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Estado de Minas CALI

Duque ordena militariza��o de Cali ap�s um m�s de convuls�o social


29/05/2021 08:31 - atualizado 29/05/2021 08:37

O presidente Iv�n Duque determinou na sexta-feira a mobiliza��o de tropas militares em Cali, a terceira cidade da Col�mbia, diante do caos e de protestos que deixaram ao menos tr�s mortos durante o dia em que se lembrou um m�s de uma convuls�o social in�dita no pa�s.

"A partir desta noite come�a a mobiliza��o m�xima de assist�ncia militar � pol�cia nacional na cidade de Cali", anunciou o presidente ap�s chefiar um conselho de seguran�a nesta cidade de 2,2 milh�es de habitantes, onde um toque de recolher noturno entrou em vigor.

"Essa mobiliza��o quase triplicar� nossa capacidade em 24 horas", disse o presidente.

"Infelizmente, tr�s pessoas morreram (...) Esta situa��o ocorreu entre quem bloqueia e quem queria passar" por um dos pontos fechados pelos manifestantes, disse mais cedo o prefeito da cidade, Jorge Iv�n Ospina.

Em v�deos que viralizaram foi poss�vel ver um homem ca�do sobre uma po�a de sangue e outro pr�ximo com uma arma, perseguido por manifestantes. Em seguida, as imagens mostram o suposto agressor tamb�m no ch�o, ap�s ter sido aparentemente linchado. A terceira v�tima morreu em circunst�ncias que n�o foram esclarecidas at� o momento.

Uma das v�timas era Fredy Bermudez, um investigador do Minist�rio P�blico, que atirou na dire��o de uma manifesta��o, "provocando a morte de alguns civis" e que depois foi morto pelos manifestantes, segundo o chefe do organismo, Francisco Barbosa. Ele acrescentou que o funcion�rio "estava de folga". A emissora W Radio denunciou a morte de outra pessoa que levou v�rios tiros durante um protesto.

Enquanto isso, o minist�rio da Defesa divulgou imagens de multid�es atacando edif�cios p�blicos com pedras e explosivos artesanais nas cidades vizinhas de Popay�n e Pasto.

Em um m�s de protestos, morreram 49 pessoas, segundo contagem oficial. O Minist�rio P�blico estabeleceu que pelo menos 17 casos t�m v�nculo direto com as manifesta��es, mas a ONG Human Rights Watch afirma ter "den�ncias confi�veis" sobre 63 �bitos, 28 relacionados com a crise.

A eclos�o come�ou quando o governo quis impor mais impostos � classe m�dia, atingida pela pandemia, para preencher a lacuna fiscal deixada pela emerg�ncia econ�mica.

Duque desistiu da proposta, mas a repress�o policial aumentou os �nimos. Atualmente as ruas est�o cheias de jovens sem trabalho e sem educa��o que pedem um Estado mais solid�rio diante da devasta��o causada pela covid-19.

Cali foi o epicentro das manifesta��es. Os bloqueios que atingem esta e outras cidades dividem o governo e as principais lideran�as do protesto, que conversam h� duas semanas sem chegar a um acordo.

Representantes do governo exigem a suspens�o dos bloqueios, enquanto a chamada Comiss�o Nacional de Greve defende os "pontos de resist�ncia" como forma de protesto e pede ao presidente que pe�a desculpa pelos excessos das for�as de seguran�a.

As for�as policiais, que na Col�mbia s�o controladas pelo Minist�rio da Defesa, est�o sob fortes cr�ticas pelos excessos que as vinculam �s mortes de manifestantes.

A comunidade internacional condenou a rea��o dos �rg�os de seguran�a, enquanto as ruas clamam por uma reforma que "desmilitarize" uma for�a policial que h� d�cadas luta contra guerrilheiros e narcotraficantes.

O governo garante que as manifesta��es foram infiltradas por v�ndalos e grupos armados que sobrevivem � assinatura do acordo de paz com as extintas Farc, guerrilha que se tornou partido pol�tico ap�s meio s�culo de fracassada luta pelo poder.

Desde que assumiu o poder em agosto de 2018, Duque enfrentou protestos sem precedentes. A pandemia extinguiu as mobiliza��es por um tempo, mas elas recome�aram com for�a, apesar do fato de que a Col�mbia enfrenta uma onda agressiva da covid-19 que tem hospitais � beira do colapso.

As manifesta��es pac�ficas durante o dia, mas que � noite escalaram para confrontos violentos em v�rios pontos, levaram � demiss�o do Ministro das Finan�as, do chanceler e do Alto Comiss�rio para a Paz.

Enquanto isso, a desaprova��o de Duque atinge n�veis hist�ricos (76%), a um ano das elei��es das quais dever� sair seu sucessor.

A pandemia afetou a economia do pa�s de 50 milh�es de habitantes. Em um ano, a porcentagem da popula��o pobre passou de 35,7% para 42,5%, e quase um ter�o dos colombianos (27,7%) entre 14 e 28 anos n�o estudam, nem trabalham, segundo o �rg�o estatal de estat�sticas.


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