Os sobreviventes do massacre cometido em junho de 1994 nas colinas de Bisesero, no oeste de Ruanda, haviam acusado as tropas francesas de abandon�-los deliberadamente nas m�os dos extremistas hutus, que mataram centenas de pessoas na �rea em poucos dias.
O pedido de arquivamento do caso, que est� aberto h� 15 anos, foi feito depois que um relat�rio sobre o papel da Fran�a no genoc�dio foi publicado em mar�o. O documento aponta que Paris "fechou os olhos" para os preparativos, mas que n�o foi c�mplice nos massacres.
Segundo a ONU, os massacres deixaram mais de 800.000 mortos entre abril e julho de 1994, principalmente entre a minoria tutsi.
Em um comunicado, a Promotoria de Paris justificou que a investiga��o "n�o permitia estabelecer que as for�as francesas foram culpadas pelos crimes de cumplicidade no genoc�dio e crimes contra a humanidade".
A investiga��o n�o confirmou que houve "ajuda, ou assist�ncia, das for�as militares francesas durante a execu��o das atrocidades", disse o promotor de Paris, Remy Heitz.
Tampouco, acrescentou, ficou estabelecido que as for�as francesas "se abstiveram de intervir em face do genoc�dio, ou de crimes contra a humanidade, devido a um acordo pr�vio".
Ao final do documento, consultado pela AFP, a Promotoria n�o descarta, no entanto, que a n�o interven��o dos militares constitua uma "n�o assist�ncia a pessoa em perigo". De qualquer modo, este eventual delito j� prescreveu.
A investiga��o foi aberta em dezembro de 2005, ap�s den�ncias apresentadas por sobreviventes e por grupos de defesa dos direitos humanos.
Eric Plouvier, advogado da ONG Survie, que defende a melhoria das rela��es entre a Fran�a e a �frica e que foi um dos grupos que apresentaram queixa, considerou o pedido de arquivamento uma decis�o "dolorosa".
Em uma "nega��o de justi�a", o Judici�rio n�o levou em considera��o as "responsabilidades avassaladoras" da Fran�a que permitiram o genoc�dio e que foram reveladas no relat�rio de mar�o, disse ele � AFP.
A decis�o final de arquivamento, ou de prosseguimento, do caso cabe aos magistrados encarregados da investiga��o.
Segundo uma fonte que pediu para n�o ser identificada, o caso agora t�m grande probabilidade de ser encerrado, a menos que uma investiga��o adicional seja ordenada.
Calcula-se que apenas na zona de Bisesero, considerada ref�gio da resist�ncia tutsi, morreram cerca de 50.000 pessoas.
PARIS