Para quase todas as restri��es de videogame, crian�as e adolescentes encontram uma maneira de contorn�-las. Mas o espa�o de manobra est� diminuindo na China, que agora quer usar o reconhecimento facial para controlar quem fica jogando al�m do toque de recolher cibern�tico para menores de 18 anos - entre 22 horas e 8 horas -, imposto em 2019.
A tecnologia � muito usada na China para facilitar as atividades di�rias e tamb�m para regular o comportamento do p�blico. Os hot�is a utilizam no check-in, enquanto o Estado a usa para rastrear suspeitos de crimes.
A China j� havia determinado que jogadores menores de 18 anos deveriam fazer o logon usando seus nomes reais e n�meros de identifica��o como parte das regulamenta��es para limitar o tempo diante da tela e controlar o v�cio em internet.
Mas, antecipando que adolescentes espertos poderiam tentar usar os dispositivos ou identidades de seus pais para contornar as restri��es, o conglomerado de internet chin�s Tencent anunciou que est� fechando a brecha com a ado��o da tecnologia de reconhecimento facial em seus videogames.
"Crian�as, deixem seus telefones de lado e durmam", disse a Tencent em um comunicado na ter�a-feira, quando apresentou oficialmente os recursos, chamados Midnight Patrol. O lan�amento desencadeou um debate nas plataformas de internet chinesas sobre os benef�cios e os riscos de invas�o de privacidade da tecnologia.
Alguns foram a favor dos controles, dizendo que combater�o o v�cio da internet entre os adolescentes, mas tamb�m questionaram como os dados seriam repassados �s autoridades. Outros disseram que a Tencent estava assumindo um papel que seria dos pais.
Milhares de usu�rios na Internet reclamaram dos controles cada vez mais r�gidos e do espa�o cada vez menor para o anonimato no ciberespa�o. Uma hashtag no Weibo, uma plataforma de microblog, lembrou aos jogadores para se certificarem se estavam totalmente vestidos, caso a c�mera capturasse mais do que seus rostos.
Xu Minghao, um programador de 24 anos da cidade de Qingdao, disse que excluir� todos os videogames que precisem de reconhecimento facial, citando quest�es de privacidade. "N�o confio em nenhum desses softwares", escreveu ele.
As preocupa��es com a privacidade foram amplamente discutidas quando a exig�ncia de registro de nome real para menores foi introduzida em 2019. Descrevendo a tecnologia de reconhecimento facial como uma faca de dois gumes, a Associa��o da Ind�stria de Seguran�a e Prote��o da China, um grupo comercial ligado ao governo, afirmou em um artigo publicado no ano passado que a coleta em massa de dados pessoais poderia resultar em viola��es de seguran�a.
A Tencent disse que come�ou a testar a tecnologia de reconhecimento facial em abril para verificar a idade dos �vidos jogadores noturnos e, desde ent�o, a usou em 60 de seus jogos. Em junho, isso levou uma m�dia de 5,8 milh�es de usu�rios por dia a mostrar seus rostos ao fazer o login. E 90% dos que falharam na verifica��o facial foram bloqueados.
H� muito tempo o governo culpa os videogames por causar miopia, priva��o de sono e baixo desempenho escolar entre os jovens. Os regulamentos de 2019 tamb�m limitaram quanto tempo e dinheiro os usu�rios menores de idade poderiam gastar jogando videogame.
O reconhecimento facial tamb�m ser� obrigat�rio a partir de agora para modificar os par�metros do "filtro parental". Os pais j� podiam ativ�-lo para limitar o tempo de jogo de seus filhos. Por enquanto, estas novas restri��es se aplicam a cerca de 60 t�tulos, entre eles o imensamente popular "Honor of Kings", que conta com mais de 100 milh�es de usu�rios ativos di�rios na China. (Com ag�ncias internacionais)
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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China agora monitora face de gamers noturnos
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