O presidente da Venezuela, Nicol�s Maduro, afirmou na quinta-feira, 20, que as elei��es s�o "o �nico caminho poss�vel" para recuperar a seguran�a e a justi�a no pa�s. "Ap�s tr�s anos da vit�ria popular de 20 de maio, evocamos o esp�rito democr�tico e pacifista do povo venezuelano. Hoje, mais do que nunca, estamos convocados a transitar pelo caminho eleitoral, como o �nico poss�vel para recuperar a seguran�a e a justi�a social", disse Maduro.
A declara��o do presidente, que governa o pa�s desde 2013, foi feita seis meses antes das elei��es regionais e locais na Venezuela, nas quais a oposi��o liderada por Juan Guaid� planeja concorrer. Em dezembro do ano passado, os opositores decidiram n�o disputar as elei��es legislativas por consider�-las fraudulentas.
Guaid�, que na semana passada apresentou uma proposta de negocia��o com o governo para resolver a crise, condiciona a participa��o eleitoral a garantias de transpar�ncia e legalidade por parte do governo, al�m de outros compromissos.
Mas todas as condi��es propostas por Guaid� est�o no ar, uma vez que, embora Maduro tenha se mostrado disposto a negociar "com qualquer um", n�o se pronunciou sobre as exig�ncias nem disse se cederia �s condi��es, at� porque algumas n�o dependem apenas do l�der opositor.
� o caso da "suspens�o progressiva das san��es", decis�o a ser tomada pelos pa�ses que as impuseram, como Estados Unidos e Uni�o Europeia, entre outros. Tamb�m n�o est� nas m�os de Guaid� ampliar as san��es caso o governo n�o assuma o compromisso de libertar presos pol�ticos, apresentar um calend�rio para "elei��es livres e justas, condi��es eleitorais, justi�a transit�ria e resolu��o de processos judiciais".
Inevitavelmente, para cumprir a sua proposta, tem de haver um compromisso dos EUA, que na semana passada, por meio do chefe de miss�o diplom�tica na Venezuela, James Story, garantiu que o pa�s "n�o est� envolvido nas negocia��es" propostas pelo l�der opositor, apesar de ter manifestado seu respaldo.
Nesta semana, a Organiza��o de Estados Americanos (OEA) defende a iniciativa de Guaid� de retomar as negocia��es com o governo de Maduro. "A situa��o do pa�s assim exige", disse o �rg�o, em um comunicado, acusando a "ditadura" de Maduro de "devastar a outrora pot�ncia petroleira", e de cometer crimes contra a humanidade.
"A Venezuela atravessa a pior crise humanit�ria, migrat�ria e de corrup��o da hist�ria da regi�o", acrescentou o texto, que denuncia "viola��es sistem�ticas" de direitos humanos e cess�o de controle territorial a grupos criminosos na fronteira com a Col�mbia.
A OEA, integrada pelos 35 pa�ses americanos - embora Cuba n�o seja um membro ativo e a pr�pria Venezuela seja representada por um delegado de Guaid�, ap�s Maduro se retirar da organiza��o, em abril de 2019 -, n�o reconhece a legitimidade do l�der chavista por considerar sua reelei��o em 2018 fraudulenta.
Em janeiro de 2019, quando Maduro assumiu um segundo mandato at� 2025, a OEA reconheceu a autoridade constitucional da Assembleia Nacional da Venezuela, "democraticamente eleita" em 2015, e chefiada por Guaid�, que atualmente tem um �ndice de aprova��o de menos de 20%, ap�s o amplo apoio que tinha dois anos atr�s.
Presos pol�ticos
L�deres opositores venezuelanos denunciaram a transfer�ncia de "presos pol�ticos" para pris�es comuns na Venezuela, ap�s um decreto de Maduro publicado no dia 12 no Di�rio Oficial. A opositora Delsa Sol�rzano disse que a situa��o "� de extrema gravidade, uma vez que as pris�es da Venezuela est�o entre as mais perigosas do mundo". "As fam�lias t�m muito medo", afirmou.
Em mar�o, a ONU alertou para novas "pris�es arbitr�rias de pessoas percebidas como inimigos internos ou opositores". De acordo com a ONG Provea, nos tr�s primeiros meses do ano, houve 472 execu��es extrajudiciais na Venezuela. (Com ag�ncias internacionais)
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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