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Estado de Minas PEQUIM

Os jovens chineses, loucos pelo 'voguing', uma dan�a LGTBQ


31/03/2021 09:52

Couro, peruca, salto agulha e glitter. Na China, as minorias sexuais se liberam ao ritmo do "voguing", um estilo de dan�a inspirado nos desfiles de moda que as "drag queens" adaptaram ao seu gosto.

L�sbicas, gays, transg�neros, bissexuais e "queers" (LGTBQ) sofrem press�o familiar, social e pol�tica e t�m dificuldades de se assumir em um pa�s que esperou at� 2001 para parar de considerar a homossexualidade uma doen�a mental.

� por isso que, nesta noite de s�bado, est�o loucos de alegria com o maior baile de "voguing" organizado na austera capital chinesa.

Desfilando na pista ao som de m�sica house ensurdecedora, os dan�arinos, muito maquiados, eletrizam o p�blico com suas poses obscenas e movimentos caracter�sticos do "voguing".

Livres, centenas de jovens LGTBQ chineses, muitos deles vindos de longe, gritam com entusiasmo, enquanto os jurados selecionam os melhores dan�arinos.

"� a recria��o dos marginalizados", estima o organizador da festa, Li Yifan, mais conhecido como "Bazi".

Aos 27 anos, este pilar da vida noturna de Pequim d� aulas de "voguing", uma dan�a "com forte vitalidade" que reflete "o esp�rito de resist�ncia das minorias sexuais".

- De Nova York a Pequim -

O "voguing" decolou entre a comunidade gay de Nova York na d�cada de 1970, especialmente nas comunidades negra e latina. Madonna deu mais visibilidade em 1990 com seu hit "Vogue".

Depois de passar pelo Jap�o e pela Coreia do Sul, o fen�meno atingiu recentemente a China por meio de Taiwan, Hong Kong e, finalmente, Xangai.

� "uma subcultura dentro de outra subcultura", mas est�-se preparando para se tornar dominante, assegura Bazi.

"O voguing prospera aqui h� dois anos", diz Huahua, de 23 anos, que se define como "queer n�o bin�rio" (uma pessoa que n�o se sente homem, ou mulher).

"Os f�s s�o muito jovens, mas tamb�m muito entusiasmados e apaixonados. Como mudas que criam ra�zes em todos os lugares".

Huahua entrou na competi��o com longas tran�as e uma capa preta. Come�ou no "voguing" em 2016 e logo foi fisgado pelos movimentos extravagantes que lembram os velhos filmes de Hollywood e desfiles de alta-costura.

- 'Hist�ria tr�gica' -

O "voguing" � como "uma liberta��o, uma forma de sentir felicidade pela primeira vez na minha vida", explica Huahua, que teve uma adolesc�ncia dif�cil, devido � sua diferen�a sexual.

Dan�ar "j� faz parte da minha vida. N�o ando normalmente, mas como se andasse como uma modelo".

Na China, o "voguing" tamb�m � popular entre as jovens heterossexuais, diz Bazi porque, como as pessoas LGBTQ, "elas s�o oprimidas pelo patriarcado".

Alguns temem, por�m, que, quando entrar na moda, acabe se comercializando e perdendo o contato com suas ra�zes.

"O voguing tem uma hist�ria tr�gica", lembra Huahua.

"� uma dan�a nascida do sofrimento de toda uma gera��o confrontada com o racismo, a intoler�ncia e a depress�o", insiste, acrescentando que muitos dos pioneiros desta forma art�stica morreram de aids.

"Se quisermos populariz�-lo, as pessoas precisam entender a hist�ria por tr�s dele", frisou.


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