No in�cio desta manh�, filas se formaram do lado de fora de v�rios postos de combust�vel, especialmente na periferia de Joanesburgo e Durban.
Na v�spera, a maior refinaria do pa�s anunciou o fechamento de sua f�brica pr�xima a Durban, em Kwazulu-Natal (leste), que fornece cerca de um ter�o do combust�vel consumido no pa�s, por motivo de "for�a maior".
"A escassez de combust�vel nos pr�ximos dias, ou semanas, � inevit�vel", disse o porta-voz da Associa��o de Automobilistas (AA), Layton Beard, � AFP.
O bloqueio e a inseguran�a nas principais conex�es terrestres entre essas duas �reas est�o dificultando a distribui��o de comida e de vacinas contra a covid-19.
Os agricultores alertaram que n�o conseguem transportar suas mercadorias por esses trajetos. "Vamos enfrentar uma crise humanit�ria em massa", alertou o diretor da principal organiza��o agr�cola AgriSA, Christo van der Rheede.
Em KwaZulu-Natal, o grupo de hospitais privados Netcare suspendeu a vacina��o porque n�o conseguiu levar as doses aos centros de sa�de.
V�rias regi�es poderiam "carecer em breve de produtos de primeira necessidade", alimenta��o, combust�vel ou medicamentos, devido �s dificuldades de abastecimento, reconheceu o escrit�rio do presidente Cyril Ramaphosa em um comunicado.
- Solicita��o para destacar 25.000 soldados - -
H� v�rios dias, a prov�ncia de Kwazulu-Natal e Gauteng, que inclui as duas principais cidades do pa�s - Joanesburgo e Pret�ria -, foram tomadas por um turbilh�o de viol�ncia, alimentado pela crise econ�mica em um pa�s esgotado pela pandemia do coronav�rus e que atingiu uma taxa de desemprego recorde (32,6%).
A viol�ncia logo se espalhou para outras prov�ncias, incluindo Mpumalanga (nordeste) e Cabo Norte (centro), de acordo com a pol�cia. O �ltimo balan�o oficial, divulgado na ter�a-feira � noite, registrava 72 mortos e 1.234 pris�es. A maioria das mortes ocorreu em debandadas durante os saques de lojas e shoppings.
A pol�cia ficou rapidamente sobrecarregada e o governo decretou o envio do ex�rcito. Na quarta-feira, cerca de 5.000 soldados trabalharam para manter a ordem, o dobro do n�mero de tropas mobilizadas no dia anterior.
Mesmo assim, o governo registrou 208 incidentes de saques e vandalismo no dia.
A ministra da Defesa, Nosiviwe Mapisa-Nqakula, indicou posteriormente ao Parlamento que ir� solicitar o destacamento de 25.000 militares, sem especificar quando estes refor�os estar�o operacionais.
� noite, o shopping de Vosloorus, 30 km ao sul de Joanesburgo, foi devastado e parcialmente incendiado. V�rios corpos foram encontrados no local. Motoristas de t�xi armados foram para l� � tarde para ajudar os invasores a fugirem.
"Passamos a vida servindo � comunidade e olha o que ganhamos em troca. Estou decepcionado", disse Mike de Freitas, 45, gerente de um a�ougue.
Na prov�ncia de KwaZulu-Natal, os campos de cana-de-a��car foram queimados e o gado roubado. "As pessoas saquearam as lojas e, agora que n�o t�m comida, v�o atacar as fazendas", disse Van der Rheede.
De acordo com o regulador sul-africano do consumidor, mais de 800 lojas foram saqueadas.
Os primeiros incidentes come�aram na quinta-feira, no dia seguinte � pris�o do ex-presidente Jacob Zuma, condenado a 15 meses de pris�o por desacato � Justi�a, a fa�sca que incendiou uma sociedade frustrada pela crise econ�mica e a pobreza.
O rei Misuzulu Zulu, uma autoridade moral respeitada pelos onze milh�es de zulus, o grupo �tnico majorit�rio no pa�s, pediu "paz" e disse que sentiu "uma grande vergonha" por esses epis�dios.
A Uni�o Africana condenou "veementemente" a viol�ncia e os saques na ter�a-feira � noite, apelando para uma "restaura��o urgente da ordem". Tamb�m citou os riscos para a estabilidade da regi�o.
Em alguns bairros, os moradores se organizaram para garantir a prote��o de suas lojas, embora as autoridades tenham pedido que eles "evitassem fazer sua justi�a com as pr�prias m�os".
JOANESBURGO