Continuam buscas por sobreviventes do desabamento na Fl�rida que deixou 4 mortos e 159 desaparecidos

A busca por sobreviventes do desabamento parcial de um edif�cio nos arredores de Miami, no sudeste dos Estados Unidos, continua nesta sexta-feira (25), um dia depois da cat�strofe que deixou pelo menos quatro mortos e 159 desaparecidos.

Uma das v�timas fatais do colapso parcial do pr�dio de 12 andares, ocorrido sem causa determinada na madrugada desta quinta-feira em Surfside, ao norte de Miami Beach, foi identificado, informou a m�dia local.

Trata-se de Stacie Fang, a m�e de um menino de 15 anos resgatado quinta-feira. Ela foi levada ao hospital e n�o sobreviveu, segundo o Miami Herald.

Outros corpos estavam sendo transportados em sacos amarelos e evacuados para que a pol�cia pudesse confirmar suas identidades e informar os enlutados.

As autoridades seguem em busca de 159 pessoas, apesar dos esfor�os cont�nuos das equipes de resgate para encontrar poss�veis sobreviventes entre os escombros.

"Infelizmente, os n�meros s�o os mesmos da manh�", declarou em coletiva de imprensa Daniella Levine Cava, prefeita do condado de Miami-Dade. "N�o encontramos mais ningu�m na busca de hoje, mas vamos continuar durante a noite e, se Deus quiser, teremos novas not�cias mais tarde esta noite ou amanh� de manh�", completou.

- Chuva e inc�ndio -

Apesar das condi��es clim�ticas adversas, bombeiros, c�es farejadores e guindastes continuam trabalhando entre as ru�nas do pr�dio localizado no complexo Champlain Towers South, a cerca de 20 km do centro de Miami.

As equipes de resgate ouviram ru�dos vindos dos escombros, mas n�o tiveram certeza de que eram de origem humana.

Uma tempestade na noite de quinta-feira trouxe fortes chuvas sem interromper a busca. Um inc�ndio tamb�m teve que ser controlado no lado norte do pr�dio. Chuvas fortes continuaram caindo na �rea na sexta-feira, em meio ao cheiro de borracha e pl�stico queimando.

Pelo menos 18 cidad�os latino-americanos estavam entre os desaparecidos: nove da Argentina, tr�s do Uruguai e seis do Paraguai, incluindo a irm� da primeira-dama paraguaia, segundo os consulados.

As autoridades canadenses informaram que "pelo menos quatro canadenses poderiam ter sido afetados" pelo desabamento.

Surfside � o lar de uma grande comunidade judaica e rabinos se mobilizaram para apoiar os residentes evacuados e suas fam�lias.

"Foi um golpe duro, mas ainda h� esperan�a", afirmou Zalmi Duchman, de 41 anos, � AFP. "N�s, judeus, acreditamos fortemente em milagres e nunca desistimos, somos resistentes e tentamos ser positivos em tempos dif�ceis."

- Em busca de explica��es -

O governador da Fl�rida, Ron DeSantis, pediu que sejam esclarecidas "sem demora" as causas do desabamento que afetou cerca de 55 apartamentos do edif�cio.

"Precisamos de uma explica��o definitiva de como pode ter acontecido isso", declarou em coletiva de imprensa. "Acredito ser importante que n�o demore", completou, "para ter respostas para as fam�lias e para o povo da Fl�rida".

"� um momento muito, muito dif�cil. H� tanta gente esperando. Est�o vivos? O que vai acontecer?", declarou o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, durante um evento na Casa Branca.

O presidente americano declarou mais cedo o estado de emerg�ncia para poder proporcionar uma ajuda federal �s opera��es de resgate e de transfer�ncia dos sobreviventes.

- V�rias hip�teses -

O desabamento parcial do edif�cio ocorreu � 01h30 de quinta-feira do hor�rio local (02h30 de Bras�lia), provocando uma grande nuvem de poeira que cobriu v�rias ruas da regi�o.

As hip�teses se multiplicam para explicar o ocorrido.

Um estudo realizado em 2020 mostrou que o edif�cio, constru�do em 1980 � beira-mar, havia afundado alguns mil�metros por ano entre 1993 e 1999.

O autor do estudo, Shimon Wdowinski, e a Universidade Internacional da Fl�rida, onde trabalha, afirmaram contudo em comunicado que "um afundamento de terra provavelmente n�o causaria por si s� o colapso do edif�cio".

A investiga��o para determinar o ocorrido envolver� uma grande coleta de dados, coleta de amostras de a�o e de concreto, busca de sinais de corros�o ou algum evento incomum anterior ao colapso, explicou outro especialista da FIU, Atorod Azizinamini, chefe do departamento de engenharia civil e ambiental.

"Infelizmente, isso n�o acontecer� em alguns dias ou semanas", afirmou, "Levar� algum tempo".