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Estado de Minas OSLO

�rtico se aquece tr�s vezes mais r�pido que o planeta desde 1971


20/05/2021 08:48

O �rtico se aqueceu tr�s vezes mais r�pido do que o planeta entre 1971 e 2019, uma eleva��o de temperatura mais acelerada do que se acreditava - adverte o Programa de Avalia��o e Vigil�ncia do �rtico (AMAP) em relat�rio publicado nesta quinta-feira (20).

A calota, um elemento emblem�tico da regi�o, aparece como uma v�tima anunciada, e cada fra��o de grau conta. As possibilidades de que desapare�a totalmente no ver�o - at� voltar a se formar no inverno - s�o dez vezes mais elevadas, se a temperatura na Terra aumentar 2�C do que se subir 1,5�C, a meta estabelecida pelo Acordo de Paris.

O informe foi divulgado por ocasi�o da reuni�o ministerial do Conselho do �rtico, que acontece na Isl�ndia.

"O �rtico � realmente um ponto-chave do aquecimento global", resume Jason Box, especialista em geleiras do Servi�o Geol�gico da Dinamarca e da Groenl�ndia.

Em menos de meio s�culo, de 1971 a 2019, sua temperatura m�dia anual subiu 3,1�C, contra 1�C no planeta.

No relat�rio anterior, publicado em 2019, o AMAP indicou que o aquecimento do �rtico era "mais que o dobro da m�dia mundial".

- Inc�ndios florestais -

Segundo os pesquisadores, houve uma reviravolta em 2004, com uma eleva��o - ainda inexplicada - do term�metro no c�rculo polar, a partir da qual o aquecimento aumentou a um ritmo 30% mais elevado do que antes.

Agora, a regi�o � palco de "epis�dios de calor de inverno mais numerosos e mais longos", relata Jason Box � AFP.

S�o fen�menos meteorol�gicos, �s vezes caniculares, que ocorrem na regi�o, principalmente no per�odo de forma��o de gelo, entre outubro e maio.

Ao "ver�o", de junho a setembro, soma-se o calor liberado pelos oceanos, cada vez com menos gelo marinho e o isolamento que proporciona.

A tend�ncia est� longe de acabar, pois, de acordo com as proje��es citadas no relat�rio, as temperaturas m�dias no �rtico v�o subir entre 3,3�C e 10�C at� o final do s�culo, acima da m�dia do per�odo 1985-2014. O aumento depender� do volume das futuras emiss�es de gases causadores do efeito estufa.

O aquecimento desta regi�o tem consequ�ncias imediatas nos ecossistemas: modifica��o do habitat, dos h�bitos alimentares, das intera��es da fauna - como o simb�lico urso polar -, a migra��o de certas esp�cies, entre outras.

Da Sib�ria � Su�cia e ao Alasca, os inc�ndios florestais se tornaram um problema recorrente.

Al�m do risco para a seguran�a humana, "a fuma�a que eles produzem tamb�m cont�m di�xido de carbono e fuligem, que contribuem para a mudan�a clim�tica", alerta o pesquisador americano Michael Young.

- Impacto planet�rio -

As consequ�ncias tamb�m s�o dram�ticas para os quatro milh�es de pessoas que vivem nessas latitudes, especialmente as popula��es ind�genas.

"Os ca�adores no noroeste da Groenl�ndia dizem que o per�odo, durante o qual � poss�vel se deslocar em tren� puxado por c�es, diminuiu de cinco para tr�s meses", afirma a diretora do Centro de Pol�tica e Avalia��o do Clima do Alasca, Sarah Trainor.

"Ca�adores e pescadores no Canad� e na R�ssia relatam focas mais magras, uma fauna selvagem menos saud�vel e mais vermes em peixes e mam�feros marinhos", acrescenta.

Um �rtico mais quente significa um �rtico mais �mido. A chuva substitui a neve e contribui para a forma��o de mantos de gelo que evitam que os cerv�deos se alimentem de l�quenes.

Os efeitos das mudan�as clim�ticas na regi�o v�o muito al�m.

As milh�es de toneladas de gelo que derretem a cada ano na Groenl�ndia, por exemplo, elevam o n�vel do mar, amea�ando popula��es a milhares de quil�metros de dist�ncia.

O degelo abre possibilidades econ�micas: novas �reas de pesca, rotas mar�timas comerciais, acesso mais f�cil aos recursos de petr�leo e g�s...

"No entanto", insiste Sarah Trainor, "o potencial de expans�o dessas ind�strias est� sendo contido pelos esfor�os para limitar as emiss�es de gases de efeito estufa e atingir as metas estabelecidas pelo Acordo de Paris".


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