"Isso � uma epidemia, pelo amor de Deus, e tem que parar", afirmou o presidente democrata, referindo-se aos tiroteios como uma "crise de sa�de p�blica". O presidente foi pressionado por aliados democratas a tomar medidas ap�s os tiroteios recentes no Colorado, na Ge�rgia e na Calif�rnia.
Sem um acordo prov�vel no Congresso para aprovar uma reforma ampla, que, por exemplo, exija do comprador um relat�rio de antecedentes criminais, Biden anunciou seis decretos para tentar abordar o problema. Ele apresentou um plano limitado para evitar a propaga��o das armas fantasma, produzidas de forma artesanal, �s vezes com impressoras 3D.
Biden prop�s tamb�m aumentar a regulamenta��o sobre os suportes de bra�o desenhados para estabilizar as pistolas, um dispositivo usado pelo homem que matou 10 pessoas no Colorado no m�s passado. "Chegou a hora da a��o", anunciou o presidente, que se referiu � situa��o como uma "vergonha internacional".
O chefe de Estado americano se comprometeu a apoiar as ag�ncias envolvidas na luta contra esse tipo de viol�ncia, e pediu um relat�rio aprofundado sobre o problema, respons�vel pela morte de cerca de 40 mil pessoas por ano no pa�s.
- Proibir os fuzis -
Biden reconheceu que o debate sobre as armas � dif�cil nos Estados Unidos, mas afirmou que h� mais espa�o para um entendimento do que se pensa. Ele assinalou que suas propostas s�o apenas o come�o, e convocou o Congresso a aprovar medidas como o controle de antecedentes criminais e o fim da venda de fuzis, que costumam ser usados nos tiroteios em massa.
O presidente americano promete h� tempos rigidez contra a cultura das armas nos Estados Unidos, que, segundo ele, alimenta uma epidemia de tiroteios em massa, assim como o fluxo di�rio de crimes e suic�dios. O democrata se declara defensor de um controle mais severo dos antecedentes para os compradores das armas de fogo e da proibi��o dos fuzis do tipo militar, como o AR-15. As duas ideias enfrentam uma forte resist�ncia no Congresso.
O AR-15, uma semiautom�tica parecida com o emblem�tico fuzil militar M16, foi apontada por muitos como a arma escolhida em uma s�rie de assassinatos em massa. Ao mesmo tempo, o fuzil � muito popular entre os tiroteios esportivos e os defensores das armas legais, simbolizando a divis�o ideol�gica do pa�s.
Em 1994, quando era senador, Biden apoiou a proibi��o os fuzis de assalto. A lei expirou uma d�cada depois e nunca foi renovada, com os republicanos cada vez mais r�gidos em sua oposi��o ao que descrevem como um ataque ao direito constitucional.
Depois dos tiroteios em Ge�rgia e Colorado, Biden pediu ao Congresso para proibir os fuzis de assalto e aprovar leis para uma melhor verifica��o dos antecedentes dos compradores de armas, mas as estreitas maiorias democratas em ambas as c�maras dificultam o tr�mite de iniciativas sobre este assunto t�o sens�vel nos Estados Unidos, onde a Constitui��o consagra o direito ao porte de armas.
Os an�ncios n�o foram bem recebidos pelos republicanos.
O l�der da minoria republicana na C�mara dos Representantes, Kevin McCarthy, expressou sua rejei��o no Twitter: "Os republicanos se opor�o fortemente (�s medidas) e usar�o todas as op��es, sejam legislativas ou judiciais, para proteger o direito de portar. Armas".
O congressista do Alabama Robert Aderholt afirmou que as a��es anunciadas por Biden s�o orientadas a "acalmar a esquerda radical e atentar contra o direito ao porte de armas, consagrado na Segunda Emenda". "Eles querem tirar suas armas", advertiu Jim Jordan, congressista de Ohio.
Al�m das medidas anunciadas, Biden aproveitou seu discurso na Casa Branca para nomear David Chipman, um defensor do controle das armas, como chefe da Ag�ncia de �lcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos (ATF), chave no combate � viol�ncia armada. Como reflexo da falta de unidade pol�tica no que se refere �s restri��es �s armas de fogo, a ATF n�o tem um diretor confirmado pelo Senado desde 2015.
WASHINGTON