O Jap�o aprovou na ter�a-feira (13/4) um pol�mico plano para despejar no mar mais de um milh�o de toneladas de �gua contaminada da usina nuclear de Fukushima, que foi destru�da por um tsunami em 2011. A �gua ser� tratada e dilu�da para que os n�veis de radia��o fiquem abaixo do limite aceit�vel para a libera��o.
Mas o plano � rejeitado por moradores, pela ind�stria pesqueira, al�m dos governos da China e da Coreia do Sul.
Os reatores da usina de Fukushima foram danificados por explos�es de hidrog�nio causadas por um terremoto e tsunami em 2011. O tsunami derrubou os sistemas de resfriamento dos reatores, tr�s dos quais derreteram. A �gua hoje contaminada servia para resfriar o combust�vel nuclear. O colapso foi o pior acidente nuclear desde Chernobyl em 1986.
O governo japon�s diz que o despejo dessa �gua come�ar� em dois anos. A aprova��o final vem ap�s anos de debate e deve levar d�cadas para ser conclu�da.
Atualmente, a �gua radioativa � tratada por meio de um complexo processo de filtra��o que remove a maioria dos elementos radioativos. Mas n�o consegue filtrar todos: o tr�tio, por exemplo, ainda fica presente.
O material pode causar perigo de radia��o quando ingerido atrav�s de alimentos ou �gua, mas n�o � prejudicial em pequenas quantidades,Em seguida, a �gua � armazenada em grandes tanques. O problema � que a operadora da usina, Tokyo Electric Power Co (TepCo), est� ficando sem espa�o. At� 2022, esses tanques devem estar repletos.
Cerca de 1,3 milh�o de toneladas de �gua radioativa, o suficiente para encher por volta de 500 piscinas ol�mpicas, est�o atualmente armazenadas nesses tanques, de acordo com um relat�rio da Reuters.
Qu�o segura � essa �gua?
O Jap�o argumenta que o despejo de �guas residuais � seguro, pois ela � processada para remover quase todos os elementos radioativos e, em grande parte, permanecer� dilu�da.
O plano � apoiado pela Ag�ncia Internacional de Energia At�mica (IAEA), que afirma que o lan�amento � semelhante ao descarte de esgoto em outras usinas ao redor do mundo.
"O descarte no oceano � feito em outro lugar. N�o � algo novo. N�o h� esc�ndalo aqui", disse anteriormente o diretor-geral da AIEA, Rafael Mariano Grossi.
Os cientistas argumentam que os elementos deixados na �gua s� s�o prejudiciais quando presentes em grandes doses.
Com a dilui��o, a �gua tratada n�o apresenta nenhum risco cientificamente detect�vel, afirmam.
A oposi��o
Grupos ambientalistas como o Greenpeace h� muito tempo expressam sua oposi��o ao descarte dessa �gua no oceano.
A ONG disse que os planos do Jap�o mostram que o governo "mais uma vez falhou com o povo de Fukushima".
A ind�stria pesqueira do pa�s tamb�m se op�s, alertando que os consumidores se recusar�o a comprar os produtos da regi�o.
A decis�o tamb�m atraiu cr�ticas de vizinhos dos japoneses. Antes de o plano ser aprovado, o chanceler sul-coreano disse lamentar a decis�o.
O porta-voz do Minist�rio das Rela��es Exteriores da China, Zhao Lijian, tamb�m pediu ao Jap�o que "aja com responsabilidade".
"A fim de salvaguardar os interesses p�blicos internacionais e a sa�de e seguran�a do povo chin�s, a China expressou sua grande preocupa��o ao seu hom�logo japon�s por via diplom�tica", disse Zhao.
No entanto, os Estados Unidos disseram que parece haver "uma abordagem de acordo com os padr�es de seguran�a nuclear aceitos globalmente".
O que aconteceu em Fukushima?
Em 11 de mar�o de 2011, um terremoto de magnitude 9,0 atingiu a costa nordeste do Jap�o, causando um tsunami de 15 metros.
Embora os sistemas de backup para evitar o colapso da usina nuclear de Fukushima tenham sobrevivido ao terremoto inicial, o tsunami causou mais danos.
Quando os sistemas de resfriamento falharam nos dias seguintes, toneladas de material radioativo foram liberadas.
Cerca de 18.500 pessoas morreram ou desapareceram no terremoto e no tsunami, e mais de 160.000 foram for�adas a deixar suas casas.
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