Guillermo Lasso nasceu em um lar humilde de Guayaquil, em 1955, e deu um salto para se tornar banqueiro antes de se lan�ar na pol�tica. Tentou se eleger presidente em 2013 e 2017, e foi derrotado duas vezes. Em sua terceira tentativa, tornou-se presidente do Equador, aos 65 anos.
Um liberal que reluta em eliminar a dolariza��o e um conservador em quest�es como aborto e casamento gay, Lasso teve dois reveses eleitorais, contra o ex-presidente Rafael Correa e o atual presidente, Len�n Moreno. Embora n�o exale o carisma de seus advers�rios, ele conseguiu convencer o eleitorado de que � o l�der certo para assumir o pa�s, que vive sua pior crise econ�mica e sanit�ria em d�cadas.
"N�o queremos riscos, como eliminar a dolariza��o. N�o acreditamos em ideias derivadas da in�pcia, n�o queremos improvisa��o e vamos mostrar que temos capacidade, vontade e experi�ncia", afirmou Lasso, em janeiro, durante o lan�amento de sua campanha, em Quito. A fala era uma refer�ncia aos coment�rios de seu rival, Andr�s Arauz, sobre uma eventual desdolariza��o da economia, que desde 2000 adotou o d�lar em substitui��o ao sucre.
Sem diploma universit�rio, mas com alto reconhecimento acad�mico, Lasso � o �ltimo de 11 irm�os. Desde os 15 anos, foi for�ado a trabalhar para pagar os estudos. Seu primeiro emprego foi na Bolsa de Valores, em uma tarefa simples: escrever no quadro-negro os pre�os das di�rias. Aos 22 anos, come�ou a trabalhar como gerente da Procr�dito, empresa que era a representante no Equador da financeira FeCr�dito, do Panam�. As duas se fundiram com a cria��o da Finansur, da qual ele se tornaria CEO, aos 30 anos.
Lasso cresceu no mundo financeiro at� se tornar o dono do Banco de Guayaquil, nos anos 90. Tamb�m ocupou o cargo de presidente executivo por 18 anos do banco, at� que, em 2012, renunciou para se dedicar � vida pol�tica, fundando o pr�prio movimento: Creando Oportunidades.
Antes de criar seu partido, ele j� havia participado da vida p�blica. Em 1998, o ent�o presidente Jamil Mahuad o nomeou governador de Guayas.
Ele ficou no cargo por um ano. Em 17 de agosto de 1999, quando uma crise econ�mica atingiu o Equador, Mahuad nomeou Lasso superministro da Economia. Lasso ent�o coordenava os minist�rios de Finan�as e Energia.
Na ocasi�o, ele foi o respons�vel pela dolariza��o. De acordo com seus cr�ticos, isso provocou o empobrecimento de milh�es de equatorianos e causou uma migra��o em massa. Lasso renunciou ao cargo um m�s depois. Ap�s sua sa�da, ele voltou a ser empres�rio.
Um ano depois de criar seu partido, em 2013, ele embarcou em sua primeira aventura presidencial e foi derrotado por Correa, o esquerdista reeleito. Na segunda tentativa, em 2017, Lasso perdeu para Moreno, ent�o amigo e parceiro de Correa, de quem posteriormente se distanciou em meio a acusa��es m�tuas de trai��o.
Desta vez, como nas duas campanhas anteriores, Lasso, casado e com cinco filhos, repetiu quase o mesmo discurso liberal. Embora seja visto como um pol�tico s�rio, n�o tem o apelo que alguns de seus advers�rios despertam.
Andr�s P�ez, que foi seu companheiro de chapa em 2017, disse que Lasso "n�o � um pol�tico tradicional e carism�tico que desperta paix�es nas multid�es, mas � o que o pa�s precisa neste momento". "� um homem frio para tomar decis�es, medita muito sobre o que vai fazer e tem grande sensibilidade para os problemas sociais", disse P�ez.
O plano de governo de Lasso inclui a cria��o de empregos por meio da aprova��o de novos mecanismos de contrata��o e maior presen�a de investidores estrangeiros, que pretende atrair mudando as leis. Ele tamb�m promete gerar riqueza a partir de petr�leo, minera��o e energia por meio da participa��o do setor privado para substituir o financiamento estatal.
O ex-banqueiro garantiu que vai criar 2 milh�es de empregos por meio do apoio a projetos produtivos em setores como agricultura, turismo e pesca. Lasso tamb�m prop�e uma abertura econ�mica, com integra��o com outros mercados internacionais. Em quest�es sociais, ele � visto como conservador, em raz�o de sua oposi��o � descriminaliza��o do aborto.
A virada estrat�gica da campanha incluiu um marketing de guerrilha. Ele usou o slogan #AndresNoMientasOtraVez ("Andr�s, n�o minta novamente") no debate na TV, em 21 de mar�o, ganhando mais for�a nas redes sociais. Paralelamente, fez um apelo a setores progressistas da sociedade: LGBTQ, ambientalistas, ativistas, com uma mensagem de uni�o e de esperan�a. (Com ag�ncias internacionais)
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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