'Abaixo o comunismo!', protestam cubanos nos EUA

Agitando bandeiras cubanas e americanas e gritando "P�tria ou Vida!", milhares de cubanos protestaram em Miami e Washington D.C. em apoio aos protestos antigovernamentais hist�ricos na ilha comunista, que podem significar grandes mudan�as.

"Este � o momento, n�o h� outro, e esta � a defini��o total de que o comunismo vai cair. Sou 100% a favor da P�tria e Vida; Abaixo o comunismo!", afirmou o cubano Humberto Ponce D�az � AFP nos protestos de domingo em Miami, em frente ao emblem�tico Caf� Versailles no bairro cubano de Little Havana, que come�ou como uma caravana de carros.

O prefeito de Miami, Francis Su�rez, participou do protesto que, segundo a imprensa local, reuniu mais de 5.000 pessoas, e at� pediu aos Estados Unidos para intervir na ilha.

"Sessenta anos de comunismo, crueldade e opress�o n�o podem durar mais!", escreveu ele em seu Twitter ap�s denunciar a repress�o de manifestantes na ilha pela pol�cia cubana, que agrediu e prendeu in�meros manifestantes.

"Imploramos aos Estados Unidos que tomem uma atitude enquanto nos manifestamos pacificamente nas ruas de Miami", acrescentou.

"P�tria e vida!", gritavam os manifestantes, muitos deles com camisetas com essa legenda, um novo grito de guerra em oposi��o ao governo, nascido do v�deo musical que se tornou viral e que modificou o lema oficial "P�tria ou morte".

Cansados da crise econ�mica que agravou a escassez de alimentos e medicamentos e obrigou o governo a racionar eletricidade, al�m da explos�o do n�mero de casos de coronav�rus, milhares de cubanos sa�ram �s ruas no domingo em dezenas de cidades, gritando: "Estamos com fome", "Liberdade" e "Abaixo a ditadura".

Esta foi a primeira manifesta��o popular contra o governo a n�vel nacional desde a revolu��o de 1959 que levou Fidel Castro ao poder.

As �nicas concentra��es autorizadas em Cuba s�o geralmente as do Partido Comunista.

Embora o presidente cubano, Miguel D�az-Canel, tenha reconhecido a "insatisfa��o" de alguns cubanos, ele tamb�m acusou Washington de querer provocar "dist�rbios sociais" em Cuba e deu aos revolucion�rios uma "ordem de combate" para enfrentar os manifestantes.

"A Fl�rida apoia o povo de Cuba que vai �s ruas contra o regime tir�nico de Havana", anunciou o governador do estado, Ron DeSantis, em sua conta no Twitter.

"Hoje o povo cubano disse basta! Como cubano-americana, tenho orgulho de me juntar a essas vozes que em todo o pa�s pedem liberdade e democracia", tuitou a vice-governadora, Jeanette N��ez, que compareceu ao protesto em Miami.

"� hora de uma Cuba livre!".

- Protesto em frente � Casa Branca -

Exilados cubanos nos Estados Unidos n�o escondem a esperan�a de que os protestos de domingo signifiquem o fim do governo comunista na ilha.

Na segunda-feira, um grupo de 25 cubanos protestou em frente � Casa Branca, na capital americana, e alguns exigiram que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, tomasse medidas a respeito.

"Espero que este presidente (Joe Biden) e o Congresso tomem medidas na dire��o certa e ajudem meu povo", afirmou � AFP um deles, Sergio �lvarez, um cubano de 32 anos.

"Precisamos de ajuda", disse este eletricista da Tesla que relatou que seu pai morreu este ano na ilha por falta de rem�dios.

Biden "precisa denunciar o que est� acontecendo em Cuba (...) n�o estamos sentindo o apoio deste governo", afirmou Elaine Miranda, uma estudante universit�ria cubana de 26 anos, em frente � Casa Branca.

Biden pediu na segunda-feira ao governo cubano que n�o recorra � viol�ncia e expressou o apoio dos Estados Unidos aos manifestantes.

O presidente, que assumiu o cargo em janeiro, ainda n�o reverteu nenhuma das san��es impostas pelo ex-presidente Donald Trump a Cuba e praticamente ignorou o dossi� cubano at� hoje.

Seu porta-voz disse em mar�o que "uma mudan�a na pol�tica em rela��o a Cuba n�o est�" entre suas "maiores prioridades".