"O que vimos neste inc�ndio � algo que nunca vimos antes nesses campos. � enorme. � devastador", disse o representante do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados em Bangladesh, Johannes van der Klaauw, a rep�rteres em Genebra, por meio de um link de v�deo a partir de Dacca.
"At� o momento, confirmamos 15 mortos, 560 feridos, 400 pessoas desaparecidas e pelo menos 10.000 abrigos destru�dos. Isso significa que pelo menos 45.000 pessoas est�o sendo deslocadas e para as quais agora buscamos abrigo provis�rio", relatou.
A Organiza��o Internacional para as Migra��es (OIM) prometeu US$ 1 milh�o em ajuda imediata. "Outros US$ 20 milh�es ser�o necess�rios para suprir as necessidades mais urgentes", disse a porta-voz Angela Well.
O inc�ndio come�ou na segunda-feira (22) e durou mais de 10 horas, declarou � AFP Mohammad Yasin, um rohingya. Espessas colunas de fuma�a sa�am dos abrigos em chamas, onde centenas de bombeiros e trabalhadores humanit�rios lutavam contra as chamas e ajudavam a retirar os refugiados.
"Quase 10.000 barracas foram incendiadas", disse mais cedo � AFP o secret�rio de gest�o de cat�strofes e ajuda de Bangladesh, Mohsin Chowdhury.
"Criamos uma comiss�o de sete membros para investigar o inc�ndio", completou.
Os bombeiros conseguiram controlar as chamas na �rea por volta da meia-noite (hor�rio local).
Quase um milh�o de membros desta minoria mu�ulmana de Mianmar vivem em condi��es prec�rias em campos do distrito de Cox's Bazar desde que fugiram da repress�o militar em seu pa�s em 2017.
O inc�ndio foi o terceiro registrado em campos rohingyas em quatro dias, disse � AFP um oficial do corpo de bombeiros, que n�o soube determinar as causas dos incidentes.
Na sexta-feira, dois inc�ndios destru�ram dezenas de abrigos de rohingyas, segundo as autoridades.
As autoridades indicaram que o inc�ndio come�ou em um dos 34 acampamentos, que incluem mais de 3.000 hectares, e depois se propagou para outros tr�s, o que obrigou os refugiados a fugirem com o que conseguiram salvar.
De acordo com a organiza��o Refugees International, o fogo destruiu milhares de cabanas improvisadas de lona e bambu.
"Esta trag�dia � uma lembran�a terr�vel da posi��o vulner�vel dos refugiados rohingyas, retidos entre condi��es cada vez mais prec�rias em Bangladesh e a realidade de um pa�s agora governado pelos militares respons�veis pelo genoc�dio que os obrigou a fugir", afirmou a organiza��o.
"Estamos prestando ajuda por meio do fornecimento de alimentos e �gua, assim como de abrigos de emerg�ncia para as pessoas que perderam suas casas", disse M. A. Halim, diretor de opera��es em Cox's Bazar do Crescente Vermelho de Bangladesh.
Ele tamb�m anunciou que s�o necess�rios "esfor�os ainda maiores" nas pr�ximas semanas, especialmente com a aproxima��o da temporada de ciclones.
O inspetor de pol�cia Gazi Salahuddin disse que o inc�ndio ficou ainda mais grave com a explos�o de botij�es de g�s que os refugiados usam para cozinhar.
"Este � o maior inc�ndio desde o fluxo de rohingyas em agosto de 2017", disse � AFP o comiss�rio adjunto para os refugiados, Shamsud Douza.
Ele afirmou que alimentos foram distribu�dos entre os deslocados, e volunt�rios tentam proporcionar todo apoio humanit�rio necess�rio.
- "Uma coincid�ncia muito grande" -
O representante dos rohingyas, Sayed Ullah, pediu "uma investiga��o imediata" e disse que a natureza dos inc�ndios gera muita preocupa��o.
"N�o sabemos por que estes inc�ndios se repetem nos campos. Precisamos de uma investiga��o adequada e completa", disse � AFP.
"Muitas crian�as est�o desaparecidas, e algumas n�o conseguiram fugir, devido ao arame farpado nos campos", lamentou.
"N�o conseguimos fugir por causa da cerca. Minha filha menor ficou gravemente ferida", lamentou Myo Min Khan.
A pol�cia rebateu a acusa��o e alegou que apenas uma parte pequena do campo estava com cercas.
Em janeiro deste ano, aconteceram dois grandes inc�ndios nos campos, que deixaram milhares de rohingyas sem casas e destru�ram quatro escolas constru�das pelo Fundo das Na��es Unidas para a Inf�ncia (Unicef).
O diretor da Anistia Internacional para o Sul da �sia, Saad Hammadi, disse que a "frequ�ncia dos inc�ndios nos campos � uma coincid�ncia muito grande, sobretudo, porque n�o s�o conhecidos os resultados das investiga��es pr�vias sobre os incidentes, e estes se repetem".
COX'S BAZAR