Quase 600 civis, incluindo mais de 40 crian�as e adolescentes, morreram v�timas da repress�o desde o golpe de Estado de 1� de fevereiro, que derrubou o governo de Suu Kyi, segundo a Associa��o de Assist�ncia a Presos Pol�ticos (AAPP).
Desde o golpe, quase 2.700 pessoas foram detidas e muitas est�o desaparecidas - as fam�lias e os advogados n�o t�m not�cias
"Nosso comit� recebeu 180.000 elementos (...) que mostram viola��es em larga escala dos direitos humanos por parte dos militares", afirmaram os deputados do Comit� para a Representa��o da Pyidaungsu Hluttaw (CRPH, na sigla em ingl�s), o nome do Parlamento birman�s.
As den�ncias incluem execu��es extrajudiciais, torturas e deten��es ilegais.
As provas ser�o enviadas ao mecanismo de investiga��o independente sobre Mianmar da ONU, indicou o CRPH, formado por deputados destitu�dos da Liga Nacional para a Democracia (LND), partido de Aung San Suu Kyi, que entraram na clandestinidade.
Nesta quarta-feira aconteceu uma reuni�o sobre o tema, tuitou o dr. Sasa, enviado especial do CRPH para a ONU.
- "Crimes contra a humanidade" -
O principal especialista independente com mandato da ONU, Tom Andrews, j� havia denunciado prov�veis "crimes contra a humanidade" em meados de mar�o.
O comandante da junta, Min Aung Hlaing, declarou que resolver� a crise "de forma democr�tica", de acordo com declara��es publicadas pelo jornal Global New Light of Myanmar, controlado pelo Estado.
O movimento de desobedi�ncia civil, com dezenas de milhares de trabalhadores em greve contra o regime militar, "pretende destruir o pa�s (...) paralisando o funcionamento de hospitais, escolas, estradas, escrit�rios e f�bricas", disse.
O general citou apenas 248 mortes entre os manifestantes desde o golpe e afirmou que 16 soldados faleceram nos protestos - outros 260 ficaram feridos.
Ao mesmo tempo, as for�as de seguran�a prosseguem com a violenta repress�o.
Pelo menos tr�s pessoas morreram depois que foram atingidas por tiros e v�rias ficaram feridas nesta quarta-feira na cidade de Kalay (noroeste). O ex�rcito abriu fogo contra os manifestantes que estavam escondidos atr�s de barricadas improvisadas.
Os militares "utilizaram lan�a-foguetes e o n�mero de v�timas pode ser maior", disse � AFP um membro da associa��o Women For Justice, que n�o revelou sua identidade por temer repres�lias.
O acesso � internet permanece bloqueado para a maior parte da popula��o desde que a junta ordenou a suspesns�o dos dados m�veis e as conex�es wifi.
Mais de 100 personalidades - cantores, modelos, jornalistas - t�m ordens de deten��o pela acusa��o de difundir informa��es que poderiam provocar motins nas For�as Armadas.
"Quando n�o encontra as pessoas que procuram o ex�rcito toma os parentes como ref�ns", afirmou a AAPP. "Muitas pessoas s�o assassinadas durante os interrogat�rios", completou a ONG.
Apesar da viol�ncia, a mobiliza��o pr�-democracia n�o perde for�a.
Em Mandalay, segunda maior cidade do pa�s, os grevistas protestaram nesta quarta-feira e fizeram o gesto com tr�s dedos, um s�mbolo da resist�ncia e retirado da s�rie de livros e filmes "Jogos Vorazes".
Al�m disso, v�rios grupos �tnicos armados declararam apoio ao movimento pr�-democracia.
Mas os generais ignoram as cr�ticas e se aproveitam das divis�es da comunidade internacional.
YANGON