Dissid�ncia pede 'corredor humanit�rio' em Cuba, mas governo descarta

Um grupo de oposi��o cubano denunciou neste s�bado (10) que a ilha vive uma "crise humanit�ria" devido ao alarmante aumento das infec��es por covid-19 e pediu o estabelecimento de "um corredor humanit�rio", o que o governo rejeitou veementemente.

A den�ncia ocorreu em um dia em que Cuba registrou outro recorde de infec��es em 24 horas, com 6.750 casos, em um total de 231.568. Com 11,2 milh�es de habitantes, a ilha relata 1.490 mortes.

"O Conselho para a Transi��o Democr�tica apoia (...) a campanha promovida pelos cubanos que de v�rias partes do mundo pedem ao governo de Cuba (...) a cria��o de um corredor humanit�rio", afirmou em nota enviada � imprensa internacional.

A cr�tica dos opositores coincide com o apelo lan�ado em carta aberta online por um grupo de intelectuais e acad�micos cubanos na quarta-feira, incluindo o cineasta Fernando P�rez e o economista Carmelo Mesa Lago.

"Facilitem e viabilizem o processo para permitir a entrada de medicamentos e insumos m�dicos no pa�s" e "colaborem com os doadores", pediram ao governo os signat�rios.

- "N�o se aplicam a Cuba" -

Por sua vez, o governo cubano reconhece uma "situa��o epidemiol�gica complexa", mas rejeita o termo "crise humanit�ria" e descarta a possibilidade de criar um "corredor humanit�rio".

"Conceitos ligados a corredor humanit�rio e ajuda humanit�ria est�o associados a zonas de conflito e n�o se aplicam a Cuba", disse o diretor de Assuntos Consulares e Aten��o aos Cubanos Residentes no Exterior, Ernesto Sober�n, em entrevista coletiva neste s�bado.

O respons�vel destacou que, desde o in�cio da pandemia em mar�o de 2020, seu pa�s recebeu "543 doa��es de governos, empresas estrangeiras e cubanos residentes em 51 pa�ses".

"Rejeitamos a campanha de desinforma��o que tenta confundir nossos compatriotas no exterior com a opini�o p�blica internacional", declarou Sober�n.

- Matanzas, o epicentro -

Em seu texto, os ativistas destacam a situa��o "ca�tica" na tur�stica prov�ncia de Matanzas, localizada a 100 km de Havana, onde o alto n�mero de infec��es amea�a colapsar os servi�os de sa�de.

As autoridades cubanas enviaram para l� esta semana uma brigada de 500 m�dicos e enfermeiros, bem como recursos de sa�de e alimentos, segundo a m�dia local.

Para "conter a dissemina��o" do coronav�rus, o Minist�rio da Sa�de de Cuba anunciou neste s�bado um pacote de medidas que entrar� em vigor na pr�xima quinta-feira.

As novas disposi��es estabelecem um "isolamento obrigat�rio de 14 noites" em hot�is para todos os cubanos que chegam ao pa�s pelos aeroportos de Varadero e de Cayo Coco.

Al�m disso, prev�em "a realiza��o sistem�tica de testes" r�pidos para trabalhadores de transporte e turismo, entre outras medidas.

Cuba autorizou na sexta-feira o uso emergencial de sua vacina anticovid Abdala, a primeira da Am�rica Latina, que tem 92,28% de efic�cia contra o risco de contrair covid-19 com sintomas, segundo as autoridades.

Multiplicam-se tanto nas ruas como nas redes sociais - sob as hashtags #SOSCuba e #SOSMatanzas" - as iniciativas de apoio ao pa�s e em especial � prov�ncia mais afetada.

Toda oposi��o � ilegal em Cuba e o governo acusa os dissidentes de serem financiados pelos Estados Unidos.

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