Atr�s deles est�o dois candidatos de direita, o economista Hernando de Soto com 11,97% e o ultraconservador Rafael L�pez Aliaga com 11,90%, segundo a �ltima contagem do Escrit�rio Nacional Eleitoral (ONPE).
Castillo e Fujimori devem se enfrentar na vota��o de 6 de junho e o vencedor assumiria o 28 de julho, dia em que o Peru comemora o bicenten�rio de sua independ�ncia.
O novo governante ter� o desafio de superar a emerg�ncia de sa�de, com n�meros recordes de infec��es e mortes nos �ltimos dias, uma profunda recess�o econ�mica e crise pol�tica em um pa�s de 33 milh�es de pessoas.
A apura��o da elei��o para o Congresso unicameral de 130 membros avan�ava mais lentamente em paralelo e tamb�m era liderado pelos partidos de Pedro Castillo (Peru Livre) e Keiko Fujimori (For�a Popular) com 16,6% e 12,6%, respectivamente.
- A luta apenas come�ou -
"A mudan�a e a luta est�o apenas come�ando", disse Castillo, de 51 anos, que saiu do anonimato em 2017 ao liderar milhares de colegas em uma prolongada greve nacional.
Esse professor de escola rural come�ou a aparecer com possibilidades nas pesquisas e a se destacar entre os 18 candidatos h� apenas uma semana, ap�s percorrer silenciosamente o pa�s e apresentar bom desempenho nos debates eleitorais na televis�o.
"Com Castillo, temos uma esquerda anti-establishment que � socialmente conservadora e rejeita a economia de livre mercado", disse o cientista pol�tico Carlos Mel�ndez, que antecipa uma "vota��o complicada", disse � AFP.
Muitos se surpreenderam com o resultado da vota��o, que busca encerrar um per�odo turbulento de cinco anos no qual, desde 2018, assumiram quatro presidentes.
Em um pa�s sem partidos pol�ticos fortes e onde os pol�ticos pesam mais que a ideologia, um total de 18 candidatos concorreram � presid�ncia, sem favoritos.
"Infelizmente fomos surpreendidos por Castillo e estamos, portanto, preocupados, mas ao mesmo tempo, tamb�m, vendo que o pa�s est� realmente dividido", disse � AFP Rumi Cahuana, de 38 anos, de Lima.
- Bolsa e d�lar -
Na Bolsa de Lima, o �ndice Peru Geral, o mais representativo, caiu 2,29% nesta segunda-feira. Nove �ndices ca�ram e dois permaneceram est�veis, enquanto o d�lar subiu ligeiramente para 3,64 soles (0,44% a mais que na sexta-feira), mas logo baixou para 3,62, um pouco mais baixo que o fechamento de sexta-feira.
Um chefe do setor banc�rio, que pediu para ter sua identidade preservada, disse � AFP que "o resultado do primeiro turno n�o est� deixando uma rea��o negativa no mercado, como poderia ser previsto em princ�pio".
A empresa de pesquisas Ipsos havia antecipado que os c�dulas das regi�es rurais restantes favoreceriam a filha do ex-presidente preso Alberto Fujimori (1990-2000), embora De Soto estivesse em segundo lugar no in�cio da vota��o.
Fujimori, que disputa a presid�ncia pela terceira vez - perdeu para Ollanta Humala em 2011 e para Pedro Pablo Kuczynski em 2016 - diz ter "muita f�" na confirma��o de sua passagem para o segundo turno.
Ele est� sob o investiga��o do Minist�rio P�blico pelo esc�ndalo da construtora Odebrecht, que afetou tamb�m quatro ex-presidentes peruanos.
O Minist�rio P�blico, que se prepara para lev�-la a julgamento, anunciou em 11 de mar�o que buscaria uma senten�a de 30 anos de pris�o para Keiko Fujimori pelos supostos crimes de "crime organizado, lavagem de dinheiro e obstru��o da justi�a".
Se ela ganhar a presid�ncia, s� poder� ser levada a julgamento quando seu mandato de cinco anos terminar.
- "Antivoto" -
Entre Castillo e Fujimori se prev� "um segundo turno polarizado, disse o diretor da Ipsos no Peru, Alfredo Torres.
"Ambos t�m bastante antivotos. H� um sentimento anti-Fujimori em um setor da popula��o e em outro h� um sentimento anticomunista".
"O anticomunismo se deve � terr�vel experi�ncia com [a guerrilha mao�sta de] Sendero Luminoso [...] e, em certa medida, tamb�m se deve �s evid�ncias do fracasso do regime chavista na Venezuela", disse Torres � AFP.
"No Peru h� um milh�o de imigrantes venezuelanos e isso � visto como um mau sinal pelos peruanos", acrescentou.
Mas tamb�m haver� um confronto geogr�fico, segundo o Mel�ndez: "A elei��o deixa uma divis�o norte contra o resto do pa�s andino e rural".
IPSOS
LIMA