Assassino de Atlanta nega motiva��o racista em tiroteios em casas de massagem

Um americano de 21 anos assumiu a responsabilidade pelos tiroteios que deixaram oito mortos, entre eles seis mulheres de origem asi�tica, em v�rias casas de massagem pr�ximas a Atlanta, mas negou motiva��o racista, informou nesta quarta-feira (17) a pol�cia desta cidade do sudeste do pa�s.

Robert Aaron Long, 21 anos, que insinuou durante os interrogat�rios que sofre de "compuls�o sexual", "afirma ter agido sem motiva��o racista", explicou um policial em entrevista coletiva, especificando que o jovem tinha "assumido a responsabilidade" pelos tiroteios.

Long revelou � pol�cia que costumava frequentar casas de massagem e que realizou os ataques em retalia��o contra "uma tenta��o que ele queria eliminar", informou Jay Baker, capit�o do gabinete do xerife de Cherokee.

Ele foi indiciado em quatro acusa��es de homic�dio e uma de agress�o agravada pelo ataque naquele condado, disse a pol�cia.

Os tr�s ataques foram realizados na ter�a-feira em um contexto de crescente preocupa��o entre a popula��o asi�tico-americana, que denunciou um aumento dos ataques racistas contra ela.

Long foi detido na noite de ter�a-feira ap�s uma persegui��o a cerca de 240 km ao sul de Atlanta, capital do estado da Ge�rgia.

O jovem � acusado de ter atacado primeiro uma casa de massagens asi�tica a cerca de 50 km de Atlanta, onde os servi�os de emerg�ncia encontraram quatro mortos e dois feridos.

Por este primeiro ataque, Long tamb�m foi indiciado em quatro acusa��es de homic�dio e uma de agress�o agravada, de acordo com a m�dia dos EUA.

Mais tarde, ele teria aberto fogo em dois outros spas pr�ximos � cidade, deixando mais quatro v�timas. As acusa��es para esses ataques ainda s�o desconhecidas.

"Ao chegar, os agentes encontraram tr�s mulheres mortas a tiros l� dentro" na primeira casa de massagens. "Ainda l�, os policiais foram informados de outros tiros disparados do outro lado da rua", onde encontraram outra mulher morta, informou a pol�cia em nota enviada � AFP.

O atirador falou durante seu interrogat�rio sobre uma "compuls�o sexual", de acordo com um agente das for�as de ordem.

"Ele deu a entender que tinha problemas de compuls�o sexual em potencial e que pode ter frequentado v�rios desses lugares no passado", explicou.

O presidente Joe Biden disse nesta quarta-feira que a viol�ncia contra pessoas de origem asi�tica � muito "preocupante".

"Eu sei que os asi�tico-americanos est�o muito preocupados porque, como voc�s sabem, temos falado sobre a brutalidade contra os asi�tico-americanos nos �ltimos meses", declarou.

"Estamos horrorizados com esta viol�ncia que n�o tem espa�o nos Estados Unidos e em nenhum lugar", tinha afirmado o secret�rio de Estado, Antony Blinken, durante uma visita a Coreia do Sul.

O ex-presidente Barack Obama tamb�m pediu o fim da viol�ncia contra os asi�ticos.

Quatro das pessoas mortas s�o de origem sul-coreana, de acordo com informa��es do Minist�rio das Rela��es Exteriores do pa�s asi�tico, reconhecidas pela ag�ncia Yonhap.

- 'Bodes expiat�rios' -

"No ano passado, testemunhamos racismo, discrimina��o e um ressurgimento da viol�ncia contra os americanos de origem asi�tica, considerados bodes expiat�rios da pandemia", disse Sam Park, representante da comunidade local.

"Agora estou um pouco assustada", admitiu Alice Hung, uma estudante californiana de 22 anos de Taiwan, de f�rias em Atlanta.

Nesta quarta-feira come�aram a se tornar p�blicas as primeiras informa��es sobre Robert Aaron Long, descrito como um homem introvertido, apaixonado por armas, al�m de um crist�o fervoroso. De acordo com os investigadores, o r�u pretendia continuar sua jornada mortal rumo � Fl�rida.

Militantes anti-racistas consideram que o ressentimento em rela��o a comunidade asi�tica foi alimentado pelo discurso do ex-presidente Donald Trump, que frequentemente descreveu o coronav�rus como sendo um "v�rus chin�s".

A not�cia dos ataques veio poucas horas ap�s a publica��o de um relat�rio da ONG Stop AAPI Hate, no qual 70% dos asi�ticos-americanos entrevistados disseram ter sofrido ass�dio verbal e pouco mais de um em cada dez disse ter sido v�tima de ataques f�sicos entre mar�o de 2020 e fevereiro de 2021.

- 'Inaceit�vel' -

A motiva��o racista pode ser dif�cil de determinar, mas uma pesquisa do Centro de Estudos do �dio e Extremismo da Universidade CSU San Bernardino mostrou que os crimes de �dio reportados contra asi�ticos quase triplicaram, pulando de 49 para 122 casos, no �ltimo ano, em 16 grandes cidades americanas - incluindo Nova York e Los Angeles.

O resultado aconteceu apesar de uma queda de 7% na taxa global de crimes de �dio.

Na Ge�rgia - dos pouco mais de 10,6 milh�es de habitantes - vivem quase 500.000 pessoas de origem asi�tica, segundo o Asian American Advocacy Fund.

O Partido Democrata na Ge�rgia chamou os tiroteios de ter�a-feira de "horr�veis".

Na ter�a-feira � noite, a pol�cia de Nova York anunciou "por prud�ncia" o envio de patrulhas de refor�o �s zonas que concentra��o de moradores de origem asi�tica.