A audi�ncia no Congresso, realizada de forma remota, foi a quarta de Mark Zuckerberg, do Facebook, e Jack Dorsey, do Twitter, desde julho passado, e a terceira de Sundar Pichai, da Google, outra evid�ncia de como o vasto poder econ�mico e pol�tico das empresas as colocou na mira tanto dos democratas quanto dos republicanos.
O debate come�ou com os congressistas rebatendo as explica��es dos executivos sobre seus esfor�os para acabar com o conte�do prejudicial. "Est� dolorosamente claro que nem o mercado, nem a press�o p�blica, ir�o for�ar as empresas de redes sociais a tomar as a��es firmes necess�rias para eliminar a desinforma��o e o extremismo de suas plataformas. Por isso, � o momento de que o Congresso e este comit� legislem", declarou o deputado Frank Pallone, presidente da comiss�o da C�mara dos Representantes onde aconteceu a audi�ncia. "Em vez de limitar o alcance dessas informa��es, Facebook, Google e Twitter criaram modelos de neg�cio que exploram a prefer�ncia do c�rebro humano pelo conte�do divisionista, para prender os americanos em suas plataformas contra o interesse p�blico."
Durante a audi�ncia, os democratas criticaram as plataformas por n�o terem conseguido frear a desinforma��o sobre as vacinas contra a Covid-19 nem as incita��es que antecederam a invas�o do Capit�lio, em janeiro. "Chegou a hora de responsabilizar as plataformas eletr�nicas por seu papel no aumento da desinforma��o e do extremismo", disse Frank Pallone, presidente do Comit� de Energia e Com�rcio da C�mara dos Representantes. O ataque ao Capit�lio "foi motivado, iniciado e alimentado por suas plataformas", denunciou o deputado Mike Doyle.
- Liberdade de express�o x modera��o -
Os executivos afirmaram que trabalham a fundo para evitar o conte�do prejudicial. "Acreditamos na liberdade de express�o, no debate livre e no di�logo para encontrar a verdade", afirmou Jack Dorsey. "Ao mesmo tempo, devemos equilibrar isso com nosso desejo de que nosso servi�o n�o seja usado para semear confus�o, divis�o ou distra��o, o que faz com que a liberdade para moderar o conte�do seja fundamental para n�s."
Mark Zuckerberg assinalou que lutar contra o conte�do falso e danoso � um desafio complexo. "As pessoas costumam dizer coisas que n�o s�o verific�veis, mas que dizem respeito a experi�ncias vividas. Acho que devemos ser cuidadosos ao restringir isso. Por exemplo, se algu�m se sente intimidado ou discriminado enquanto vota. Acho que deve poder compartilhar sua experi�ncia, n�o acredito que algu�m queira um mundo onde voc� s� pode dizer coisas que as empresas privadas consideram que s�o verdade. Tampouco queremos que se divulgue desinforma��o que mine a confian�a nas vacinas, desestimule as pessoas a votar ou cause outros danos."
Sundar Pichai, cuja empresa inclui o YouTube, defendeu as a��es da plataforma de v�deo, dizendo que removeu "850 mil v�deos e foram bloqueados cerca de 100 milh�es de an�ncios ligados � Covid em 2020".
- Reformas -
Mark Zuckerberg prop�s aos deputados a reforma de uma lei de 1996 que protege as plataformas do conte�do publicado por terceiros, sugerindo que as empresas possuem sistemas para filtrar e remover conte�do ilegal. Os congressistas pretendem apresentar suas pr�prias propostas de reforma.
"A regula��o que buscamos n�o tenta limitar a liberdade de express�o, protegida pela Constitui��o, mas deve responsabilizar as plataformas quando as mesmas s�o usadas para incentivar a viol�ncia e o �dio, ou, como no caso da pandemia, divulgar uma desinforma��o que custa milhares de vidas", esclareceu o deputado democrata Jan Schakowsky.
Alguns congressistas argumentaram que plataformas como o Facebook usam algoritmos que amplificam conte�do incendi�rio e tentam manter as pessoas por mais tempo em suas redes, para aumentar sua receita. "H� uma percep��o bastante err�nea de como os algoritmos trabalham" respondeu Zuckerberg, afirmando que as redes tentam "ajudar as pessoas a ter intera��es sociais significativas. Isso � muito diferente de instalar um algoritmo" que leve ao v�cio, defendeu.
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