"Saudamos este an�ncio e qualquer medida que permita ao povo afeg�o uma tr�gua da viol�ncia. Instamos o Talib� a estender o cessar-fogo", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, em entrevista coletiva.
O pa�s vive uma onda de viol�ncia desde 1� de maio, data em que o governo dos Estados Unidos supostamente deveria ter retirado os 2.500 soldados que permanecem no pa�s.
Ap�s o an�ncio dos talib�s, o presidente afeg�o, Ashraf Ghani, ordenou que as For�as Armadas devem "respeitar o cessar-fogo" e pediu uma tr�gua permanente, anunciou o pal�cio presidencial.
Horas antes do an�ncio, pelo menos 11 pessoas morreram na explos�o de uma bomba na passagem de um �nibus pela prov�ncia de Zabul (sul), informou o Minist�rio do Interior.
No s�bado, aconteceu o atentado mais violento do ano na entrada de uma escola para meninas em Cabul. Ao menos 50 pessoas morreram, a maioria estudantes, e quase dez ficaram feridas em uma s�rie de explos�es.
Nesta segunda-feira, os talib�s ordenaram "aos mujahedines dos emirados isl�micos (os talib�s) que cessem todos os ataques contra o inimigo em todo pa�s, do primeiro ao terceiro dia do Eid", uma celebra��o cuja data depende da fase da Lua, afirma um comunicado divulgado pelos insurgentes.
O Eid al Fitr � a festa mu�ulmana que marca, nesta semana, o fim do Ramad�. No ano passado, os talib�s tamb�m declararam cessar-fogo pelas festas mu�ulmanas.
- "Cessar-fogo duradouro" -
Normalmente, o governo responde declarando um cessar-fogo, mas o principal negociador do pa�s, Abdullah Abdullah, afirmou mesta segunda-feira que o pa�s precisa de um cessar-fogo permanente.
"Acreditamos que a melhor maneira de sair da crise � acelerar as negocia��es de paz, declarar um cessar-fogo duradouro e acabar com os combates para sempre", destacou, em um comunicado.
As explos�es de s�bado em frente a uma escola em um bairro predominantemente xiita de Hazara, muitas vezes visado por extremistas sunitas, no oeste de Cabul ocorreram enquanto os moradores faziam compras para Aid al Fitr.
No domingo, os corpos de dezenas de meninas foram enterrados em um cemit�rio no topo de uma colina em Cabul.
Rashed Hashimi, morador de Cabul, acredita que os talib�s deveriam parar de lutar quando as for�as americanas deixarem o pa�s.
"Os talib�s afirmavam que lutavam contra os estrangeiros, mas agora os estrangeiros est�o partindo. Ent�o, por que lutam contra os afeg�os?", questionou.
Para o analista pol�tico Fawad Kochi, o cessar-fogo serve aos l�deres talib�s para dar um respiro a suas for�as nos combates, que se intensificaram desde o in�cio da retirada das tropas americanas em 1� de maio.
"O governo tentar� por todos os meios prolongar o cessar-fogo, mas os talib�s voltar�o ao campo de batalha logo depois do Eid", afirma.
O governo afeg�o acusa os talib�s pelo ataque de s�bado, mas os insurgentes negam qualquer responsabilidade.
Os talib�s afirmam que n�o executaram nenhum ataque em Cabul desde fevereiro de 2020, quando assinaram um acordo com o governo dos Estados Unidos. O pacto abriu caminho para as negocia��es de paz e a retirada das �ltimas tropas americanas.
Eles continuam lutando diariamente, por�m, contra as for�as governamentais no interior do pa�s.
Washington deveria ter retirado suas tropas at� 1� de maio, com base no acordo de fevereiro de 2020, assinado no Catar com os talib�s pela administra��o do ent�o presidente Donald Trump.
O atual governo dos Estados Unidos adiou a retirada para 11 de setembro, data do 20� anivers�rio dos atentados da Al-Qaeda contra Nova York e Washington em 2001, o que provocou a irrita��o dos talib�s.
Seu l�der, Hibatullah Akhundzada, advertiu no domingo que um adiamento na sa�da das tropas seria uma viola��o do acordo.
"Se o governo dos Estados Unidos voltar a violar seu compromisso, o mundo deve ser testemunha e responsabilizar (Washington) pelas consequ�ncias", disse Akhundzada.
CABUL