A quest�o do papel da Fran�a antes, durante e depois do genoc�dio dos tutsis em Ruanda foi um tema espinhoso durante anos, levando, inclusive, � ruptura das rela��es diplom�ticas entre Paris e Kigali entre 2006 e 2009.
Em mar�o deste ano, foi publicado um relat�rio, segundo o qual Paris "carrega uma grande responsabilidade por tornado poss�vel um genoc�dio previs�vel", massacres que deixaram mais de 800.000 mortos.
A comiss�o n�o encontrou, por�m, provas de cumplicidade da Fran�a no derramamento de sangue.
Para o presidente de Ruanda, Paul Kagame, que liderou a rebeli�o tutsi que p�s fim ao genoc�dio, este informe marcou uma mudan�a de rumo nas rela��es entre ambos os pa�ses.
Durante visita � Fran�a na semana passada, Kagame afirmou que o relat�rio abriu o caminho para que Fran�a e Ruanda tenham "uma boa rela��o".
"Posso viver com" as conclus�es do relat�rio, disse Kagame em entrevista aos ve�culos France 24 e RFI.
"Podemos deixar o resto para tr�s e seguir em frente", acrescentou.
A visita de Macron a Ruanda marcar� a "etapa final de normaliza��o das rela��es", declarou a Presid�ncia francesa.
Para isso, o presidente franc�s ter� de encontrar e usar as palavras certas.
Depois de chegar a Kigali, Macron seguir� imediatamente para o Memorial do Genoc�dio, localizado em Gisozim, um bairro da capital onde est�o enterrados os restos mortais de mais de 250.000 v�timas.
L�, ele far� um discurso muito esperado, no qual se dirigir�, em particular, aos sobreviventes do genoc�dio. Algumas associa��es esperam que Macron apresente desculpas em nome da Fran�a.
Para concretizar a normaliza��o das rela��es bilaterais, os dois presidentes poder�o chegar a um acordo sobre o retorno de um embaixador franc�s a Kigali. O posto se encontra vago desde 2015.
Outro passo ser� a inaugura��o, por parte de Macron, do Centro Cultural Franc�fono em Kigali, um estabelecimento que "ter� a voca��o de promover n�o apenas a cultura francesa, mas tamb�m todos os recursos da francofonia, especialmente os artistas da regi�o", segundo a Presid�ncia.
Depois de Ruanda, Macron segue para a �frica do Sul, onde se reunir� com o presidente Cyril Ramaphosa sobre a luta contra a pandemia da covid-19 e seu impacto na economia mundial.
PARIS