Televisa e Univisi�n se unem para competir no mundo do streaming

As duas maiores redes de televis�o de l�ngua espanhola, a mexicana Televisa e a americana Univisi�n, se fundiram para conquistar um mercado potencial de 600 milh�es de pessoas que lhes permitir� competir com gigantes como Netflix, Amazon e Disney.

"� criada uma nova empresa com o nome de Televisa-Univisi�n, dedicada � produ��o e distribui��o de conte�dos" em espanhol, anunciou a rede mexicana em comunicado.

As duas emissoras de televis�o, portanto, apontam para sua "transforma��o digital para conquistar o mercado espanhol de streaming". Para isso, o novo grupo vai lan�ar uma plataforma conjunta com um mercado potencial de 600 milh�es de telespectadores, detalha o an�ncio.

Com isso, as duas empresas pretendem competir com Netflix, Amazon e Disney, que "est�o investindo muitos milh�es de d�lares em produ��o", declarou Emilio Azc�rraga, presidente do Conselho de Administra��o da Televisa.

Seus parceiros estrat�gicos ser�o o fundo de tecnologia SoftBank, Google e o banco de investimentos The Raine Group, especializado no setor de tecnologia.

A Televisa-Univisi�n alcan�ar� vendas de cerca de 4 bilh�es de d�lares, sublinhou o comunicado, indicando que as duas empresas esperam concluir a opera��o este ano dependendo do aval dos reguladores do M�xico e dos Estados Unidos.

A Televisa informou tamb�m que receber� US$4,8 bilh�es como parte do neg�cio.

- "Mercado desatendido" -

A Netflix lidera amplamente o mercado de v�deo sob demanda no M�xico com 74,6% das assinaturas, seguida pela Amazon Prime Video (8,5%) e pela estreante Disney+ (5,3%), segundo a consultoria The Competitive Intelligence Unit, a Blim - servi�o atual da Televisa - tem 1,9% da mercado.

Menos de 10% da popula��o de fala hisp�nica usa servi�o de TV por assinatura contra quase 70% do mercado de fala inglesa, segundo as companhias.

O codiretor do Grupo Televisa, Alfonso de Angoitia, informou nesta quarta-feira que se trata de um "mercado historicamente desatendido por produtores de conte�do global".

Assim, a uni�o representa uma "oportunidade incr�vel" para "expandir nosso alcance global como nenhuma companhia de m�dia ou transmiss�o j� fez", comentou por teleconfer�ncia.

O presidente mexicano, Andr�s Manuel L�pez Obrador, comemorou a fus�o nesta quarta-feira, destacando que a Televisa ser� a acionista majorit�ria com 45% da participa��o, al�m do aporte do Estado mexicano.

"Nesta sociedade, e por isso vemos com bons olhos, prevalece o investimento dos mexicanos", disse o presidente de esquerda em sua habitual confer�ncia matinal.

"Expressei a minha satisfa��o. S� lhes pedi que comprometessem a sua palavra de que (...) a xenofobia ou a discrimina��o n�o sejam permitidas e que se respeite a dignidade dos mexicanos" nos conte�dos televisivos, sublinhou L�pez Obrador.

As duas emissoras, com rela��es comerciais h� mais de seis d�cadas, tinham criado recentemente o TUDN, canal de televis�o por assinatura especializado em esportes.

- Futebol e not�cias fora -

O novo acordo engloba televis�o aberta, por assinatura, digital e transmiss�es ao vivo.

J� a Televisa mant�m os neg�cios de televis�o a cabo e internet com as empresas IZZI e Sky, al�m de programas de futebol e seus notici�rios, entre outros.

"A divis�o de Notici�rios n�o faz parte da fus�o Televisa-Univisi�n. Notici�rios ser� uma nova empresa que atender� a esta nova Televisa-Univisi�n. Esta nova empresa de not�cias � 100% mexicana", relatou Azc�rraga.

O an�ncio destacou que o cat�logo de ambas as empresas abranger� mais de 300.000 horas de programa��o, o "maior dep�sito de conte�do e propriedade intelectual em espanhol".

Em 2020, a esta��o de televis�o mexicana produziu mais de 86.000 horas de conte�do para entretenimento, esportes, not�cias e eventos especiais.

"Com a escala resultante da combina��o, a Televisa-Univisi�n" aumentar� essa capacidade, principalmente no M�xico, o que permitir� "alavancar o lan�amento de sua plataforma OTT global (aplicativos que oferecem conte�do de v�deo pela internet)", afirmou a Televisa.

Claudia Benassini, pesquisadora de comunica��o da Universidade La Salle do M�xico, considera que o novo casamento da televis�o tem o desafio de melhorar seu conte�do para se tornar um concorrente atraente.

Ter� que "definir qual o p�blico que pretende atingir e depois fazer uma sele��o dos conte�dos mas n�o s� a partir dos ficheiros, ter� de produzir conte�dos que sejam realmente atrativos".

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