A China pediu nesta ter�a-feira, 15, que a Organiza��o do Tratado do Atl�ntico Norte (Otan) "pare de exagerar a teoria de amea�a chinesa" ap�s a principal alian�a militar do Ocidente acusar Pequim de ser um "desafio sist�mico" para o grupo com suas "pol�ticas coercitivas". Segundo o governo de Xi Jinping, que fez um apelo para que a Uni�o Europeia (UE) n�o se junte � estrat�gia americana, os Estados Unidos est�o "muito doentes" por tentarem criar uma frente unida anti-China.
"Exigimos racionalidade da Otan na hora de avaliar o desenvolvimento da China e que deixem de exagerar a teoria de amea�a chinesa. Eles n�o devem usar nossos interesses leg�timos e direitos como desculpas para manipular e criar enfrentamentos artificiais", disse a miss�o diplom�tica chinesa na Uni�o Europeia em comunicado. "A China n�o representa um desafio sist�mico para ningu�m, mas se algu�m quiser nos impor um, n�o permaneceremos indiferentes."
Ao contr�rio de seu antecessor, que apostava no embate direto contra Pequim, a estrat�gia do presidente dos EUA Joe Biden � juntar seus aliados europeus e asi�ticos para tentar impedir que a China desafie a supremacia americana. Ap�s quatro anos negligenciada pelo governo de Donald Trump, a Otan � um elemento-chave da estrat�gia anti-Pequim de Biden.
O comunicado da c�pula de segunda-feira, a primeira desde a troca de comando em Washington, menciona a China dez vezes - na �ltima reuni�o, em 2019, a pot�ncia asi�tica havia sido mencionada apenas uma. De acordo com o texto, "as ambi��es declaradas e o comportamento assertivo da China representam desafios sist�micos da ordem internacional em �reas relevantes para a alian�a".
Na segunda-feira, o secret�rio-geral da Otan, Jens Stoltenberg, havia dito que todos os 30 pa�ses-membros da alian�a reconhecem que Pequim "est� aumentando suas capacidades militares e continua com seu comportamento coercitivo", buscando neutralizar as acusa��es de que Washington pauta a agenda monocraticamente. A China, ele disse, est� "expandindo rapidamente seu arsenal nuclear" e � "opaca" na hora de prestar contas sobre sua moderniza��o militar.
Em sua nota oficial, a miss�o chinesa na UE chama as afirma��es de "caluniosas" e alegou que a Otan, com sua "mentalidade de Guerra Fria, busca atacar o desenvolvimento pac�fico" do pa�s.
As pol�ticas de defesa da China, afirmou, "s�o leg�timas e transparentes", ressaltando que o arsenal da Otan � muito superior ao de Pequim. "As cifras de armas nucleares da China n�o alcan�am a magnitude dispon�vel nos pa�ses da Otan. Al�m disso, a China sempre se comprometeu a n�o dispar�-las primeiro em nenhuma circunst�ncia", afirma a nota. "Se a Otan est� t�o comprometida com 'a paz, a seguran�a e a estabilidade', pode chegar em um consenso a respeito disso como a China fez?"
A tentativa de formar uma ofensiva de aliados para conter Pequim j� havia sido evidenciada no fim de semana, durante a reuni�o do G-7, quando o grupo adotou sua ret�rica mais dura diante de Pequim desde o Massacre da Pra�a da Paz Celestial, em 1989. Em mais uma vit�ria diplom�tica para Biden, os EUA e seus aliados apoiaram uma nova investiga��o da Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) sobre as origens do coronav�rus.
"Os EUA est�o doentes e, de fato, muito, muito doentes. � melhor que o G-7 me�a o seu pulso e prescreva alguma medica��o", disse nesta ter�a-feira o porta-voz da Chancelaria, Zhao Lijian, em seu primeiro briefing � imprensa desde o encontro de ambos os grupos que re�nem os EUA e seus aliados.
O comunicado do G-7 tamb�m instou Pequim a respeitar os direitos humanos, em especial na prov�ncia de Xinjiang, al�m de defender a autonomia de Hong Kong - ambos assuntos que Pequim considera serem dom�sticos.
Comentando a c�pula do G-7, Zhao afirmou que ela "exp�s as m� inten��es dos EUA e de alguns outros para criar confronto, distanciamento e expandir diferen�as e disc�rdias". Buscando minimizar a influ�ncia americana, o porta-voz disse que a China e Uni�o Europeia s�o "parceiros estrat�gicos, e n�o rivais sist�micos", acusando Washington de tentar criar barreiras entre Bruxelas e Pequim. No entanto, ele tamb�m acusou a Otan de infringir "guerra e caos" ao mundo, referindo-se ao bombardeio da embaixada chinesa em Belgrado, na S�rvia, em 1999.
"� a d�vida de sangue da Otan com o povo chin�s", disse o porta-voz sobre o incidente, pelo qual Washington posteriormente se desculpou e afirmou ter sido um erro causado por mapas desatualizados.
Guerra Fria
Liderada pelos EUA, a Otan foi criada em abril de 1949, em meio � Guerra Fria, com o objetivo espec�fico de garantir a seguran�a coletiva dos EUA e da Europa Ocidental frente ao bloco liderado pela antiga Uni�o Sovi�tica. Com o fim da Guerra Fria, a Otan perdeu seu prop�sito inicial e passou a se concentrar em novos desafios de seguran�a, como o combate ao terrorismo internacional - explicitado na Guerra do Afeganist�o, com a invas�o de 2001 - a conten��o da R�ssia e, mais recentemente, a ascens�o da China como pot�ncia econ�mica e militar. (Com ag�ncias internacionais).
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