
O Ever Given, que tem 400 metros de comprimento (quase quatro campos de futebol), ficou atravessado diagonalmente dentro do canal que n�o tem mais de 200 metros de largura, bloqueando o tr�fego nos dois sentidos
Na semana passada, dias ap�s o fim do engarrafamento de navios no Canal de Suez, a travessia no canal foi novamente interrompida por "cerca de dez minutos" ap�s um o navio petroleiro M/T Rumford apresentar problema no motor.
Fontes da Autoridade do Canal de Suez (SCA), que n�o quiseram ser identificadas, disseram que uma ordem judicial havia sido emitida para que o navio fosse detido. As negocia��es sobre o pedido de indeniza��o ainda estavam em andamento, segundo uma das fontes.
A UK Club, a seguradora de prote��o e indeniza��o (P&I) para o Ever Given, declarou que o pedido do canal inclui US$ 300 milh�es como "b�nus de salvamento" e outros US$ 300 milh�es para "perda de reputa��o". "Apesar da magnitude da reclama��o, os propriet�rios e suas seguradoras t�m negociado de boa f� com a SCA", disse o UK Club, em um comunicado. "Em 12 de abril, uma oferta generosa e cuidadosamente considerada foi feita � SCA para resolver sua reclama��o. Estamos decepcionados com a decis�o subsequente da SCA de prender o navio hoje".
Mais cedo na ter�a-feira, Yumi Shinohara, vice-gerente do departamento de gest�o de frota do propriet�rio Shoei Kisen, confirmou que o canal havia feito um pedido de indeniza��o e que o navio n�o tinha recebido autoriza��o para partir, mas n�o deu mais detalhes.
Seis dias encalhado
O Ever Given encalhou no dia 23 de mar�o, impedindo por seis dias a passagem em uma das rotas comerciais mais importantes do mundo, que liga o Mar Vermelho ao Mar Mediterr�neo, na Europa. O bloqueio desorganizou as cadeias de abastecimento globais, amea�ando atrasos onerosos para as empresas, que j� sofriam com as restri��es impostas pela pandemia de covid-19, e quase dobrou as taxas para os navios petroleiros.
O presidente eg�pcio, Abdel Fattah al-Sisi, disse que o encalhe do Ever Given chamou a aten��o para a import�ncia da hidrovia para o com�rcio global. "N�o esper�vamos algo assim. (O incidente com o navio) mostrou a import�ncia do canal", disse Sisi ao saudar a equipe de resgate em uma visita � Autoridade do Canal de Suez em Ismailia.
Pelo menos 369 navios esperavam a desobstru��o do canal, incluindo dezenas de navios porta-cont�ineres, graneleiros, petroleiros e navios de g�s natural liquefeito (GNL) ou g�s liquefeito de petr�leo (GLP), disse a SCA. A expectativa � que a fila de navios s� acabaria em pelo menos quatro dias.
Ap�s desencalhe do navio no Canal de Suez, as empresas teriam pela frente uma nova dor de cabe�a: a corrida por seguros. Cerca de 90% das cargas mar�timas n�o s�o seguradas para atrasos, segundo revista especializada Lloyd's List. E muitos podem ficar sem indeniza��o.
