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Estado de Minas INTERNACIONAL

Descontrole da covid-19 no Brasil assusta a Am�rica do Sul


21/03/2021 16:00

Peru e Col�mbia proibiram voos do Brasil. O Uruguai mandou mais doses de vacinas para a fronteira com o Rio Grande do Sul. O Chile prev� poss�vel quarentena para quem chega do Brasil. Os argentinos impuseram restri��es � entrada de brasileiros e a Venezuela tem medo da variante surgida no Pa�s.

L�der de contamina��es e mortes em n�meros absolutos e relativos na regi�o, o Brasil desperta preocupa��o nos vizinhos. Este � o sentimento predominante em entrevistas feitas pelo Estad�o com moradores de pa�ses sul-americanos.

Na semana passada, a Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) afirmou ter grande preocupa��o com a letalidade e a transmiss�o do v�rus entre os brasileiros. "Se o Brasil n�o for s�rio, continuar� afetando sua vizinhan�a - e al�m", afirmou Tedros Adhanom, diretor da OMS. O Brasil � o terceiro pa�s com mais vizinhos no planeta - faz fronteira com 9 na��es, al�m da Guiana Francesa, ficando atr�s de R�ssia e China. "Muitos est�o caminhando na dire��o certa, mas n�o � o caso do Brasil", criticou Mark Ryan, da c�pula da OMS.

Embora tenha 3% da popula��o mundial, hoje um em cada quatro mortos por covid no mundo � brasileiro. O Pa�s registra ainda recordes negativos em sua m�dia de mortes desde o in�cio de mar�o, mostrando que a pandemia est� em seu pior momento.

Para Marcos Azambuja, exembaixador do Brasil na Argentina, o Pa�s precisa "voltar aos trilhos" e agir depressa no momento em que a pandemia perde for�a em outras partes do mundo, com a vacina��o. "O Brasil n�o pode ser retardat�rio. N�o pode se transformar num p�ria sanit�rio do planeta", disse.

"Como grande laborat�rio da imunidade de rebanho, o Brasil tornou-se uma amea�a para a seguran�a da sa�de global", afirma a professora Deisy Ventura, coordenadora da p�s-gradua��o em sa�de global da USP. "Al�m de sequelas, mortes evit�veis e do custo para o sistema de sa�de em insumos e leitos, a dissemina��o do v�rus favorece muta��es virais e novas variantes."

As restri��es afetam ainda os clubes brasileiros que disputam a Copa Libertadores. No in�cio do m�s, a Conmebol transferiu o jogo entre Ayacucho e Gr�mio do Peru para o Equador. A mudan�a foi necess�ria em raz�o do veto imposto pelas autoridades peruanas � entrada de brasileiros. Os peruanos jogaram no Brasil, j� que a tradicional regra de reciprocidade adotada entre na��es n�o se aplica a normas sanit�rias. Os brasileiros, portanto, t�m recebido tratamento diferente nos pa�ses vizinhos em rela��o ao dispensado a eles aqui.

Este problema n�o se restringe aos gramados. As restri��es deixaram o Brasil de fora do panamericano de mountain bike, que conta pontos para o ranking ol�mpico. As barreiras para a entrada de brasileiros em Porto Rico, sede da competi��o e territ�rio administrado pelos EUA, inviabilizaram a viagem, prejudicando a corrida dos atletas por uma vaga nos Jogos de T�quio.

Ao todo, 108 pa�ses impedem a entrada livre de brasileiros ou turistas que tenham passado por aeroportos no Pa�s, segundo levantamento do Estad�o, com base em dados da Associa��o Internacional de Transportes A�reos (Iata), sites de ag�ncias de viagens e contatos com as embaixadas no Brasil.

Brasil pediu doses aos EUA s� ap�s mobiliza��o

O governo brasileiro afirmou que come�ou a negociar com os EUA a importa��o de vacinas contra covid-19 no dia 13 de mar�o. A informa��o, revelada pelo Itamaraty, mostra que o Brasil, portanto, se movimentou para obter os imunizantes assim que soube do pedido de outros pa�ses, ap�s a Casa Branca ser pressionada a compartilhar seu estoque de doses e depois que a not�cia saiu na imprensa internacional.

No dia 11 de mar�o, o New York Times revelou que alguns pa�ses haviam requisitado o excedente de vacinas da Oxford/AstraZeneca que n�o est�o em uso. Segundo o jornal, autoridades do governo do presidente, Joe Biden, analisavam a possibilidade de enviar doses ao Brasil, que � considerado o novo epicentro global da pandemia e um celeiro mundial de novas cepas.

Na ocasi�o, um porta-voz da AstraZeneca afirmou ao jornal americano que a empresa era favor�vel � ideia de a Casa Branca enviar doses a outros pa�ses. O M�xico foi um primeiros a pedir que os EUA cedessem seu estoque. A requisi��o foi feita pelo presidente mexicano, Andr�s Manuel L�pez Obrador, no dia 1.� de mar�o, em reuni�o virtual com Biden.

No dia seguinte, 12 de mar�o, ap�s a publica��o do New York Times, o governo americano foi pressionado a responder se destinaria suas doses para pa�ses em necessidade. O questionamento foi feito por jornalistas em diferentes entrevistas coletivas em Washington.

Press�o

Segundo o pr�prio governo brasileiro, as negocia��es com os EUA come�aram no dia 13, portanto ap�s a ideia ser cogitada pela imprensa internacional, pela AstraZeneca e por outros pa�ses. "Desde o dia 13 de mar�o, o governo brasileiro, atrav�s do Itamaraty e da embaixada em Washington, em coordena��o com o Minist�rio da Sa�de, est� em tratativas com o governo dos EUA para viabilizar a importa��o pelo Brasil de vacinas do excedente dispon�vel nos EUA", dizia a mensagem publicana no perfil do Itamaraty no Twitter.

O tu�te da chancelaria brasileira veio um dia ap�s o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), encaminhar carta � vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, com pedido de permiss�o para comprar vacinas estocadas e ainda sem previs�o de aplica��o no pa�s.

Em of�cio a Kamala Harris, Pacheco justificou o pedido de "disponibilidade emergencial" das vacinas reconhecendo que o Brasil � o "atual epicentro" da pandemia e o avan�o do coronav�rus no Pa�s representa um risco ao Ocidente.

Nesta semana, ap�s press�o interna e externa, a Casa Branca anunciou que tem 7 milh�es de doses da vacina da Oxford/AstraZeneca para entregar a outros pa�ses. Os imunizantes n�o est�o em uso, porque ainda est�o em fase de estudos.

Na quinta-feira, os americanos concordaram com o envio de 2,5 milh�es de doses ao M�xico e de 1,5 milh�es ao Canad�. Reportagens recentes na imprensa americana informam que os EUA possuem um estoque de pelo menos 30 milh�es de doses da vacina da Oxford/AstraZeneca, um n�mero que a Casa Branca n�o confirma.

Durante a semana, em entrevista coletiva na Casa Branca, a porta-voz da presid�ncia, Jen Psaki, confirmou que h� pedidos de vacina feitos por v�rios pa�ses, sem revelar quais. O Brasil � um dos que poderia ser beneficiado pelo compartilhamento de doses, pois j� aprovou o uso da vacina da Oxford/AstraZeneca e � considerado pela comunidade internacional como uma amea�a global em raz�o do descontrole da pandemia.

Questionados pela reportagem do Estad�o sobre o atraso no in�cio das negocia��es com os EUA, o Itamaraty afirmou que responder� "oportunamente". O Minist�rio da Sa�de, por sua vez, afirmou que a quest�o est� na al�ada da Casa Civil e do Minist�rio das Rela��es Exteriores.

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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