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Estado de Minas JACARTA

Extremistas indon�sios financiam ataques com dinheiro de caridade


24/06/2021 08:44

Sem saber, muitos indon�sios que doam dinheiro para os pobres ajudam a financiar ataques de grupos extremistas, um golpe que tem gerado renda significativa.

Khairul Ghazali, um extremista isl�mico arrependido, contou � AFP como passava dias visitando restaurantes, lojas e supermercados para deixar caixas de caridade, vestindo um terno de apar�ncia oficial para evitar suspeitas.

As pessoas depositavam moedas e notas amassadas, acreditando que estavam ajudando crian�as �rf�s, ou alguma organiza��o humanit�ria palestina.

Mas as caixas de Ghazali pertenciam � Jemaah Islamiya (JI), a rede respons�vel pelo atentado de Bali em 2002, o ataque terrorista mais mortal da hist�ria da Indon�sia.

"As pessoas n�o sabem a diferen�a entre essas e outras caixas de doa��o", diz Ghazali, de 56 anos, que agora dirige uma escola isl�mica e tenta tirar os extremistas do radicalismo.

"O dinheiro arrecadado costuma ser usado para financiar o terrorismo", assegura.

Com pouco financiamento externo, os grupos extremistas isl�micos dependem do golpe da caridade para financiar suas opera��es na Indon�sia, o maior pa�s de maioria mu�ulmana do mundo, que sofreu uma s�rie de atentados a bomba em hot�is e outros lugares nos �ltimos anos.

Em mar�o passado, a pol�cia de Sumatra do Norte disse que apreendeu mais de 500 caixas sob suspeita de financiarem o Estado Isl�mico (EI) e outros grupos radicais.

Essa apreens�o, que ocorreu semanas antes de um casal inspirado no EI se explodir dentro de uma igreja, �, no entanto, apenas a ponta do iceberg.

Um militante da JI preso no ano passado admitiu que uma funda��o ligada ao grupo tinha mais de 20.000 caixas de doa��es em todo pa�s, segundo a pol�cia.

- Grande escala -

N�o h� n�meros oficiais sobre as caixas de doa��es falsas na Indon�sia, mas especialistas acreditam que elas existam em todas as cidades e regi�es do arquip�lago.

"N�o � um m�todo novo, mas a escala, que agora � enorme, � nova", diz o analista de seguran�a Sidney Jones em Jacarta.

A maioria dos grupos extremistas da Indon�sia depende "esmagadoramente" do financiamento local para suas opera��es di�rias, aponta.

Esses grupos tamb�m levantam fundos de seus membros e apoiadores, em campanhas na Internet e lavagem de dinheiro por meio de neg�cios leg�timos, como planta��es de palma.

"Mas os ataques que ocorreram ap�s o atentado de Bali foram financiados, principalmente, por fundos das caixas de doa��es", de acordo com Ghazali.

Os fundos foram detectados em campos de treinamento na prov�ncia de Aceh e em grupos radicais, como um no leste da Indon�sia acusado de decapitar quatro crist�os em maio na ilha de Sulawesi.

Tamb�m serviram para ajudar as fam�lias de extremistas presos, ou mortos, e a pol�cia suspeita que eles tenham financiado viagens de extremistas � S�ria.

As caixas podem arrecadar at� US$ 350 a cada seis meses, segundo Ghazali.

"� mais pr�tico e sem riscos. N�o h� perigo de derramar sangue, como em um assalto", acrescenta.

Ghazali passou cinco anos na pris�o por liderar um assalto a banco em 2010, no qual um seguran�a foi morto. Esses ataques eram amplamente usados por grupos extremistas para se financiarem.

Foi nessa �poca que esses grupos pararam de se financiar por meio de roubos e outros crimes de risco e passaram a usar m�todos mais secretos.

As caixas costumam estar vinculadas a funda��es apoiadas por grupos extremistas, ou por seus simpatizantes, e s�o oficialmente registradas para parecerem leg�timas.

T�m de declarar os ingressos e parte do dinheiro vai para a caridade, mas a maior parte � desviada.

"Sim, h� �rf�os e pobres que recebem apoio dessas caixas, mas � uma fachada", assegura � AFP Ridlwan Habib, especialista em terrorismo da Universidade da Indon�sia.

"Os indon�sios gostam de doar dinheiro e podem doar de 2.000 a 5.000 r�pias [15 a 35 centavos] sem pensar duas vezes", comenta Sofyan Tsauri, um ex-militante que conhece o sistema.

Alguns em Sumatra do Norte ficaram chocados quando a pol�cia revelou que o esquema funcionava em sua prov�ncia. "Minha inten��o era apenas ajudar os outros, nunca pensei que seria usado no terrorismo", lamentou Medan, um residente de Sri Mulyani.


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