Com fuzis em caminhonetes, os encapuzados viajam entre planta��es no munic�pio de Ario de Rosales, onde mant�m postos de controle e constroem trincheiras de pedra.
"Antes os carros de abacate eram roubados e agora que as barricadas foram erguidas, nada se perde (...). Havia extors�es, sequestros", afirma � AFP um membro do grupo Pueblos Unidos, que surgiu meses atr�s e que assegura ter 700 homens.
"Precisamos estar armados para nos defender (...). Antes, desarmados, vinham e faziam o que queriam com a gente e isso n�o acontece mais", acrescenta o homem, que esconde sua identidade.
Organiza��es como a sua afirmam conter os cart�is, que intensificaram seus ataques nos estados de Michoac�n, Tamaulipas (nordeste, fronteira com os Estados Unidos) e Zacatecas (norte).
Em maio, ocorreram 2.963 homic�dios dolosos no M�xico e, desde janeiro, um total de 14.243 foram registrados, segundo o governo.
Em um dos eventos mais graves, em 19 de junho, supostos atiradores do Cartel do Golfo mataram 15 pessoas em Reynosa (Tamaulipas). Quatro agressores foram mortos por policiais.
Em 29 de junho, nove corpos foram encontrados perto da Ciudad Miguel Alem�n (Tamaulipas), onde criminosos disputam o controle de uma ponte de fronteira com o Texas, Estados Unidos, por onde passam drogas, armas e migrantes sem documentos, segundo uma fonte de intelig�ncia.
- Ambiciosa agenda social de L�pez Obrador -
Apesar disso, o presidente Andr�s Manuel L�pez Obrador se recusa a declarar guerra aos cart�is, argumentando que essa pol�tica falhou.
Ele tamb�m pediu aos Estados Unidos, o principal consumidor de drogas, que acabem com a coopera��o militar e foquem no tr�fico de armas.
"N�o se pode confrontar a viol�ncia com viol�ncia", disse ele na sexta-feira sobre a situa��o em Aguililla, outro munic�pio de Michoac�n sitiado pelo crime.
Desde dezembro de 2006, quando o governo de Felipe Calder�n lan�ou uma ofensiva militar antidrogas com apoio dos Estados Unidos, o M�xico acumulou cerca de 300.000 assassinatos.
Naquela �poca, os grandes cart�is se proliferaram at� atingirem a marca de 200 grupos ativos no pa�s, segundo a Insight Crime.
Para evitar que os jovens sejam recrutados por essas gangues, L�pez Obrador, cuja popularidade est� em torno de 60%, aposta em um maior investimento social nas zonas de conflito.
Mas sua pol�tica � criticada. Em abril, o ex-embaixador dos Estados Unidos no M�xico, Christopher Landau, disse que o mandat�rio mexicano v� os cart�is como uma "distra��o" de sua ambiciosa agenda social.
Entretanto, o presidente cogita colocar sua estrat�gia � prova em Aguililla, onde moradores recentemente atacaram uma guarni��o com explosivos artesanais para pressionar os militares a restabelecer a travessia, bloqueada pelo CJNG e pelos Cart�is Unidos, inimigos um do outro.
Na quinta-feira, os moradores tamb�m danificaram um heliporto com escavadeiras.
Os dois cart�is buscam impedir que seu rival forne�a gasolina e alimentos, a um alto custo para a popula��o, que n�o pode sair para comprar alimentos. "Eles nos deixaram isolados", disse Eugenia, 35 anos, � AFP.
ARIO DE ROSALES