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Estado de Minas PARIS

'Califado', ou n�o, Estado Isl�mico mant�m ambi��es


23/03/2021 12:03

Mar�o de 2019: as for�as curdas anunciam o fim do "califado" autoproclamado do grupo Estado Isl�mico (EI). Dois anos depois, a organiza��o extremista mais brutal da hist�ria moderna permanece t�o ativa quanto perigosa, provavelmente por muito tempo.

Embora n�o controle mais um territ�rio t�o grande quanto o Reino Unido, entre o Iraque e a S�ria, como em seu auge, o EI mant�m sua terr�vel capacidade de causar danos.

"Por enquanto, permanece discreto, mas mant�m seu projeto de insurrei��o no Iraque e na S�ria, de presen�a cibern�tica global e mantendo uma estrutura que lhe permita realizar ataques terroristas", destacou em fevereiro o chefe do Comando Central dos Estados Unidos, general Kenneth McKenzie.

Pouco depois, a Fran�a exigiu uma reuni�o da coaliz�o internacional, sob comando americano, argumentando que havia um "forte ressurgimento" do EI.

Sua preocupa��o n�o � infundada. Entre a queda de Baghuz (leste da S�ria), em 23 de mar�o de 2019, e o final de fevereiro de 2021, o EI reivindicou 5.665 opera��es militares em 30 pa�ses, ou seja, oito por dia, segundo um analista especializado que pede anonimato e publica suas pesquisas na conta do Twitter "Mister_Q".

E a press�o continua forte, como evidenciado pelo atentado suicida que matou mais de 30 pessoas em Bagd� em janeiro. Al�m da S�ria e do Iraque, onde o EI construiu sua notoriedade macabra com v�deos de crucifica��es, de prisioneiros mortos, ou queimados vivos em gaiolas, o grupo est� presente de Mo�ambique ao Egito e do Mali ao Sri Lanka, passando pelo C�ucaso e pelo Sudeste Asi�tico.

Ap�s a morte em um ataque americano de seu l�der Abu Bakr al-Baghdadi no final de 2019, Amir Mohamed al Mawla lhe sucedeu com a maior discri��o. Seus objetivos s�o desconhecidos, mas o poder de sua rede � ineg�vel.

- Estrat�gia constante -

"O EI mant�m um ritmo constante", assinala o diretor do programa de contraterrorismo do Middle East Institute, Charles Lister.

"A decis�o, tomada anos atr�s, de ocultar e descentralizar o comando e controle ainda est� em vigor", completou.

Independentemente da �rea geogr�fica, as filiais do EI aplicam a mesma estrat�gia, diz "Mister_Q".

"Primeiro, se aproveitam da instabilidade do Estado para atingir as For�as Armadas em uma esp�cie de guerra de atrito. Depois, obrigam os inimigos do grupo a fugir do territ�rio e se posicionam como fiadores da seguran�a da popula��o", resume � AFP.

A terceira fase, o califado, chega apenas mais tarde. Mas o EI realmente precisa administrar uma regi�o?

"Na mente de seus membros, o califado ainda existe hoje", responde Charles Lister. "A ideia de que foi abolido � uma concep��o ocidental, alheia ao pr�prio grupo", explica.

Tore Hamming, pesquisador do departamento de estudos de guerra da King's College de Londres, aponta que as fissuras dentro do EI, esperadas para o final de 2019, n�o prosperaram.

"N�o acho que o grupo concorde com a ideia de que o califado acabou", diz � AFP. "No final do dia, seu l�der ainda � chamado de califa", argumenta, descrevendo a adaptabilidade "fascinante" do poder jihadista.

- Risco geracional -

Al�m disso, o EI experimenta gradualmente uma esp�cie de deslocamento geogr�fico. Ele mudou seu epicentro, em particular para a �frica Ocidental. A regi�o do Lago Chade � hoje uma das mais ativas do grupo no mundo.

"Ser� interessante ver se essa mudan�a se reflete na organiza��o formal do poder central", comenta Tore Hamming.

Por enquanto, por�m, a dire��o permanece no chamado Levante (S�ria e Iraque), onde a coaliz�o internacional sofreu com a pandemia de covid-19 e o desejo do governo de Donald Trump de reduzir as tropas americanas no Oriente M�dio.

� muito cedo para saber quais s�o os planos do presidente Joe Biden, mas Washington quer que seus "parceiros locais sejam ativados para continuar a luta contra o EI em suas respectivas �reas e sem ajuda externa", disse o general McKenzie.

A bandeira preta do EI, acrescenta, continuar� a flamular enquanto sua ideologia persistir. Segundo a autoridade americana, 62 mil pessoas vivem no campo de prisioneiros de Al-Hol, na �rea s�ria mantida pelos rebeldes curdos. Uma juventude criada na mis�ria, na viol�ncia di�ria, no fanatismo religioso e no �dio ao Ocidente.

"O risco de longo prazo � a doutrina��o sist�mica dessa popula��o", teme. "Deixar de resolver isso significa que o EI nunca ser� realmente derrotado", acredita. E ele completa: "Ignorar n�o vai fazer com que desapare�a".

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