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Estado de Minas LOS ANGELES

Vinterberg e a perda pessoal que inspirou filme indicado ao Oscar


20/04/2021 10:45

Por uma linha t�nue entre a com�dia e as sombras, "Druk - Mais Uma Rodada" narra o pacto de quatro professores dinamarqueses cansados do mundo que passam os dias embriagados em um "experimento" pouco cient�fico.

O diretor Thomas Vinterberg escreveu o roteiro, originalmente uma pe�a de teatro, ao perceber que muitas grandes fa�anhas da hist�ria mundial foram feitas por pessoas que estavam frequentemente intoxicadas com �lcool, a mesma subst�ncia que pode destruir suas vidas e fam�lias.

Mas quatro dias antes do in�cio das filmagens, a filha de Vinterberg morreu em um acidente de tr�nsito.

Como o cineasta conseguiu terminar o filme excepcionalmente divertido, terno e tr�gico, que rendeu uma indica��o ao Oscar de melhor diretor?

"O filme sempre foi destinado a ser uma afirma��o da vida e cheio de amor, e at� certo ponto... cru ", disse Vinterberg � AFP em entrevista via Zoom.

"Mas a trag�dia que aconteceu em minha vida deixou todos indefesos e abertos", destacou.

Os professores s�o interpretados por quatro amigos e colaboradores de Vinterberg, incluindo Mads Mikkelsen, e todos passaram as filmagens fazendo "tudo que podiam para me fazer rir nestas circunst�ncias", conta o diretor.

"Havia tanto amor no set e acredito que � poss�vel ver na tela", disse Vinterberg, cujo longa-metragem � considerado o favorito para vencer o Oscar de melhor filme internacional no pr�ximo domingo.

Embora o filme aborde claramente a quest�o do �lcool, tamb�m � "sobre viver inspirado, sobre esquecer de si mesmo, sobre ser curioso e estar no momento e tudo o que acontece com a bebida".

Estes elementos de afirma��o da vida foram inspirados em sua falecida filha Ida, que interpretaria a filha de Mikkelsen, e cujos amigos da vida real interpretam os colegas de turma em uma competi��o de bebida entre adolescentes ao redor de um lago.

"H� um grupo alarmante de pessoas e pa�ses que se conectaram com esta coisa de beber", brinca Vinterberg.

"Sim, eles bebem de maneira diferente na Calif�rnia - eles colocam a garrafa em um saco (de papel), enquanto na Dinamarca os adolescentes correm pelas ruas com as garrafas � vista", disse.

"Mas parece que o filme se conecta em um n�vel diferente e espero que tenhamos conseguido elevar este filme... a um filme sobre algo mais".

- "Meu pr�prio jardim" -

O humor nem sempre esteve associado ao diretor, que foi um dos fundadores do movimento cinematogr�fico asc�tico de vanguarda Dogma 95 com Lars Von Trier, e dirigiu produ��es que abordam temas como o abuso infantil, incluindo "Festa de Fam�lia" e "A Ca�a".

Mas Vinterberg, de 51 anos, costuma desafiar as categoriza��es.

O famoso "manifesto" do Dogma 95, que determinava r�gidos limites naturalistas aos diretores, era sempre metade s�rio, metade ir�nico.

E apesar de ter feito uma incurs�o em Hollywood - por exemplo com "Longe deste Insensato Mundo" de 2015, protagonizado por Carey Mulligan, tamb�m indicada ao Oscar em 2021 -, seus filmes mais aclamados s�o dinamarqueses e locais.

"Parece que quando eu cavo meu pr�prio jardim � quando as pessoas realmente se interessam, tamb�m no exterior", disse.

Os temas universais de "Another Round" (t�tulo em ingl�s) podem explicar em parte como Vinterberg conseguiu uma vaga entre os indicados a melhor diretor por um filme que n�o � falado em ingl�s ("Minari", do tamb�m indicado Lee Isaac Chung, � falado em coreano e ingl�s).

"Os prazeres do �lcool, mas tamb�m o lado destrutivo da bebida, existem h� milhares de anos, em quase todas as culturas", recorda Vinterberg.

O diretor serviu bebidas alco�licas ao elenco durante os ensaios e todos assistiram v�deos russos do YouTube para observar epis�dios de embriaguez extrema.

"N�s precis�vamos ver estes personagens naquele momento", lembra. "N�o era como se eles estivessem muito b�bados, de verdade, mas havia �lcool".

No set, no entanto, todos estavam s�brios, explica Vinterberg. "Eles tinham que atuar, basicamente, o que penso que fizeram bem".

Por mais que a produ��o de "Druk" seja uma hist�ria de contrastes (trag�dia e camaradagem, humor e filosofia) os destinos dos professores divergem quando a tenta��o do �lcool se apodera deles em diversos n�veis.

Mas o pr�prio filme "n�o queria moralizar" ou "fazer uma propaganda do �lcool", disse Vinterberg.

"De forma muito importante, eu n�o queria ter uma mensagem", conclui o cineasta.

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