(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas HAIA

Mais de 800 detidos em opera��o mundial que usou telefones criptografados do FBI


08/06/2021 16:30 - atualizado 08/06/2021 16:37

Uma gigantesca opera��o internacional contra o crime organizado permitiu a deten��o de mais de 800 pessoas, depois que foram descriptografadas as comunica��es entre bandidos que utilizaram, sem saber, telefones distribu�dos pelo FBI, anunciaram nesta ter�a-feira (8) ag�ncias policiais.

"Estas informa��es levaram durante a semana passada a centenas de opera��es policiais em escala mundial, da Nova Zel�ndia e Austr�lia a Europa e Estados Unidos, com resultados impactantes", declarou o vice-diretor de opera��es da Europol, Jean-Philippe Lecouffe.

"Mais de 800 deten��es, mais de 700 lugares com opera��es de busca e mais de oito toneladas de coca�na confiscadas", completou em uma entrevista coletiva um dos comandantes da ag�ncia de coopera��o policial europeia que tem sede em Haia.

Os agentes tamb�m apreenderam 22 toneladas de maconha, duas de anfetamina, 250 armas de fogo, 55 carros de luxo e mais de 48 milh�es de d�lares em diversas moedas e criptomoedas, segundo a Europol.

Durante tr�s anos foram distribu�dos milhares de telefones que deveriam passar desapercebidos entre membros da m�fia, dos sindicatos do crime organizado asi�tico, dos cart�is de drogas, entre outros delinquentes.

Mas esta opera��o internacional impulsionada pelo FBI (a Pol�cia Federal dos Estados Unidos), que recebeu o nome "Escudo de Troia", permitiu o acesso da pol�cia de 16 pa�ses a quase 27 milh�es de mensagens que os criminosos trocaram por meio de aparelhos criptografados com o sistema ANOM.

O diretor adjunto do FBI, Calvin Shivers, destacou que a opera��o permitiu salvar "mais de 100" vidas amea�adas.

- "Vazio no mercado" -

O primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, disse que a opera��o "leva a um golpe severo no crime organizado, n�o apenas neste pa�s, mas haver� um impacto do crime n�o organizado em todo o mundo".

Na Austr�lia, 200 pessoas foram acusadas, a Su�cia prendeu 155 - cinco delas na Espanha. A Finl�ndia prendeu cerca de 100, a Alemanha 70, os Pa�ses Baixos 49, a Nova Zel�ndia 35 e a Noruega 7, no �mbito da opera��o.

Os Estados Unidos acusaram 17 administradores ou distribuidores de dispositivos ANOM, todos estrangeiros, dos quais 8 foram presos. Suas autoridades n�o relataram nenhuma pris�o no pa�s. "A investiga��o continua", garantiram.

A opera��o internacional come�ou depois que o FBI conseguiu infiltrar sistemas similares denominados "Phantom Secure" e "Sky Global", com os quais acessaram as comunica��es de milhares de pessoas, incluindo suspeitos de crimes.

"O fechamento dessas duas plataformas criptografadas de comunica��o criou um vazio importante no mercado de comunica��es criptografadas", explicou a pol�cia da Nova Zel�ndia.

Para preencher essa lacuna, "o FBI operou seu pr�prio sistema de dispositivos criptografados, chamado 'ANOM'." Isso permitiu que ele "revertesse as coisas" contra os criminosos, explicou Shivers. "Pudemos ver fotos de centenas de toneladas de coca�na escondidas em carregamentos de frutas", acrescentou.

De acordo com documentos judiciais dos Estados Unidos citados pelo portal Vice, o FBI trabalhou com pessoas que conheciam os ambientes par desenvolver e distribuir os aparelhos ANOM por meio da rede "Phantom Secure", com a entrega de 50 telefones, especialmente na Austr�lia.

- "A pol�cia no bolso" -

Os telefones celulares n�o tinham e-mail nem servi�o de liga��o ou GPS. Os aparelhos eram adquiridos apenas no mercado clandestino por 2.000 d�lares. Al�m disso, era necess�rio um c�digo enviado por outro usu�rio do ANOM.

"N�o os distribu�mos, s�o as pessoas que nos procuraram em busca desses dispositivos", disse Shivers.

"Os criminosos tinham que conhecer outro criminoso para conseguir um aparelho", afirmou a pol�cia australiana em um comunicado.

Para distribuir os dispositivos, a pol�cia utilizou pessoas que tinham influ�ncia nos c�rculos criminais, incluindo um traficante foragido na Turquia.

"Os aparelhos circulavam organicamente e se tornaram populares entre os criminosos, que confiavam na legitimidade do aplicativo porque figuras reconhecidas do crime organizado os defendiam", completou a pol�cia da Austr�lia.

Os criminosos influentes "colocaram a Pol�cia Federal australiana no bolso" de centenas de supostos bandidos", celebrou o comandante da for�a de seguran�a, Reece Kershaw.

"Os criminosos consideraram o sistema seguro e o promoveram entre si como a plataforma a ser usada (...) Nada poderia estar mais longe da verdade", disse a pol�cia holandesa.

No total, 11.800 dispositivos foram distribu�dos em todos os continentes. Austr�lia, Espanha, Alemanha e Holanda foram os pa�ses que mais receberam aparelhos.

A infiltra��o acabou em mar�o de 2021, quando um blogueiro detalhou as falhas de seguran�a do ANOM, apresentado como um dispositivo vinculado � Austr�lia, Estados Unidos e aos outros membros da alian�a FiveEyes. A publica��o foi apagada.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)