "funcion�rios do pal�cio chegaram a preparar uma declara��o", que a rainha vetou, pois queria mais tempo para refletir. A correspondente real da BBC, Daniela Relph, afirmou que Elizabeth II "n�o quer se sentir pressionada a dizer alguma coisa de maneira apressada".
Antes da declara��o da rainha, Diane Abbott, a mais antiga deputada negra do Parlamento brit�nico, uma das figuras mais importantes do Partido Trabalhista, disse que o pal�cio precisava responder. Em entrevista � BBC, Abbott se perguntou se a fam�lia real "aprendeu alguma coisa nos �ltimos 25 anos", desde o que aconteceu com a princesa Diana. "Parece que n�o", disse a deputada.
Ativistas que defendem a sa�de mental expressaram ontem frustra��o com o fato de muitos analistas questionarem se Meghan estava realmente t�o fr�gil quanto ela afirmava. Por enquanto, o pal�cio vem mantendo a tradi��o de fugir das controv�rsias.
Fuga
A estrat�gia ficou clara ontem quando o pai de Harry, o pr�ncipe Charles, fez sua primeira apari��o p�blica desde a entrevista. O herdeiro do trono brit�nico visitou um centro de vacina��o na igreja Jesus House, no norte de Londres. Charles parecia descontra�do e brincou com os brit�nicos que recebiam a vacina. Mas, quando foi questionado por jornalistas sobre o que disse Harry, ele n�o respondeu e foi conduzido �s pressas para fora do lugar.
Quem tamb�m vem se especializando em mudar de assunto � o primeiro-ministro brit�nico, Boris Johnson. Questionado sobre o que ele pensava das acusa��es de Harry e Meghan, o premi� respondeu de maneira protocolar. "Sempre tive admira��o pela rainha e pelo papel unificador que ela desempenha", disse.
Nos bastidores, o Pal�cio de Buckingham n�o est� parado. Na semana passada, a fam�lia real anunciou que investigaria acusa��es de ex-funcion�rios de que Meghan intimidava sua equipe. "Estamos muito preocupados com as alega��es de que Meghan levou jovens funcion�rias �s l�grimas". As acusa��es s�o vistas por muitos como um ataque preventivo para desacreditar as queixas do casal pelo tratamento que recebiam na corte.
Uma pesquisa do instituto YouGov, feita depois que a entrevista foi ao ar, apontou que os brit�nicos estavam divididos: 32% acreditavam que Harry e Meghan haviam sido tratados de forma injusta e 32% disseram que a fam�lia real havia sido justa com o casal. Os 36% restantes n�o souberam responder. (COM AG�NCIAS INTERNACIONAIS)
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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