Durante cinco dias, de 1� a 5 de abril, o pa�s viver� uma "pausa", com contatos entre pessoas limitados ao m�nimo e apenas lojas de alimentos autorizadas a abrir, anunciaram nesta ter�a-feira (23) Angela Merkel e os 16 L�nder, ap�s mais de doze horas de negocia��es.
"A situa��o � s�ria, muito s�ria", alertou a chanceler. "O n�mero de casos est� aumentando exponencialmente e os leitos de terapia intensiva est�o se enchendo de novo", disse Merkel em uma entrevista coletiva realizada no meio da noite.
Nessas condi��es, "� importante aproveitar o per�odo da P�scoa para conter a din�mica das infec��es", ressaltou nesta ter�a o vice-chanceler, Olaf Scholz.
A taxa de incid�ncia atingiu hoje 108,1 casos por 100.000 pessoas, em alta constante nas �ltimas semanas, com mais de 7.700 novos casos e 50 mortes registradas nas �ltimas 24 horas.
- Pandemia "mais letal" -
A Alemanha vive uma "nova pandemia (...) claramente mais letal, claramente mais infecciosa e contagios", advertiu a chanceler.
Um dispositivo batizado de "frenagem de emerg�ncia", negociado no in�cio de mar�o e que prev� restri��es adicionais quando a taxa de incid�ncia ultrapassa 100, ser� acionado, segundo Merkel.
J� n�o se trata de considerar flexibiliza��es: as restri��es em vigor desde o final de 2020, como as restri��es � participa��o em reuni�es privadas, o fechamento de certas lojas n�o essenciais e tamb�m de locais de cultura e lazer, est�o prorrogadas at� 18 de abril.
A hip�tese de toque de recolher foi, no entanto, descartada, assim como o fechamento das escolas. As aulas j� haviam sido interrompidas de dezembro a fevereiro e muitos alunos ainda n�o voltaram �s aulas ou frequentam apenas um dia em cada dois.
A maioria dos locais culturais, como clubes esportivos, no entanto, permanecer� fechada, pelo menos at� meados de abril, apesar das tentativas dos teatros e salas de espet�culos de Berlim de receber novamente p�blico testado no mesmo dia.
Para lidar com a crise, o governo e as regi�es apostam na campanha de vacina��o, que ainda n�o deslanchou. O pa�s, no fim do pelot�o europeu, vacinou com duas doses menos de 5% de sua popula��o.
"Estamos numa corrida pela vacina��o, que deve se tornar eficaz o mais r�pido poss�vel", alertou a chanceler.
Neste contexto, ela levantou a voz contra a anglo-sueca AstraZeneca, que vem acumulando atrasos nas entregas, e afirma apoiar a amea�a da Uni�o Europeia de bloquear as exporta��es de vacinas para fora da Europa.
Essas novas medidas surgem em um momento em que o descontentamento aumenta entre a popula��o, ap�s mais de um ano de esfor�os.
Os avi�es que partem para Maiorca, um destino popular para os alem�es e que deixou de ser zona de risco, est�o cheios de turistas.
"No geral, o fato de haver recep��es de turistas em Maiorca criou uma situa��o que n�o � simples", disse Merkel, mais uma vez aconselhando os alem�es "a n�o viajar este ano".
O governo e as regi�es concordaram em exigir que os turistas vindos do exterior sejam testados antes de embarcar no avi�o de volta.
"A impaci�ncia n�o deve se tornar nossa fraqueza", argumentou o ministro-presidente da Bav�ria, Markus S�der, defensor de severas restri��es desde o in�cio da epidemia. Ele tamb�m � um dos favoritos para suceder Merkel.
Mas, salpicado por esc�ndalos envolvendo alguns deputados e criticado por sua gest�o da pandemia, o campo conservador da chanceler n�o tem mais garantia de vencer as elei��es legislativas de 26 de setembro.
ASTRAZENECA
BERLIM