O processo em Minneapolis � acompanhado com expectativa nos Estados Unidos, no qual muitas emissoras transmitem trechos ao vivo com os depoimentos, depois que a morte do afro-americano Floyd desencadeou uma onda de protestos contra o racismo n�o vista h� d�cadas.
Floyd morreu depois que Chauvin o imobilizou por v�rios minutos colocando o joelho em seu pesco�o. O ex-policial, que se declarou inocente, pode pegar at� 40 anos de pris�o se for condenado pela acusa��o mais grave, homic�dio em segundo grau.
Courteney Ross, uma cidad� branca que manteve um relacionamento com o Floyd de 2017 at� sua morte, em 25 de maio, � a primeira pessoa pr�xima ao falecido a testemunhar no julgamento.
Nos dias anteriores, o processo incidiu sobre as pessoas que testemunharam a sua morte, com depoimentos bastante incriminat�rios para o ex-policial.
A mulher de 45 anos respondeu �s perguntas com dificuldade, chorando e solu�ando na maioria das vezes. Em seu relato, ela contou os detalhes do in�cio do seu relacionamento, como Floyd se aproximou dela e a conquistou com sua voz grave e a sugest�o de rezarem juntos, num momento em que se viu angustiada.
O promotor Matthew Frank aproveitou o interrogat�rio para questionar sobre o v�cio em opi�ceos que Floyd e Ross compartilhavam.
"Floyd e eu vivemos a cl�ssica hist�ria do v�cio em opi�ceos", contou. "Ficamos viciados e tentamos muito interromper o v�cio muitas vezes", acrescentou Ross.
Ambos tinham receita para comprimidos opioides sedativos e, ap�s se viciarem, passaram a comprar essas drogas na rua ou no mercado negro.
- "Uma t�tica f�cil" -
Segundo a namorada, apesar do v�cio, Floyd, um homem que tinha quase dois metros de altura e pesava 100 quilos, mantinha um estilo de vida saud�vel e praticava exerc�cios diariamente.
"Ele estava treinando com pesos que eu n�o conseguia nem levantar", afirmou a mulher, que acha que lidar com v�cios � uma luta para toda a vida.
"N�o � algo que vem e depois vai, � algo contra o qual voc� tem que lutar para sempre".
Uma linha importante de defesa do ex-policial � o fato de que, no momento de sua morte, Floyd estava sob efeito de fentanil (um opioide sint�tico), teria a subst�ncia no sangue, que o advogado afirma ter contribu�do para sua morte.
O advogado de defesa Eric Nelson entrou em cena tendo como foco de suas perguntas a natureza das drogas usadas, como o casal as obteve e um epis�dio em mar�o em que Floyd teve uma overdose e teve de ser hospitalizado.
O advogado tamb�m destacou que �s vezes eles compravam as drogas de duas pessoas que estavam com Floyd no momento de sua morte.
Um deles, Maurice Hall, entrou com um recurso de �ltima hora na quinta-feira para evitar depor.
A estrat�gia de Nelson gerou indigna��o na fam�lia Floyd, que denunciou "uma t�tica f�cil quando voc� sabe que tem os fatos contra voc�".
"Existem dezenas de milhares de americanos que lutam contra a automedica��o e o v�cio em opi�ceos e s�o tratados com dignidade, com respeito e apoio e n�o com brutalidade", afirmaram os advogados da fam�lia da v�tima em comunicado no qual afirmavam confiar na capacidade do j�ri de enxergar mais longe.
MINNEAPOLIS