Aterrorizada com a onda de infec��es que afeta o pa�s, a jovem de 19 anos, ansiosa pela vacina, passou v�rios dias navegando em v�o entre os portais de imuniza��o at� conseguir uma vaga na capital indiana.
"Era realmente dif�cil [...] Muitos amigos ainda n�o conseguiram a vaga e continuam esperando", conta Ananya � AFP, que diz ter vivido "uma montanha-russa emocional".
Muitos estados da �ndia tamb�m enfrentam a escassez de vacinas, o que limita as oportunidades para os 600 milh�es de adultos com idades entre 18 e 44 anos, autorizados a participarem da campanha.
A �ndia abriu a campanha de vacina��o a todos os adultos em 1� de maio, mas na faixa et�ria entre 18 e 44 anos � obrigat�rio fazer uma inscri��o on-line. A exig�ncia afasta quase metade da popula��o indiana - sobretudo, nas zonas pobres e rurais, sem smartphones, ou Internet.
Depois de procurar durante v�rios dias nos sites por um hor�rio em Ahmedabad, no estado de Gujarat (noroeste), Devang Bhatt finalmente conseguiu marcar a vacina��o nos arredores da cidade.
"Foi cansativo, mas valeu a pena", conta o jovem de 28 anos � AFP.
Alguns especialistas desenvolveram ferramentas para ajudar os indianos a encontrarem vagas assim que s�o disponibilizadas.
Berty Thomas, 35 anos, que vive em Chennai, criou uma ferramenta de alerta no aplicativo de mensagens Telegram e tem mais de 400.000 assinantes.
"Meu foco agora � expandir os alertas a v�rias pequenas cidades e vilarejos", diz ele � AFP.
- Sem internet, sem vacina��o -
Seema, uma empregada dom�stica em Lucknow, a capital do estado de Uttar Pradesh (norte), afirma que a vacina��o parece fora de seu alcance.
"Eu n�o tenho acesso � Internet (...) Alguns jovens do meu bairro t�m telefones celulares, mas n�o sabem como usar para isto (o cadastro)", disse � AFP esta mulher que se identifica apenas pelo primeiro nome.
O governo "deveria pensar em pessoas como n�s. Todos os dias corro o risco de me expor � doen�a, trabalho para tr�s fam�lias. Gostaria de poder me vacinar", completa.
De acordo com especialistas, o governo deveria permitir o comparecimento sem agendamento pr�vio aos centros de vacina��o, medida j� adotada para pessoas com mais de 45 anos.
Gautam Menon, professor de F�sica e Biologia da Universidade de Ashoka, destaca que as autoridades tamb�m deveriam considerar a cria��o de cl�nicas m�veis de vacina��o em zonas remotas.
Para Mohendra Sharma, que trabalha em uma loja de leite de D�lhi, que n�o tem telefone celular, as mudan�as n�o podem demorar.
"Tem que existir um sistema de vacina��o porta a porta. Os que n�o t�m um telefone celular v�o fazer o qu�?", pergunta o jovem de 26 anos.
"Estou preocupado com minha fam�lia e comigo, se n�o formos vacinados", desabafa.
NOVA D�LHI