
O exerc�cio do jornalismo est� ao menos parcialmente cerceado em mais de 130 pa�ses, ilustrou nesta ter�a-feira (20) o ranking mundial sobre a liberdade de imprensa da organiza��o Rep�rteres Sem Fronteiras (RSF), dando conta de uma degrada��o em alguns pa�ses, entre eles o Brasil.
O Brasil (111), que recuou quatro posi��es, entrou na zona vermelha, classificada como "dif�cil".
Insultos, estigmatiza��o e orquestra��o de humilha��es p�blicas de jornalistas se tornaram a marca registrada do presidente Bolsonaro, de sua fam�lia e de pessoas pr�ximas a ele", condenou a RSF.
A ONG criticou, ainda, que tanto Jair Bolsonaro quanto o presidente venezuelano, Nicol�s Maduro, tenham promovido medicamentos cuja efic�cia nunca foi provada pela medicina, como foi o caso da cloroquina.
"Felizmente, levantamentos como os da brasileira Ag�ncia P�blica ou artigos aprofundados publicados pelos �ltimos jornais independentes na Venezuela determinaram a veracidade dos fatos", destacou.
Na zona vermelha tamb�m est�o �ndia (142), M�xico (143) e R�ssia (150), "que usou seu aparato repressivo para limitar a cobertura pela m�dia de manifesta��es ligadas ao opositor Alexei Navalny".
"O jornalismo � a melhor vacina contra a desinforma��o", afirmou em um comunicado secret�rio-geral da RSF, Christophe Deloire.
"Infelizmente, sua produ��o e circula��o s�o frequentemente cerceadas por fatores pol�ticos, econ�micos, tecnol�gicos e, �s vezes, at� culturais", acrescentou.
Segundo a RSF, a estabilidade do �ndice geral de refer�ncia do ranking (-0,3% anual) "n�o deve ofuscar a situa��o geral enfrentada pela imprensa no m�dio prazo", com queda de 12% com rela��o a 2013.
Mundo
No total, o exerc�cio do jornalismo est� "gravemente comprometido" ou "restringido" em 73% dos 180 pa�ses analisados, enquanto apenas 12 pa�ses se situam na "zona branca" do ranking, gra�as � sua "situa��o �tima" ou "muito satisfat�ria", informou a ONG com sede em Paris.
Esta zona, que representa 7% dos pa�ses em compara��o com 8% no ano passado, n�o era t�o reduzida desde a cria��o deste �ndice de refer�ncia em 2013, criticou a RSF.
A lista � liderada por Noruega e Finl�ndia, enquanto a Costa Rica subiu do s�timo para o quinto lugar.
Na lanterna do 'ranking' mundial, a China (177), "que continua a elevar a censura, a vigil�ncia e a propaganda na Internet a n�veis sem precedentes", se mant�m est�vel na lideran�a dos "piores pa�ses totalit�rios": Turcomenist�o (178), Coreia do Norte (179) e Eritreia, segundo a RSF.
Al�m disso, a pandemia de covid-19 representou uma "forma de oportunidade para alguns Estados que restringiram a liberdade de imprensa", informou � AFP o secret�rio-geral da RSF, Christophe Deloire.
"Por causa - ou com o pretexto-" da crise sanit�ria, os jornalistas enfrentam "restri��es de acesso" tanto �s coberturas no terreno quanto �s fontes de informa��o, segundo a ONG. Esta situa��o exacerbou a repress�o em pa�ses como Ir� (174) e Ar�bia Saudita (170).
Am�rica Latina, a maior piora
Por regi�es, a Europa e a Am�rica (Norte, Centro e Sul) continuam sendo os continentes mais favor�veis � liberdade de imprensa, embora a regi�o das Am�ricas tenha registrado a "maior piora" nas pontua��es regionais este ano (+ 2,5%).
Os pa�ses latino-americanos pior classificados s�o Cuba (171, inalterada), Honduras, (151, -3) e a Venezuela (148, -1).
El Salvador sofreu a queda mais significativa da regi�o (82, -8), visto que neste pa�s "os jornalistas t�m dificuldades para obter informa��es oficiais sobre a gest�o da epidemia".
O continente europeu, por sua vez, registra uma not�vel deteriora��o no indicador "Abusos". Atos violentos mais que dobraram na regi�o da Uni�o Europeia e nos B�lc�s, enquanto em todo o mundo � de 17%. "Agress�es contra jornalistas e pris�es abusivas" aumentaram sobretudo em Alemanha, Fran�a (34) e It�lia (41).