"Defenderemos a #Revolu��oCubana seja qual for o pre�o necess�rio!", proclamou o vice-ministro das Rela��es Exteriores, Gerardo Pe�alver, em um tu�te acompanhado de um v�deo de simpatizantes comunistas marchando com bandeiras cubanas e aos gritos de "eu sou Fidel!".
Surpreendido com as "manifesta��es espont�neas" em v�rias cidades do pa�s, incluindo Havana, o presidente Miguel D�az-Canel lan�ou aos revolucion�rios "a ordem de combate".
"Convocamos todos os revolucion�rios do pa�s, os comunistas, a tomarem as ruas onde quer que essas provoca��es ocorram, de agora em diante e em todos estes dias. E enfrent�-las com decis�o, com firmeza, com coragem", disse D�az-Canel em um discurso transmitido pela televis�o, no qual acusou "a m�fia cubano-americana" de estar por tr�s do levante.
O governo dos Estados Unidos reagiu no domingo, advertindo as autoridades cubanas contra o uso da viol�ncia contra "manifestantes pac�ficos".
No Twitter, a subsecret�ria do Departamento de Estado dos EUA, Julie Chung, pediu "calma".
"Estamos profundamente preocupados com os 'chamados ao combate' em Cuba. Defendemos o direito de reuni�o pac�fica do povo cubano", escreveu.
"Os Estados Unidos apoiam a liberdade de express�o e de reuni�o em Cuba e condenariam fortemente qualquer uso da viol�ncia contra manifestantes pac�ficos que estejam exercendo seus direitos universais", tuitou o conselheiro de Seguran�a Nacional do governo americano, Jake Sullivan.
J� a R�ssia alertou, nesta segunda-feira, contra "qualquer interfer�ncia estrangeira" na crise em Cuba, pa�s aliado de Moscou.
"Consideramos inaceit�vel qualquer interfer�ncia estrangeira nos assuntos internos de um Estado soberano e qualquer outra a��o destrutiva que desestabilize ainda mais a situa��o na ilha", disse o Minist�rio russo das Rela��es Exteriores em um comunicado.
De acordo com o site Inventario, 40 manifesta��es foram registradas no domingo, espalhadas por todo territ�rio cubano.
A maior parte delas foi transmitida nas redes sociais, neste pa�s onde a chegada da Internet m�vel apenas em 2018 tem servido para promover as reivindica��es da sociedade civil.
Depois do meio-dia, o acesso � rede 3G foi cortado em grande parte do pa�s. Foi restaurado somente no meio da tarde.
- "P�tria e vida!" -
Amplamente divulgados nas redes sociais, os protestos antigoverno come�aram pela manh�, um fato incomum neste pa�s governado pelo Partido Comunista, onde as �nicas concentra��es autorizadas costumam ser as do pr�prio partido �nico.
"Abaixo a ditadura!", "Que saiam!" e "P�tria e vida!" - t�tulo de uma can��o pol�mica -, gritavam milhares de manifestantes nas ruas de San Antonio de los Ba�os, uma pequena cidade de 50 mil habitantes a cerca de 30 km da capital Havana.
"Liberdade!", entoavam outras centenas em v�rias concentra��es em Havana, onde houve confrontos entre os manifestantes e a pol�cia, que usou g�s lacrimog�neo.
Ao anoitecer, v�rios grupos de simpatizantes do governo se reuniram em diferentes partes da capital para preparar a contra-manifesta��o, verificou a AFP.
Um cinegrafista da Associated Press foi agredido por um grupo pr�-governo, enquanto um fot�grafo da mesma ag�ncia foi ferido pela pol�cia, informou a empresa.
V�rias viaturas foram viradas e depredadas por cubanos furiosos. V�rias pessoas foram detidas.
- Preocupa��o internacional -
Os protestos se espalharam para fora das fronteiras de Cuba. Em Miami, milhares de cubanos e cubano-americanos sa�ram �s ruas do bairro de Little Havana em apoio aos protestos.
"Os jovens finalmente disseram 'chega, vamos fazer o que nossos velhos n�o conseguiram fazer'", disse Yanelis Sales � AFP. "Cubanos, estamos aqui com voc�s dos Estados Unidos".
Apesar de reconhecer a "insatisfa��o" que alguns cubanos podem sentir pela escassez de alimentos e de rem�dios, combinada com os cortes di�rios de energia, Miguel D�az-Canel tamb�m acusou Washington de agir.
"H� um grupo de pessoas, contra-revolucion�rias, mercen�rias, pagas pelo governo dos Estados Unidos, pagas indiretamente por ag�ncias do governo dos Estados Unidos para organizar este tipo de manifesta��es", disse.
Ap�s uma breve reconcilia��o entre 2014 e 2016, as rela��es diplom�ticas entre Cuba e Estados Unidos est�o em seu n�vel mais baixo desde que Donald Trump refor�ou o embargo em vigor desde 1962.
Essas san��es e a aus�ncia de turistas, devido � pandemia, mergulharam Cuba em uma profunda crise econ�mica e geraram forte insatisfa��o social.
"Reconhecemos a reivindica��o leg�tima da sociedade cubana por medicamentos, alimentos e liberdades fundamentais", tuitou o secret�rio-geral da Organiza��o dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro.
"Condenamos o regime ditatorial cubano por convocar civis para reprimir e enfrentar aqueles que exercem seu direito de protestar", acrescentou.
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