Novos confrontos em Jerusal�m deixam mais de 300 feridos

Mais de 300 pessoas ficaram feridas nesta segunda-feira (10), a maioria palestinos, em novos confrontos com policiais israelenses na Esplanada das Mesquitas de Jerusal�m, ap�s um fim de semana de dist�rbios na Cidade Sagrada.

Diante do aumento da viol�ncia, o Conselho de Seguran�a da ONU, a pedido da Tun�sia, deve se reunir ainda nesta segunda para abordar a situa��o em Jerusal�m Oriental, �rea palestina ocupada por Israel h� mais de cinco d�cadas.

No momento em que os apelos internacionais por calma se multiplicam, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, elogiou nesta segunda-feira a "firmeza" das for�as de seguran�a para garantir a "estabilidade" em Jerusal�m e criticou a cobertura "equivocada da imprensa internacional".

Ao mesmo tempo, a Autoridade Palestina de Mahmud Abbas denunciou uma "agress�o b�rbara" das for�as israelenses.

O movimento islamita Hamas, que governa a Faixa de Gaza, amea�ou Israel com uma escalada militar caso as for�as do Estado hebreu n�o abandonem a Esplanada das Mesquitas at� a noite.

O Hamas deu a Israel prazo "at� 18H00 (12H00 de Bras�lia) para retirar seus soldados" da Esplanada das Mesquitas e do bairro de Sheikh Jarrah, em um comunicado divulgado pelo porta-voz do bra�o militar do movimento.

Durante a manh�, centenas de palestinos atiraram proj�teis contra as for�as de seguran�a israelenses na Esplanada das Mesquitas. Os policiais responderam com balas de borracha.

O Crescente Vermelho palestino informou um balan�o de pelo menos 305 palestinos feridos, e mais de 200 precisaram ser retirados em ambul�ncias.

Durante a tarde, a situa��o ficou mais tranquila na esplanada, o terceiro local sagrado do islamismo, que os judeus chamam de Monte do Templo.

O acesso foi limitado durante o dia a fi�is com mais de 40 anos.

Os confrontos coincidem com a celebra��o nesta segunda-feira, segundo o calend�rio hebreu, do "Dia de Jerusal�m", que marca a conquista da parte leste da cidade por Israel em 1967.

Milhares de israelenses devem participar em uma "marcha de Jerusal�m" durante a noite na Cidade Antiga, que foi isolada pela pol�cia. As for�as de seguran�a pediram aos palestinos que n�o saiam de suas casas para evitar a viol�ncia.

- "Algo grave" -

"Tememos que algo grave aconte�a hoje", disse o m�dico Adnan Farhud, diretor-geral do hospital Makassed, � AFP, ao mencionar pessoas feridas com balas de borracha nos olhos e rosto e que foram levadas para o centro m�dico .

Nove agentes foram feridos, segundo a pol�cia israelense.

A pol�cia israelense afirmou em um comunicado que trabalha para tentar frear a viol�ncia na esplanada.

"A ora��o continua como de costume no Muro das Lamenta��es", local sagrado do juda�smo e adjacente � Esplanada das Mesquitas, mas "n�o deixaremos que os extremistas ameacem a seguran�a do p�blico", completa a nota.

Na sexta-feira � noite, mais de 200 pessoas ficaram feridas em confrontos entre a pol�cia e os palestinos na esplanada, nos dist�rbios mais violentos desde 2017 neste local muito sens�vel.

No s�bado e domingo a calma retornou ao local, mas os confrontos aconteceram em outras �reas de Jerusal�m Oriental, com um balan�o de mais de 100 feridos, segundo o Crescente Vermelho.

Uma das causas da tens�o recente em Jerusal�m Oriental � o futuro de v�rias fam�lias palestinas do bairro de Sheikh Jarrah, amea�adas de expuls�o em benef�cio de colonos israelenses.

"No contexto atual", a Suprema Corte israelense adiou uma audi�ncia sobre o caso prevista para esta segunda-feira, anunciou o minist�rio da Justi�a.

- Em Gaza -

A partir da Faixa de Gaza, territ�rio palestino controlado pelos islamitas do Hamas, foram lan�ados bal�es incendi�rios e foguetes contra Israel em apoio aos manifestantes de Jerusal�m.

O ex�rcito israelense anunciou os disparos de mais sete foguetes no domingo � noite e na madrugada de segunda-feira: dois foram interceptados pelo sistema antim�sseis 'C�pula de Ferro'.

Em repres�lia, tanques israelenses atacaram postos militares do Hamas no sul da Faixa de Gaza, informou o ex�rcito, que tamb�m fechou a passagem de fronteira de Erez, a �nica que permite aos moradores de Gaza entrar em Israel.

O governo dos Estados Unidos, principal aliado de Israel, pediu �s autoridades israelenses e palestinas que atuem para acabar com a viol�ncia e expressou preocupa��o com a "poss�vel expuls�o das fam�lias palestinas de Sheikh Jarrah".

Emirados �rabes Unidos, Bahrein, Marrocos e Sud�o - pa�ses �rabes que normalizaram as rela��es com Israel - expressaram "profunda preocupa��o" e pediram calma a Israel, assim como o Quarteto para o Oriente M�dio (Estados Unidos, R�ssia, ONU e Uni�o Europeia), que pediu "modera��o".

O secret�rio-geral da ONU, Ant�nio Guterres, pediu a Israel a interrup��o das demoli��es e expuls�es, de acordo com suas obriga��es estipuladas pelas leis internacionais.