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Estado de Minas PARIS

Kleber Mendon�a Filho, diretor brasileiro com voz e voto em Cannes


05/07/2021 09:14

Em um per�odo de cinco anos, o brasileiro Kleber Mendon�a Filho entrou para o reduzido c�rculo de diretores habituais de Cannes, com um cinema social com toques de fantasia, mas t�o contundente como sua milit�ncia contra o conservadorismo que levou Jair Bolsonaro ao poder.

O ex-jornalista e cr�tico de cinema � o �nico latino-americano que disputou a Palma de Ouro desde 2016, e duas vezes: com o segundo longa-metragem, "Aquarius", e o terceiro, "Bacurau", que venceu o Pr�mio do J�ri de 2019 em um empate com o franc�s "Os Miser�veis".

Este ano, Kleber Mendon�a (nascido no Recife em 1968) retorna como integrante do j�ri presidido pelo cineasta americano Spike Lee. Em 2017, o brasileiro comandou o j�ri da Semana da Cr�tica, mostra paralela de Cannes.

O brasileiro fica � vontade na Croisette: como cr�tico ele compareceu diversas vezes ao Festival de Cannes e em 2005 exibiu o curta-metragem "Eletrodom�stica" na Quinzena dos Realizadores, antes de chegar � mostra principal com "Aquarius", protagonizado por S�nia Braga.

O filme n�o recebeu nenhum pr�mio, mas a participa��o marcou a edi��o de 2016 de Cannes quando a equipe do longa-metragem denunciou no tapete vermelho um "golpe de Estado" contra a ex-presidente Dilma Rousseff, destitu�da no mesmo ano pelo Congresso.

Aquele foi o in�cio da consagra��o de Kleber Mendon�a em Cannes, que coincidiu com o retorno ao poder no Brasil da direita, com o presidente Michel Temer, e a partir de 2019 da extrema-direita, com Bolsonaro.

Uma guinada que n�o o deixou indiferente, ainda mais porque Bolsonaro reduziu drasticamente os fundos p�blicos para o cinema, em uma tentativa de "sabotar" a ind�stria, segundo o diretor.

Quando um artista "est� irritado, frustrado, acaba transformando isto em poesia, literatura ou filmes", declarou o diretor em uma entrevista � AFP em Cannes em 2019.

- O cinema como protesto -

Desta maneira, "Bacurau", um filme de g�nero sobre uma pequena comunidade, foi encarado por muitos como um grito de resist�ncia dos povos ind�genas ante o governo de Bolsonaro.

"Este ano n�o acontecer� protesto, o filme � suficiente", disse Kleber Mendon�a em 2019, quando considerou a situa��o no Brasil uma "distopia".

Mas o cinema deste diretor, casado com a produtora francesa Emilie Lesclaux, tem o selo da luta social desde o in�cio.

Seu primeiro longa-metragem, "O Som ao Redor" (2012), ambientado no Recife, demonstra o medo que se apodera de um bairro ap�s a chegada de uma empresa de seguran�a privada.

Esta reflex�o sobre as classes sociais conquistou v�rios pr�mios em mais de 10 festivais internacionais e foi considerado pelo jornal New York Times um dos 10 melhores filmes do ano.

- Realismo e terror -

"Aquarius" mostrou sua protagonista (S�nia Braga) acossada por especuladores imobili�rios.

Mas o realismo de Kleber Mendon�a n�o � l�mpido. O diretor utiliza elementos fant�sticos, pr�prios do cinema de g�nero e de terror, como acontece em "Bacurau".

Al�m de vencer o Pr�mio do J�ri de Cannes, o filme, codirigido por Juliano Dornelles, foi um sucesso de bilheteria no Brasil.

Apesar da aclama��o, o filme n�o foi selecionado para representar o Brasil no Oscar.


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