Novo processo contra J&J pela crise de opioides nos EUA

Diversas empresas farmac�uticas nos Estados Unidos, incluindo a Johnson & Johnson (J&J;), negaram nesta ter�a-feira (20) as alega��es de que ajudaram a expandir a epidemia de opioides recorrendo a um marketing enganoso que minimizou seus riscos, no in�cio de um processo na Calif�rnia.

Tr�s condados do estado - incluindo o de Los Angeles e a cidade de Oakland - apresentaram queixa contra as empresas farmac�uticas por promoverem analg�sicos � base de opi�ceos e por terem minimizado os riscos de depend�ncia desses medicamentos, na origem de uma explos�o de overdoses nos Estados Unidos.

Embora a primeira den�ncia seja de 2014, o processo contra J&J;, Teva, Endo e Allergan come�ou na segunda-feira por videoconfer�ncia.

A Janssen, afiliada farmac�utica da J&J;, contestou a alega��o em um comunicado enviado � AFP nesta ter�a-feira.

"Nossas a��es relacionadas � comercializa��o e promo��o desses importantes analg�sicos de prescri��o foram apropriadas e respons�veis", disse o grupo, que afirmou ter "trabalhado com reguladores para fornecer informa��es adequadas sobre seus riscos e benef�cios".

"Os r�us colocaram seus lucros � frente de vidas humanas e enganaram o p�blico sobre os verdadeiros perigos associados aos opi�ceos", considerou James Williams, um advogado do condado de Santa Clara, em mar�o.

Os denunciantes, que representam 15 milh�es de pessoas - 40% da popula��o do estado mais populoso do pa�s -, reivindicam medidas para prevenir tais pr�ticas no futuro, al�m de danos e prejuizos para ajudar as institui��es de sa�de a combater esta crise que tem deixou cerca de 500.000 mortos nos Estados Unidos desde 1999.

- Problemas para J&J; -

O processo chega em um momento especialmente complicado para a J&J;, j� condenada por um juiz de Oklahoma, em 2019, a pagar uma multa de 465 milh�es de d�lares por minimizar os riscos dos opi�ceos. A empresa est� apelando dessa decis�o.

O laborat�rio, tamb�m envolvido em um esc�ndalo relacionado ao seu talco, esperava reconstruir sua imagem gra�as � sua vacina contra a covid, mas seu uso est� suspenso nos Estados Unidos enquanto se aguarda parecer de especialistas sobre poss�veis liga��es entre o imunizante e a forma��o de co�gulos sangu�neos graves.

A Janssen disse nesta ter�a-feira que "contestar� as alega��es (...) que n�o cont�m nenhuma prova de causalidade".

A afiliada da J&J; argumenta ainda que seus medicamentos representam menos de 1% de todas as prescri��es de opioides na Calif�rnia e nos Estados Unidos desde seu lan�amento.

A Teva, por sua vez, tamb�m indicou que se defender� "vigorosamente contra essas acusa��es n�o comprovadas".

O grupo disse estar disposto, no entanto, a dar apoio a pessoas que sofrem de depend�ncia de opi�ceos.

Os tribunais dos Estados Unidos receberam mais de 2.000 reclama��es online relacionadas � crise dos opioides.

A maioria reprova os laborat�rios por persuadir m�dicos e pacientes de que esses medicamentos poderiam ser usados para aliviar doen�as cr�nicas, quando deveriam ser limitados � dor aguda e tempor�ria e aos cuidados paliativos.

"Enquanto o uso de opi�ceos custou caro � Calif�rnia e a seus habitantes, os r�us acumularam enormes lucros. S� em 2014, os opi�ceos geraram 11 bilh�es de d�lares em receita para laborat�rios como esses", enfatizam os advogados na a��o contra os grupos californianos.

ENDO INTERNATIONAL PLC

ALLERGAN

JOHNSON & JOHNSON

TEVA PHARMACEUTICAL INDUSTRIES