Um jato de combate e um barco de patrulha russos fizeram disparos de advert�ncia contra um navio de guerra do Reino Unido, informou ontem o Minist�rio da Defesa da R�ssia. Segundo ag�ncias de not�cias russas, a movimenta��o e os disparos foram feitos ap�s o HMS Defender, um destr�ier brit�nico, ter entrado em �guas territoriais da R�ssia no Mar Negro. O Reino Unido nega.
Segundo os russos, o HMS Defender cruzou a fronteira na manh� de ter�a, 22, na �rea de Cabo Fiolent, sul da Crimeia. "O destr�ier foi avisado com anteced�ncia de que armas seriam disparadas em caso de viola��o da fronteira. Eles desobedeceram o alerta", afirma a nota.
Um barco de patrulha teria chegado ao local primeiro, fazendo dois disparos de advert�ncia, segundo os russos. Cerca de 10 minutos depois, um ca�a Su-24M teria se aproximado da embarca��o brit�nica e disparado quatro bombas Ofab-250, tamb�m como alerta. O destr�ier teria navegado 3 km dentro do territ�rio russo.
Outra vers�o
Ap�s o an�ncio das autoridades russas, o Minist�rio da Defesa do Reino Unido negou que qualquer disparo tenha sido feito contra seu navio de guerra. "Nenhum tiro de advert�ncia foi feito contra o HMS Defender", disse a pasta nas redes sociais. Os brit�nicos tamb�m afirmaram que a embarca��o estava em �guas territoriais ucranianas - a Crimeia foi anexada pela R�ssia, em 2014, o que nunca foi reconhecido pela comunidade internacional.
O secret�rio de Defesa brit�nico, Ben Wallace, afirmou que o HMS Defender estava fazendo um deslocamento de rotina e entrou em um reconhecido corredor internacional de tr�fego naval. "Como � de rotina, os navios russos seguiram a passagem (do destr�ier) e ele foi informado sobre os exerc�cios de treinamento em sua vizinhan�a", disse Wallace.
Ap�s a anexa��o da Crimeia, a R�ssia passou a considerar como suas as �reas ao redor da costa da pen�nsula. No entanto, os pa�ses ocidentais ainda consideram a Crimeia como parte da Ucr�nia e rejeitam a reivindica��o russa sobre o mar territorial ao seu redor.
O incidente j� provocou implica��es diplom�ticas. O governo russo afirmou que convocar� o embaixador brit�nico para prestar esclarecimentos e cobrou do Reino Unido uma investiga��o sobre as "perigosas a��es" de seu destr�ier no Mar Negro.
Em um novo comunicado, o Minist�rio da Defesa russo classificou o ocorrido como "uma grave viola��o da conven��o da ONU" e pediu uma "investiga��o profunda" sobre as decis�es tomadas pela tripula��o do HMS Defender.
Apesar da incerteza sobre o que realmente aconteceu, o choque entre equipamentos militares ocidentais e russos � recorrente na regi�o, principalmente depois da anexa��o da Crimeia, segundo Gunther Rudzit, professor de Rela��es Internacionais da ESPM-SP.
"O que � estranho � os russos afirmarem ter enviado um ca�a para lan�ar bombas perto do navio brit�nico. Isso seria uma escalada bastante grande, e � estranho n�o ter nada que comprove esse momento, como um v�deo, ainda mais se o objetivo era mostrar for�a perante o Ocidente", disse.
De acordo com o professor, o an�ncio dos russos aparenta ter como alvo o p�blico interno, diante da proximidade com as elei��es legislativas de setembro. "A popularidade de Putin n�o est� l� essas coisas, principalmente ap�s o tom elogioso em que ocorreu a c�pula com Joe Biden, mesmo ap�s ele o chamar de assassino. Esse tipo de a��o militar sempre ajuda a tentar melhorar o apoio entre a popula��o da R�ssia." (Com ag�ncias internacionais).
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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