Estado da Virg�nia Ocidental processa fabricantes de opi�ceos nos EUA

Fabricantes e distribuidores de medicamentos dos Estados Unidos enfrentam demandas judiciais de milh�es de d�lares por incentivo ao v�cio em opi�ceos em um julgamento inciado nesta segunda-feira (3) na Virg�nia Ocidental, um dos estados mais devastados por esta epidemia.

Grandes empresas, incluindo Purdue Pharma - a pioneira na fal�ncia da OxyContin -, a cadeia de distribui��o AmerisourceBergen e a rede de farm�cias CVS, s�o acusadas pela cidade de Huntington e seus condados vizinhos de despejar analg�sicos altamente viciantes no estado e alimentar o v�cio generalizado e overdoses que ainda persistem.

Mais de 400.000 pessoas morreram de overdose nos Estados Unidos desde o in�cio de 2000, quando fabricantes de medicamentos prescritos, como oxicodona e hidrocodona, come�aram a ser vendidos em farm�cias com pouco controle. O estado da Virg�nia Ocidental tem a maior taxa de depend�ncia do pa�s, e as mortes por overdose s�o quase tr�s vezes a taxa nacional.

"Entre 2006 e 2014, os fabricantes e distribuidores de opioides prescritos inundaram o estado da Virg�nia Ocidental com 1,1 bilh�o de p�lulas de oxicodona e hidrocodona", afirma o processo.

Com mais de 3.000 a��es semelhantes ajuizadas no pa�s, a Huntington's tornou-se o foco dos esfor�os para fazer as empresas pagarem pelos custos sociais e m�dicos da epidemia de depend�ncia.

Uma a��o movida em Cleveland, Ohio, n�o conseguiu encaminhar a um acordo judicial nacional e o foco mudou para Huntington.

No caso de Cleveland, os principais r�us - McKesson Corp., AmerisourceBergen, Cardinal Health e Teva Pharmaceuticals - chegaram a um acordo com os demandantes para conceder 260 milh�es de d�lares a dois condados.

Esse acordo evitou que um juiz federal aceitasse o caso, que poderia ter sido um modelo para a��es judiciais de outras cidades, condados e grupos ind�genas americanos.

Os valores reclamados eram da ordem de dezenas de milh�es de d�lares. Fabricantes e redes de farm�cias acusam os m�dicos de prescrever excessivamente esses rem�dios, o que, por sua vez, criou um mercado negro que funcionou por 15 anos, at� o in�cio de 2015.

O governo federal processou, prendeu ou multou centenas de m�dicos, farm�cias e fabricantes por seus escassos controles sobre a venda de opi�ceos. Desde o aperto no controle dos opi�ceos legais, muitos de seus dependentes recorreram � hero�na e ao fentanil ilegais, o que prolongou a epidemia e piorou o quadro com os confinamentos ordenados pela covid-19.

A ag�ncia de controle de doen�as dos Estados Unidos estimou que cerca de 90.000 pessoas morreram de overdose no ano passado, das quais quase tr�s quartos foram atribu�das aos opi�ceos.