Esta manh�, a situa��o era calma na zona fronteiri�a. Guardada pelas for�as marroquinas, a cidade de Fnideq (nome �rabe para Castillejos) estava deserta,
Segundo informa��es recolhidas no local por um jornalista da AFP, cerca de 1.500 pessoas foram repatriadas para os seus munic�pios de origem no in�cio da tarde.
Do outro lado da fronteira, o fluxo parou, n�o sendo poss�vel ver os migrantes que tentavam chegar � praia em Ceuta. � tarde, por�m, a pol�cia recolheu ali um cad�ver flutuante, sem poder especificar h� quanto tempo estava sem vida, naquela que seria a segunda morte nesta crise.
Desde segunda-feira, 8.000 migrantes entraram em Ceuta, gra�as ao relaxamento do controle do lado marroquino, em meio de uma disputa diplom�tica entre Rabat e Madri pela assist�ncia m�dica prestada pela Espanha ao l�der separatista do Saara Ocidental - territ�rio que Marrocos considera como seu.
As autoridades espanholas elevaram ainda mais o tom, denunciando uma "agress�o" e uma "chantagem" por parte de Rabat, embora no terreno, as rela��es parecem estar se reconstruindo timidamente para acelerar o retorno dos migrantes.
Mais de 6.000 j� foram devolvidos ao Marrocos e, segundo fontes policiais questionadas pela AFP, os dois pa�ses "chegaram a um acordo para formalizar o que estava acontecendo na pr�tica e os adultos que entraram est�o sendo devolvidos por grupos".
Mas esse retorno n�o extingue as esperan�as de muitos. "Um dia tentarei a sorte novamente e terei sucesso", estimou Hassan, de 17 anos, que "sonha em morar na Europa".
- Confrontos no lado marroquino -
Descal�os, ou de chinelos, com a roupa suja, ou pu�da, milhares de pessoas, a maioria jovens, tentaram entrar em Ceuta. Junto com Melilla, este pequeno enclave de 84.000 habitantes constitui a �nica fronteira terrestre entre a Uni�o Europeia e a �frica.
Um epis�dio violento ocorreu em Castillejos nesta madrugada, quando mil jovens marroquinos atiraram pedras nas for�as da ordem marroquinas e as obrigaram a recuar. Na sequ�ncia, atearam fogo a uma motocicleta.
Tamb�m nesta madrugada, em Melilla, cerca de 100 migrantes tentaram, sem sucesso, pular a cerca da fronteira, informaean as autoridades locais, na terceira tentativa semelhante desde ter�a-feira, quando 86 pessoas de um grupo de 300 conseguiram entrar.
A Espanha, que recebeu apoio das altas autoridades europeias, aumentou a press�o sobre Rabat, um parceiro-chave no controle do fluxo migrat�rio.
"N�o � apenas uma agress�o �s fronteiras espanholas, mas �s fronteiras da Uni�o Europeia", denunciou a ministra espanhola da Defesa, Margarita Robles, que acusou o Marrocos de "p�r a vida de menores em risco", deixando-lhes o caminho livre para nadarem at� Ceuta.
- "Jogo duplo" -
Rabat, manteve dias de sil�ncio sobre este assunto, relacionou diratamente a crise migrat�ria com a hospitaliza��o na Espanha de Brahim Ghali, o l�der do movimento de independ�ncia saarau� Frente Polis�rio, apoiado pela Arg�lia.
"O Marrocos n�o aceita a linguagem dupla e o jogo duplo de Madri", disse o chanceler marroquino, Nasser Bourita, � ag�ncia oficial MAP.
"A verdadeira origem da crise � a recep��o por Madri sob uma falsa identidade do chefe separatista das mil�cias de Polisario", acrescentou.
A Espanha insiste em que a decis�o de receber Ghali � por raz�es "humanit�rias". Reiterou ainda que n�o mudou sua posi��o em rela��o ao Saara Ocidental, uma ex-col�nia espanhola, e que manter� sua neutralidade e respeitar� as resolu��es das Na��es Unidas.
Diante desta crise na fronteira, v�rias ONGs espanholas e marroquinas criticaram a presen�a de menores e sua utiliza��o em um "jogo pol�tico", enquanto questionavam, ao mesmo tempo, sua expuls�o de volta para o Marrocos.
A Anistia Internacional condenou que os migrantes estejam "sendo usados como pe�es" neste "jogo pol�tico" entre Madri e Rabat. Segundo esta ONG, cerca de 2.000 menores desacompanhados teriam entrado em Ceuta.
A delega��o do governo espanhol em Ceuta disse quinta-feira � AFP que 800 dos 1.500 menores que entraram permanecem em Ceuta, visto que "muitos regressaram voluntariamente".
FNIDEQ