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Estado de Minas HAVANA

A espera angustiante das m�es ap�s os protestos em Cuba


13/07/2021 18:31

Em frente � delegacia de El Capri, nos arredores de Havana, uma mulher chora de ang�stia pelo destino de sua filha, detida na segunda-feira durante o protesto que abalou o humilde bairro.

"Eles levaram minha filha ontem (segunda-feira) e eu n�o sei nada sobre ela, mas n�o falarei mais, nem quero ser filmada", diz cansada e com medo.

De baixa estatura e pele morena, a mulher espera alguma informa��o porque diz n�o saber "nada".

Sua ang�stia � a de muitos parentes dos mais de cem detidos em toda a ilha durante dois dias de manifesta��es contr�rias ao governo.

Em El Capri e La G�inera, bairros da periferia da cidade, a calma reinou nesta ter�a-feira (13), garantida por uma forte for�a policial.

Na segunda-feira, cr�ticos e apoiadores do governo se enfrentaram com pedras, paus, barras de ferro e at� fac�es.

Uma de suas ruas principais estava coberta de pedras e vidros, al�m de transformadores el�tricos quebrados.

Jornalistas da AFP testemunharam cinco pris�es de opositores naquele dia, pela pol�cia de choque.

"Abaixo o comunismo", "P�tria e Vida" (t�tulo de uma can��o pol�mica), gritavam por um lado. "P�tria ou Morte! Viva a Revolu��o, Viva Fidel!", de outro.

- "Injustamente" -

Na segunda-feira, uma primeira-tenente recebia familiares que chegavam � delegacia a procura por informa��es.

"Todos os detidos foram transferidos para Vivac (centro de deten��o), 100 e Aldab� (sede da Dire��o T�cnica da Pol�cia Nacional) e 10 de Outubro (outra delegacia)", informava sem dar mais detalhes.

Outra m�e de 50 anos tamb�m busca pelo paradeiro de seu filho de 21 anos.

"Levaram ele de casa algemado e sob golpes, sem camisa, sem m�scara", e tamb�m "levaram muitos da vizinhan�a, jovens e idosos", diz a mulher, que prefere n�o revelar sua identidade.

"Tamb�m n�o comi, a minha press�o (arterial) est� muito alta", porque "n�o d�o resposta para nada", acrescenta.

Sob anonimato, uma jovem de 24 anos comenta que seu irm�o de 25 "foi levado da casa do vizinho."

"Eles bateram nele, injustamente, e o levaram embora", diz, sem saber onde ele est�.

"Minha m�e quase teve um ataque card�aco", diz.

Segundo uma lista do grupo opositor Movimento San Isidro (MSI), 130 pessoas est�o detidas ou desapareceram em Cuba ap�s protestos em cerca de 40 cidades e vilas.

Entre elas est�o dissidentes conhecidos, como Guillermo Fari�as (Santa Clara, centro), o pol�tico Jos� Daniel Ferrer (Santiago de Cuba, leste), al�m do artista Luis Manuel Otero Alc�ntara e do opositor Manuel Cuesta Mor�a, em Havana.

Um parente confirmou a liberta��o de Fari�as nesta ter�a-feira.

"Mais de 32 horas se passaram desde a deten��o arbitr�ria de @LMOAlcantara" (Otero Alc�ntara)", disse o MSI em outro tu�te.

No domingo, o artista pediu aos cidad�os que se dirigissem ao emblem�tico Malec�n de Havana.

- Pris�es ao vivo -

No Facebook, um grupo chamado "Desparecidos #SOSCuba" listou os detidos e pediu informa��es sobre eles.

"Yordi Rodr�guez Concepci�n, ningu�m sabe seu paradeiro h� 72 horas desde o in�cio dos protestos, um morador de San Antonio" de los Ba�os, uma pequena cidade perto de Havana, onde as manifesta��es come�aram no domingo, escreveu um internauta.

"Meu irm�o mais novo, Felix V�zquez, est� detido injustamente h� 2 dias, por quanto tempo eles manter�o os jovens calados, por quanto tempo a repress�o?", postou outro.

Nesta ter�a-feira, a influenciadora do YouTube Dina Stars foi detida em sua casa enquanto falava ao vivo para um programa de televis�o espanhol.

"Enquanto convers�vamos com ela, a pol�cia cubana foi at� sua casa e a levou", segundo as imagens transmitidas ao vivo e postadas no Twitter.

A jovem havia publicado uma mensagem ir�nica pouco antes na mesma rede social: "N�o estarei no Capit�lio �s 14h e n�o convocarei uma manifesta��o."


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