O governo grego havia planejado celebra��es com a presen�a de muitas autoridades estrangeiras, mas a pandemia de coronav�rus acabou com os planos
Apesar da crise de sa�de, Atenas receber� os representantes de alguns pa�ses que ajudaram a Gr�cia em sua revolu��o de quase uma d�cada. Entre as presen�as anunciadas est�o o primeiro-ministro russo, Mikhail Mishustin, e o pr�ncipe Charles - herdeiro do trono brit�nico - com sua esposa Camilla.
O presidente franc�s, Emmanuel Macron, n�o comparecer� devido � situa��o da pandemia em seu pa�s.
Uma frota conjunta brit�nica, francesa e russa derrotou os otomanos em 1827 durante a batalha de Navarino, um momento decisivo na guerra da independ�ncia.
Para o bicenten�rio, a Fran�a emprestou ao pa�s uma obra do s�culo XVIII que retrata a "Escola de Atenas" de Rafael, que ser� exibida pela primeira vez na Gr�cia.
Al�m disso, ca�as franceses devem sobrevoar a capital grega ao lado de F-16 americanos em 25 de mar�o, a data associada ao in�cio da revolu��o grega.
Na quinta-feira, na Pra�a da Constitui��o, perto do Parlamento grego, soldados desfilar�o com trajes tradicionais do conflito de 1821, diante da presidente da Rep�blica, Katerina Sakellaropoulou, e do primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis.
Com exposi��es e monumentos, as autoridades gregas desejam prestar homenagem aos filelenos, os combatentes estrangeiros que lutaram ao lado da Gr�cia.
- "Um dever" para a Europa -
A guerra de independ�ncia grega comoveu a Europa ocidental "n�o apenas pela invoca��o da gl�ria (da antiga Gr�cia), mas tamb�m pela mensagem universal de liberdade", explica � AFP Konstantina Zanou, especialista na regi�o do Mediterr�neo na Universidade de Columbia.
"Ajudar os gregos era considerado um 'dever' para a Europa, a �nica forma de honrar a Gr�cia por sua contribui��o para o nascimento da civiliza��o ocidental", afirma.
No s�culo XIX, a elite europeia tinha muito interesse pela Gr�cia cl�ssica.
"Nossas leis, nossa literatura, nossa religi�o, nossas artes t�m suas ra�zes na Gr�cia", escreveu Bercy Byssus Shelley em sua trag�dia "Hellas" (1821).
Entre os combatentes estrangeiros estava o poeta brit�nico Lord Byron, �cone do romantismo europeu, que morreu durante o cerco de 1824 a Mesolongi, cidade s�mbolo da revolu��o.
"Maratona contempla o mar. E pensando ali por uma hora sozinho, sonhei que a Gr�cia ainda poderia ser livre", escreveu Byron em seu poema Don Juan, de 1819.
A mensagem do "hero�smo" hel�nico prevalecia nos textos dos jornais europeus, apesar das atrocidades gregas, e inspirou obras do franc�s Eug�ne Delacroix e do alem�o Peter Von Hess.
Depois da batalha de Navarino, os otomanos se negaram temporariamente a aceitar a rendi��o, mas uma nova vit�ria russa em 1829 permitiu o in�cio de negocia��es, que resultaram no protocolo de Londres, que proclamou a independ�ncia da Gr�cia.
"Estabelecendo um Estado crist�o (...) as grandes pot�ncias definiram os B�lc�s como as novas fronteiras da Europa", explica � AFP Yanni Kotsonis, professor de Hist�ria no Jordan Center da Universidade Nova York.
O Estado soberano grego foi uma "inova��o" depois da ordem deixada pelas guerras napole�nicas na Europa, recorda Ada Dialla, professora de Hist�ria Europeia e Russa na Escola de Belas Artes de Atenas.
"A revolu��o grega serviu para definir ou redefinir as fronteiras da Europa".
ATENAS