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Estado de Minas T�QUIO

O que h� para saber sobre a �gua de Fukushima


13/04/2021 08:33

O governo japon�s formalizou nesta ter�a-feira (13) sua decis�o de despejar no oceano mais de um milh�o de toneladas de �gua tratada, mas ainda radioativa, da devastada usina nuclear de Fukushima Daiichi, uma opera��o que pode durar d�cadas.

As autoridades e especialistas asseguram que este despejo no Oceano Pac�fico n�o representa riscos para a sa�de humana ou para o meio ambiente, mas ONGs e pescadores locais se op�em fortemente ao projeto.

China e Coreia do Sul tamb�m est�o insatisfeitas.

Que �gua � essa?

Cerca de 1,25 milh�o de toneladas de �gua contaminada est�o armazenadas em mais de 1.000 cisternas perto da usina nuclear Fukushima Daiichi, no nordeste do Jap�o, devastada por um terremoto e tsunami em 11 de mar�o de 2011.

A �gua vem da chuva, de camadas subterr�neas ou foi usada para resfriar os n�cleos dos reatores nucleares que entraram em fus�o ap�s o tsunami.

Antes de ser descartada, a �gua � tratada com um Sistema Avan�ado de Processamento de L�quidos (ALPS), para remover a maioria das subst�ncias radioativas (radionucl�deos), mas n�o o tr�tio, que n�o pode ser removido com as t�cnicas dispon�veis atualmente.

O tr�tio s� � perigoso para a sa�de em doses muito altas, de acordo com especialistas. Ele se desintegra 50% ap�s 12 anos (uma a duas semanas no corpo humano), emitindo radia��o beta de baixa energia.

Qual o motivo desta escolha?

Como a capacidade de armazenamento do local vai saturar no segundo semestre de 2022, uma decis�o teve que ser tomada com urg�ncia sobre a �gua "tritiada".

Em janeiro de 2020, um grupo de especialistas contratado pelo governo defendeu sua dissolu��o progressiva no oceano, descartando assim a solu��o alternativa, que consistia na evapora��o no ar.

O despejo de �gua tritiada no mar "j� � praticado no Jap�o e no exterior" a partir de usinas em opera��o e, portanto, � "mais vi�vel", estimaram os especialistas.

A Ag�ncia Internacional de Energia At�mica (AIEA) tamb�m considera esta solu��o "consistente" com as pr�ticas "estabelecidas" em todo o mundo.

O porta-voz do governo japon�s, Katsunobu Kato, assegurou nesta ter�a-feira que a dilui��o no mar, a ser monitorada pela AIEA, reduziria os n�veis de tr�tio bem abaixo das normas nacionais e dos padr�es da Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) para �gua pot�vel.

Por que a pol�mica?

Organiza��es ambientalistas como o Greenpeace afirmam que a �gua de Fukushima cont�m outros elementos radioativos, como carbono-14, com o risco, segundo eles, de entrar na cadeia alimentar e danificar o DNA se as doses se acumularem no longo prazo.

Essas ONGs defendem o armazenamento sustent�vel at� que a tecnologia de filtragem de �gua melhore.

Os pescadores japoneses temem que isso prejudique sua imagem.

"A mensagem do governo de que a �gua n�o � perigosa n�o chega ao p�blico, esse � o grande problema", afirmou um diretor da associa��o sindical dos pescadores de Fukushima, consultado pela AFP h� alguns meses.

"Nossos parceiros comerciais nos dizem que deixar�o de vender nossos produtos" se o despejo ocorrer e alguns consumidores j� reclamaram, acrescentou. "Nossos esfor�os para restaurar a ind�stria pesqueira na �ltima d�cada seriam frustrados", disse ele.

Desde o desastre de 2011, todos os produtos agr�colas e pescados do Jap�o s�o submetidos a r�gidos controles sanit�rios.

Tamb�m s�o aplicados padr�es de radioatividade duas vezes mais severos do que os nacionais aos alimentos do departamento de Fukushima, para tranquilizar os consumidores.

O que dizem os cientistas?

Para Michiaki Kai, especialista em riscos de radia��o da universidade de ci�ncias da sa�de de Oita (sudoeste do Jap�o), a chave � controlar a dilui��o e o volume da �gua tritiada lan�ada no mar.

"H� um consenso entre os cientistas de que o impacto na sa�de (de um derramamento de �gua triturada no mar) � min�sculo", mas "n�o podemos dizer que o risco � zero, por isso � pol�mico", disse � AFP.

Geraldine Thomas, especialista em radia��o do Imperial College de Londres, acredita que o tr�tio "n�o apresenta nenhum risco � sa�de, especialmente porque � preciso levar em conta que ele ser� dilu�do no Oceano Pac�fico".

O carbono-14 na �gua de Fukushima tamb�m n�o � prejudicial, aponta. Os poluentes qu�micos nos oceanos, como o merc�rio, deveriam preocupar muito mais os consumidores do que "tudo o que vem da f�brica de Fukushima", ressalta.


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