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Estado de Minas PEQUIM

Pequim � acusada de esteriliza��es for�adas em Xinjiang, onde popula��o diminui


20/05/2021 08:10

Apesar de n�o estar mais na idade de ter filhos, Qelbinur Sedik conta que as autoridades chinesas a esterilizaram � for�a, em uma campanha para reduzir a popula��o de minorias mu�ulmanas em Xinjiang.

Em 2019, ent�o com 50 anos, ela implorou ao seu comit� de bairro que evitasse implantar nela um dispositivo intrauterino (DIU). Dois anos antes, ela teve este anticoncepcional colocado � for�a e sofreu fortes dores e hemorragia.

Ela n�o teve escolha e foi esterilizada com uma laqueadura de trompas em uma cl�nica da sua cidade, Urumqi, sob amea�a de a��es policiais caso se negasse. Quando voltou para casa, sangrou por v�rios dias, conta esta mulher chinesa de etnia uzbeque na Holanda, onde pediu asilo.

"Por que impor isso a uma mulher com mais de 50 anos, na menopausa, e que n�o tem nenhuma raz�o para engravidar?", pergunta-se Sedik, em entrevista � AFP.

Os uzbeques s�o uma pequena minoria mu�ulmana de Xinjiang, onde predominam os uigures (12 milh�es de habitantes).

Em Xinjiang, a taxa de natalidade praticamente caiu � metade entre 2017 e 2019, segundo o Instituto Australiano de Pol�tica Estrat�gica (ASPI), a partir de uma an�lise de cifras oficiais.

Segundo esta forte, trata-se da queda mais pronunciada entre todas as regi�es da China nestes tr�s anos.

- Mudan�a de tend�ncia -

Durante d�cadas, Xinjiang tinha uma das taxas de natalidade mais altas de toda a China e a popula��o uigur experimentava um r�pido crescimento.

A situa��o deu uma reviravolta a partir de 2017, quando Pequim come�ou a apertar o cerco aos grupos �tnicos considerados turbulentos nesta regi�o estrat�gica, na fronteira com o Afeganist�o e o Paquist�o.

Na China, a pol�tica do filho �nico foi abolida em 2016, mas o planejamento familiar se aplica estritamente em Xinjiang, segundo pesquisadores e organiza��es de defesa dos direitos humanos, que falam de cotas de esteriliza��o, imposi��es de DIUs e penas de pris�o de pris�o para os casais que t�m muitos filhos.

- Acusa��es de "genoc�dio" -

Estas medidas coincidem, segundo estes organismos, com o internamento de mais de um milh�o de uigures e outros mu�ulmanos em centros de reeduca��o pol�tica.

Pequim desmente esta cifra e assegura que se trata de centros de forma��o profissional, destinados a lutar contra a radicaliza��o, em uma regi�o que � palco de atentados islamitas ou separatistas.

Qelbinur Sedik, que trabalhou em um destes centros para mulheres em 2017, explica � AFP que entre 10 e 20 detentas eram levadas diariamente a uma cl�nica para receber um DIU ou ser esterilizadas.

Apesar de que no conjunto do pa�s o regime comunista busque impulsionar a natalidade, em Xinjiang s�o promovidos outros princ�pios, o que levou alguns a acusar Pequim de cometer um "genoc�dio".

Esta acusa��o foi feita nos Parlamentos de v�rios pa�ses (Canad�, Holanda, Reino Unido) e o secret�rio de Estado americano, Antony Blinken, retomou a express�o.

- Estat�sticas suprimidas -

Em certos setores de Xinjiang com grande popula��o uigur, especialmente no sul, o crescimento da popula��o caiu a zero e inclusive � negativo, assegurou no ano passado o pesquisador alem�o Adrian Zenz, odiado em Pequim por seus trabalhos sobre a regi�o.

A partir de cifras oficiais, ele afirma que as esteriliza��es na regi�o de Xinjiang passaram de 3.000 em 2014 a mais de 60.000 em 2018.

Segundo o ASPI, esta pol�tica est� dirigida sobretudo �s minorias, "reduzindo a taxa de natalidade no sul de Xinjiang a n�veis entre os mais baixos do mundo".

E pela primeira vez, o Anu�rio Estat�stico de Xinjiang de 2020 n�o inclui os principais dados sobre a popula��o, o que reflete o car�ter sens�vel do tema.

- "M�quinas de reprodu��o" -

O regime do presidente Xi Jinping reconhece a queda da natalidade em Xinjiang desde 2017.

Segundo um centro de reflex�o vinculado ao governo, agora as mulheres das minorias "aceitam fazer uma laqueadura de trompas ou que ter implantado um DIU".

Este centro de pesquisas sobre o desenvolvimento de Xinjiang afirma que isto ocorre porque as mulheres "n�o s�o mais obrigadas pelos extremistas religiosos a ser m�quinas de reprodu��o".

O governo local n�o quis responder �s perguntas da AFP.

Para determinar a exist�ncia ou n�o de um genoc�dio, a conven��o da ONU sobre a quest�o estabelece a no��o de "inten��o".

Para o antrop�logo Darren Byler, da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, esta inten��o � cada vez mais clara.

"A queda sem compara��o da natalidade em Xinjiang confirma que os uigures e outros grupos �tnicos s�o v�timas de um genoc�dio em curso", denuncia.


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