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Estado de Minas CARACAS

Cigarro contrabandeado reina em uma Venezuela falida


19/03/2021 09:52

"Ibiza barato, barato!", grita um homem em Catia, bairro pobre de Caracas cheio de gente, onde comerciantes informais vendem cigarros que chegam � Venezuela contrabandeados e que, por custarem menos, invadem o mercado.

Um ma�o de Ibiza, a marca mais popular do contrabando, vale 1 d�lar neste pa�s com hiperinfla��o, sete anos de recess�o e afetado por san��es econ�micas.

J� os produtos da Bigott, pertencente ao grupo British American Tobacco, s�o vendidos por cerca de 2 d�lares, mais do que o equivalente a um sal�rio m�nimo mensal.

Na Venezuela, sempre foi comum que os comerciantes ofere�am cigarros por unidade: abrem um ma�o e vendem cada um a cerca de 5 centavos de d�lar no caso do Ibiza, e o dobro, no do Belmont, a marca mais popular da Bigott.

O contrabando se aprofundou com a crise.

"Quando voc� tem uma popula��o dura (sem dinheiro)", o contrabando �s vezes � "a �nica forma" de ter acesso a um produto, disse � AFP Felipe Capozzolo, presidente da C�mara de Com�rcio (Consecomercio).

Ele afirma que os comerciantes foram afetados por esta pr�tica que anda de m�os dadas com o com�rcio informal.

- 15 cigarros em impostos -

O "boom" do contrabando atingiu o Tesouro, do qual o tabaco � um dos principais contribuintes, segundo o diretor jur�dico da Bigott, Miguel Benzo.

Ele destaca que os cigarros vendidos por sua empresa t�m uma carga tribut�ria de 73%.

De acordo com um estudo financiado pela empresa, o consumo de cigarros contrabandeados cresceu por volta de 300% desde 2019 e abrange 30% do mercado venezuelano. O n�mero chega a 80% em estados fronteiri�os como Zulia, lim�trofe com a Col�mbia.

O consumo de cigarros de contrabando funciona como exemplo de uma economia informal que � o destaque de uma economia em crise.

Bigott estima que o Estado deixa de arrecadar 130 milh�es de d�lares ao ano em impostos, devido � venda informal deste produto prejudicial � sa�de.

Benzo afirma que foram identificadas cerca de 130 marcas de contrabando.

Para competir com o contrabando, sua empresa lan�ou cigarros mais baratos no mercado, mas fechou um dos tr�s turnos de opera��es de sua f�brica em Caracas, deixando 130 pessoas desempregadas. Sua compra de tabaco, toda de origem venezuelana, caiu de 6.000 toneladas em 2017 para 2.000 toneladas atualmente.

A venda de tabaco na Venezuela � tudo, menos clandestina. Com isso, as marcas legalizadas perdem espa�o. N�o acontece somente em bairros pobres, j� que em quiosques de �reas nobres de Caracas as marcas de contrabando tamb�m convivem com as marcas legalizadas.

A AFP tentou ouvir o governo sobre suas pol�ticas de combate ao contrabando, mas n�o obteve resposta.


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